15 anos após o encerramento do ramal da Lousã, o novo sistema de mobilidade arrancou com operação gratuita e horários completos.
O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) iniciou esta terça-feira a sua operação plena entre Coimbra e Serpins, no concelho da Lousã, encerrando um longo capítulo de indefinição que se prolongou por 15 anos desde o fecho do antigo ramal ferroviário. O serviço, assegurado por autocarros elétricos em via dedicada, o chamado metrobus, será gratuito até ao final do mês.
Depois de uma fase inicial limitada ao troço urbano de Coimbra, a operação estende-se agora aos concelhos de Miranda do Corvo e da Lousã, territórios particularmente afetados pelo encerramento da linha férrea em janeiro de 2010. Na altura, o corte foi justificado com a promessa de um metro ligeiro de superfície, projeto que acabaria por nunca avançar nos moldes inicialmente previstos. Na cidade de Coimbra, o metrobus circulará com elevada cadência, atingindo frequências de cinco minutos nas horas de maior procura. Fora dos períodos de ponta, os intervalos variam entre 7,5 e 16 minutos, com serviço a funcionar entre as 06h e cerca das 00h30.
Já no troço suburbano, a oferta será ajustada à procura. Por exemplo, em Miranda do Corvo, os autocarros passam de dez em dez minutos nas horas de ponta, enquanto na Lousã a frequência será de 15 minutos. O serviço começa às 05h30 e prolonga-se até às 00h30, sendo que o último metrobus parte de Coimbra em direção a Serpins à meia-noite e meia nos dias úteis e às 00h15 aos fins de semana e feriados.
O projeto do SMM ficou marcado por sucessivos atrasos, reformulações e interrupções, acabando por ser relançado como metrobus durante o anterior Governo liderado por António Costa. As principais empreitadas foram então adjudicadas, num investimento global que ronda os 220 milhões de euros.
A entrada em funcionamento do troço entre Coimbra e Serpins, com 36 quilómetros de extensão e 27 estações, foi assinalada com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Ficam ainda por concluir a ligação à estação ferroviária de Coimbra-B e a linha de acesso aos Hospitais da Universidade de Coimbra, infraestruturas cuja conclusão está prevista para 2026.
