A Meta começou a transferir imagens pessoais para a nuvem, com o objetivo de treinar sistemas de inteligência artificial.
A Meta, empresa responsável pelo Facebook e o Instagram, começou a implementar uma nova funcionalidade controversa,: a transferência automática de fotos privadas dos utilizadores para a nuvem, com o objetivo de alimentar e treinar a sua inteligência artificial, a Meta AI.
De acordo com o portal TechCrunch, alguns utilizadores estão a ser confrontados com pop-ups ao criarem histórias no Facebook. A notificação convida à ativação de uma opção descrita como “processamento na nuvem” — uma formulação ambígua que, na prática, concede à empresa acesso contínuo às fotos tiradas pela câmara do smartphone do utilizador. De acordo com a própria Meta, a funcionalidade tem como finalidade “sugerir ideias”, selecionando ficheiros multimédia com base em dados como hora, localização e temas identificados. Na realidade, ao aceitar, o utilizador está a autorizar a empresa a aceder e armazenar, nos seus servidores, todo o conteúdo fotográfico do dispositivo, incluindo imagens privadas.
Apesar da promessa da Meta de que essas imagens não serão utilizadas para fins publicitários, a garantia está longe de ser suficiente para tranquilizar os críticos. O historial da empresa — que inclui falhas graves como o armazenamento de passwords de mais de 500 milhões de contas em texto simples, em 2023 — levanta sérias dúvidas quanto à segurança dos dados e à real extensão da sua utilização. Para além disso, os termos de utilização da Meta AI contêm cláusulas pouco claras em matéria de responsabilidade, deixando espaço para interpretações que não favorecem o utilizador. A empresa continua a minimizar o impacto da recolha de dados, embora os especialistas sublinhem a necessidade de maior transparência e controlo por parte do público.
Num contexto em que os utilizadores já são constantemente pressionados a partilhar os seus dados, esta funcionalidade representa um passo ainda mais intrusivo. Para quem preza a sua privacidade, a recomendação é que se desative o acesso às imagens dos dispositivos nas definições do dispositivo e recusar a sincronização automática de fotos.