Concurso da Linha Violeta do Metro de Lisboa recebeu quatro propostas. Investimento de 677,5 milhões de euros prevê nova ligação entre Loures e Odivelas.
Quatro propostas foram submetidas ao concurso público internacional relativo à empreitada da nova Linha Violeta do Metro Ligeiro de Superfície Odivelas–Loures, lançado a 15 de abril de 2025.
Entre os concorrentes encontra-se a MasterStylo – Eletricidade e Telecomunicações, que apresentou uma proposta pelo valor base. Um consórcio liderado pela Mota Engil, em associação com a Zagope e a Spie Batignolles Internacional – Sucursal em Portugal, propôs 598,88 milhões de euros. Um terceiro agrupamento, constituído pelas empresas Teixeira Duarte, Casais, Tecnovia, E.P.O.S., Somafel e Jayme da Costa, apresentou uma proposta no valor de 716,08 milhões de euros. Já o consórcio formado pela FCC Construcción, Contratas y Ventas, Comsa, Comsa Instalaciones y Sistemas Industriales e Fergrupo propôs 629,99 milhões de euros.
O concurso tem por objeto a conceção e construção da infraestrutura, a aquisição de 12 veículos do tipo LRV (Light Rail Vehicle) e a prestação de serviços de manutenção, tanto da infraestrutura como do material circulante, durante um período de três anos. Inclui ainda a elaboração dos estudos necessários à tramitação dos processos de expropriação por utilidade pública.
Este investimento insere-se na estratégia de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa e tem conclusão prevista para 2029. A Linha Violeta terá cerca de 11,5 quilómetros de extensão e incluirá 17 estações – 12 à superfície, três subterrâneas e duas em trincheira -, bem como um parque de material circulante e oficinas de apoio à operação, com uma área aproximada de 3,9 hectares.
No concelho de Loures serão construídas nove estações, servindo as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, ao longo de 6,4 quilómetros. O concelho de Odivelas contará com oito estações, distribuídas pelas freguesias da Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, numa extensão total de 5,1 quilómetros.
No primeiro ano de operação, estima-se que a nova linha transporte cerca de 9,5 milhões de passageiros, permitindo retirar da estrada aproximadamente 3,8 milhões de viaturas e evitando a emissão de cerca de 4,1 mil toneladas de dióxido de carbono.
O investimento total na Linha Violeta está estimado em 677,5 milhões de euros. Deste montante, 77,5 milhões de euros destinam-se a despesas com expropriações e serviços de assessoria técnica, como a revisão do projeto e a fiscalização da obra. O financiamento será assegurado através do Plano de Recuperação e Resiliência, do Fundo Ambiental, do Banco Europeu de Investimento, de fundos europeus e do Orçamento do Estado.
O primeiro concurso público para esta empreitada foi lançado a 15 de março de 2024, mas todas as propostas apresentadas foram excluídas por excederem, em média, o preço base em cerca de 46%. Perante este cenário, foi necessária uma revisão orçamental do projeto, que levou a um acréscimo de 150,2 milhões de euros ao investimento inicial, tendo em conta a evolução dos preços desde a conclusão do estudo prévio, em 2023.
Entretanto, o Metropolitano de Lisboa prossegue com outros projetos estruturantes. A construção da Linha Circular encontra-se em fase final, enquanto decorrem os trabalhos preparatórios para o prolongamento da Linha Vermelha até Alcântara, cuja consignação formal da empreitada está prevista para breve. A empresa participa igualmente no processo de expansão do Metro Sul do Tejo, coordenando o grupo de trabalho responsável pelo desenvolvimento do projeto e contribuindo com a sua experiência técnica para a consolidação de uma rede de transporte público mais integrada, eficiente e abrangente na Área Metropolitana de Lisboa.
