Investimento de 110 milhões de euros vai permitir eletrificação do troço Marco–Régua da Linha do Douro, reduzindo tempos de viagem e reforçando a mobilidade regional.
A Linha do Douro vai receber um investimento de 110 milhões de euros para a eletrificação e modernização do troço entre Marco de Canaveses e Peso da Régua, numa intervenção prevista para se prolongar por três anos. O contrato de empreitada já foi consignado, inserindo-se no plano global de modernização da linha, cujo investimento total ronda os 460 milhões de euros.
O projeto visa garantir a tração elétrica até Peso da Régua, melhorar a qualidade do serviço regional e reduzir o tempo de viagem em cerca de sete minutos. A Linha do Douro destaca-se não só pela sua função estratégica na mobilidade e no transporte de mercadorias, mas também pelo valor turístico, atravessando a paisagem do Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Unesco desde 2001. A eletrificação do troço permitirá ainda reduzir as emissões de CO₂ em cerca de 16.000 toneladas anuais, reforçando a eficiência e a sustentabilidade do sistema ferroviário.
Para além da modernização da via, estão previstas melhorias nas estações e apeadeiros, incluindo bilheteiras, sistemas de informação ao público e acessos adaptados a pessoas com mobilidade reduzida. Será também atualizada a sinalização, as telecomunicações e a segurança, com automatização de passagens de nível e construção de desnivelamentos, reforçando a fiabilidade do serviço.
O troço entre Caíde e Marco de Canaveses já se encontra eletrificado e modernizado, fruto de um investimento de 33 milhões de euros. Atualmente decorre a elaboração do projeto de modernização do troço Peso da Régua–Pocinho, estimado em cerca de 180 milhões de euros, assim como os estudos para a extensão até Barca d’Alva, com um custo aproximado de 80 milhões de euros. A modernização completa da Linha do Douro deverá ter um impacto significativo na mobilidade regional e no desenvolvimento económico da região.
O projeto, que abrange 43 quilómetros, inclui a instalação de sistemas avançados de sinalização eletrónica, controlo automático de velocidade, nova subestação elétrica em Bagaúste, telecomunicações ferroviárias, informação ao público e videovigilância.
A intervenção contempla ainda a reabilitação da via e da plataforma ferroviária, supressão e automatização de passagens de nível, modernização de estações e apeadeiros, adaptação às necessidades de mobilidade reduzida, beneficiação da Estação da Régua e reforço de taludes, assim como a reabilitação de túneis, incluindo o Túnel do Juncal, com 1.600 metros, um dos mais complexos da rede nacional. Espera-se que estas melhorias promovam maior segurança, eficiência e sustentabilidade, reduzam o tempo de viagem e favoreçam a criação do serviço Intercidades até Peso da Régua.
Foto: IP – Infraestruturas de Portugal