Leve, prático e agora a cores, o Kobo Libra Colour é ideal para ler e escrever em qualquer lado.
Sou fã assumida da Kobo, e não é de agora. Depois de ter feito a análise ao Kobo Clara Colour, acabei por ficar rendida aos encantos dos leitores de livros digitais. Para mim, ler sempre foi e sempre será um dos meus passatempos preferidos, e o Kobo só veio intensificar ainda mais essa paixão.
Antes de ter o Clara Colour, nunca tinha experimentado um e-reader e, para ser sincera, nem sabia se ia gostar. Já tinha ouvido muitas pessoas dizerem que não se adaptaram aos livros digitais e acabaram por voltar para o papel. Mas comigo, o que aconteceu foi exatamente o oposto.
Foi ao ler o primeiro livro no Kobo que percebi que estava a começar uma quase “obsessão”: usava o meu Clara Colour todos os dias, sem falhar, e bastava pegar nele para me perder completamente na leitura e esquecer o mundo. Parar de ler e guardar o Clara Colour era difícil, até que a Kobo me enviou há umas semanas o seu novo e-reader, o Kobo Libra Colour, para testar.
Quando recebi o Kobo Libra Colour, adorei logo à partida: vinha numa caixa com padrões de folhas cheia de cores, com uma capa bege e uma caneta branca a combinar, tudo com um ar muito bonito e delicado. Dá mesmo a sensação de que foi pensado para agradar, sobretudo, ao público feminino, embora funcione perfeitamente para qualquer pessoa que goste de ler, claro. Um ponto a destacar é que as embalagens são feitas de cartão reciclável, quase sem plástico, o que é uma excelente notícia para o meio ambiente.
O Kobo Libra Colour está disponível em branco e preto – foi mesmo este último que recebi. A nível de design, faz lembrar bastante o Kobo Clara Colour, com o seu exterior fabricado em plástico reciclado e à prova de água, mas com algumas diferenças: o ecrã E Ink Kaleido 3 é um pouco maior, com 7” em vez das 6” do Clara Colour, e tem dois botões laterais para mudar de página colocados numa aba lateral, coisa que o Clara Colour não tem. O acabamento exterior também muda, já que o Libra Colour é um preto liso brilhante, enquanto o Clara Colour é mais rugoso e com um toque mate.
Das diferenças que existem entre os dois, confesso que acabo por preferir o Libra Colour. O ecrã um bocadinho maior faz diferença na leitura, e os botões laterais são bastante práticos, principalmente quando estamos a segurar o e-reader na mão, uma vez que se torna bem mais fácil mudar de página do que no Clara Colour. Podemos configurar o botão superior para avançar ou recuar no texto, e o mesmo vale para o botão inferior, sendo apenas necessário ajustar nas definições conforme a preferência de leitura. Outro detalhe que também adorei: mesmo quando está em repouso, dá para ligar o Libra Colour só com um toque no botão inferior, sem precisar de ir ao botão de ligar/desligar lá atrás, que com a capa, acaba por ficar escondido. Já no que toca ao acabamento, acho que o Clara Colour leva vantagem. Trata-se de um pequeno pormenor estético, mas a moldura do Clara tem um ar mais sofisticado e, além disso, não fica tão marcado com dedadas, o que é sempre um bónus para quem gosta de manter o e-reader com bom aspeto, como eu.
A parte de trás também é bastante parecida nos dois modelos, com a principal diferença na posição do logótipo e do botão de ligar/desligar. Ambos têm relevos na capa traseira, distribuídos de forma muito semelhante, e que ajuda a dar mais aderência ao e-reader. Já em relação ao peso, o Libra tem 203g e o Clara 173g, mas a diferença não se sente muito quando estamos com o Libra na mão. Aliás, a aba lateral com os botões até ajuda a segurá-lo com mais conforto.
Ainda outra diferença entre os dois é a capacidade de armazenamento: o Libra vem com 32GB, enquanto o Clara tem apenas 16GB. Na prática, isso significa que num conseguimos guardar até cerca de 24.000 livros e, no outro, cerca de 12.000. Esta diferença pode não ser muito relevante só para a leitura, mas faz-se notar quando começamos a usar mais blocos de notas – aí, o espaço extra dá mesmo jeito.
E para descarregar todos estes livros e audiolivros (sim, porque também podemos ouvi-los no Libra Colour, com recurso a auriculares ligados via Bluetooth), agora dá para usar o Google Drive e a Dropbox, algo que até então nunca tinha experimentado. Basta ligar o Kobo às contas nas clouds e escolher os ficheiros que quero descarregar para o e-reader. Assim, evito a chatice das transferências manuais e elimino a necessidade de cabos. Posso até transferir ficheiros diretamente do telemóvel e, mesmo sem computador por perto, tenho sempre a minha biblioteca digital à mão.
De resto, tal como o Clara Colour, o Libra tem luz frontal ajustável, incluindo a opção de luz azul. Para mudar esses parâmetros, tanto podemos ir ao menu como usar um atalho bem mais rápido: basta deslizar o dedo na lateral esquerda do ecrã, de cima para baixo para diminuir a luz ou de baixo para cima para a aumentar. Assim, conseguimos ajustar a luminosidade sem sair da página, o que torna a leitura mais fluída. Se quisermos tornar tudo ainda mais automático, basta deixar a função no modo AUTO, que ajusta o tom da luz do ecrã consoante a hora do dia: durante a manhã e a tarde, aparecem tons mais frios e azulados; à noite, a luz fica mais quente e alaranjada, para que a leitura seja mais confortável e menos cansativa, especialmente em ambientes com pouca luz. Consigo usar o Libra à noite sem sentir que afeta o meu ritmo de sono (graças à luz laranja) ou que perturbe o sono do meu parceiro. Um extra interessante é a opção “Hora da cama”, onde podemos definir a partir de que horas queremos que a luz laranja se ligue automaticamente (com opções entre as 21h e as 3h da manhã). Normalmente deixo o brilho nos 50%, com a “Hora da cama” definida para as 2h, o que tem sido o ideal para mim, sem ter assim a luz azul a incomodar durante a noite, que como se sabe, é uma disruptora do sono de qualidade.
Comparando a luminosidade do Clara Colour com a do Libra Colour, usando os mesmos valores, nota-se que o Libra apresenta um tom mais esbranquiçado, a imitar melhor a aparência de uma página de um livro físico. Já o Clara Colour tende para um tom mais amarelado. Além disso, o texto no Libra surge com maior espaçamento, algo que, aliás, já seria de esperar com o aumento ligeiro do ecrã.
No que toca à bateria, estou bastante satisfeita – tanto com o Libra Colour, como com o Clara Colour. Com o brilho nos 50%, consigo passar facilmente duas semanas sem carregar, e até três se não ler muito. Claro que, se passar o dia inteiro a ler, a bateria gasta-se mais depressa, mas isso só acontece mesmo nas férias. E mesmo assim, continua a durar imenso.
Para começar a usar o Libra Colour, liguei e selecionei a língua portuguesa, fiz a ligação à Wi-fi e uma atualização do sistema, que estava já estava disponível, tudo num processo rápido e simples. O mesmo se aplica à ativação da conta Kobo: basta usar o código QR ou, em alternativa, ativar diretamente no site da Kobo usando o código de ativação. De seguida, veio uma breve explicação por imagens de alguns dos movimentos usados para interagir com o Libra Colour, nomeadamente como deslizar páginas (deslizar para a esquerda para retroceder ou para a direita para avançar) ou como funciona o menu bloco de notas.
Também surgiu então a etapa de emparelhar a caneta Kobo Stylus 2 – o que, para mim, foi o verdadeiro ponto de viragem com o Libra Colour, já que esta caneta só funciona com este modelo. Isto abre um mundo de possibilidades e criatividade que o Clara Colour, por muito bom que seja, não consegue oferecer. O processo de emparelhamento é simples e rápido: basta ir ao menu “Os meus blocos de notas (apenas vista)”, onde aparece uma mensagem a indicar que é necessário ativar a Kobo Stylus 2. Clicamos nessa opção, seguimos as instruções e fica logo pronta a usar.
Voltando novamente ao menu principal, temos as seguintes opções: Início, que nos leva à página principal; Os meus livros, que abre a nossa biblioteca; Os meus blocos de notas, onde encontramos todos os blocos que já criámos; Descobrir, que permite pesquisar livros e detetar redes Wi-Fi; e por fim o separador Mais, que abre um sub-menu com acesso à lista de pedidos, Dropbox, Google Drive, Os meus artigos, Atividade (com estatísticas de leitura), Destaques beta, Configurações e Ajuda, que funciona como um manual de instruções, mas que nunca precisei de usar, graças à interface intuitiva do Kobo.
Sempre que abrimos Os meus Livros, vemos as capas dos livros a cores, o que torna a leitura ainda mais apelativa. Claro que convém lembrar que não estamos a falar de cores vibrantes, como as de uma fotografia, já que afinal isto não é um ecrã LED, mas sim um E-Ink. É, por isso, normal que as cores pareçam mais suaves ou até um pouco esbatidas. Pessoalmente, não só não me incomoda, como até acho que dá um charme especial à leitura.
O Kobo Libra tem ainda a particularidade de ter o ecrã a rodar automaticamente conforme a posição em que o seguramos. Dá para usar o Kobo Libra Colour tanto na vertical como na horizontal, com os botões posicionados onde for mais cómodo – à esquerda, à direita, em cima ou em baixo. Por padrão, a rotação automática vem ligada, e é assim mesmo que costumo usá-lo. Como gosto de ler enquanto como, normalmente coloco-o na horizontal, apoiado na capa, e ele adapta-se logo ao novo posicionamento.
Fica, no entanto, uma crítica: quando estou a ler na horizontal e o dispositivo entra em modo de repouso, ao voltar a ligar ele mantém o conteúdo na vertical, mesmo estando o e-reader ainda deitado. Ou seja, é preciso rodar o Kobo ou forçar a rotação manualmente, para voltar a ler o conteúdo na horizontal.
Para ativar a rotação manual, basta abrir o livro, tocar no centro do ecrã para abrir o menu e selecionar essa opção. Voltando a tocar no centro, o menu desaparece, permitindo ler com tranquilidade. Nesse mesmo menu, também é possível ajustar a luminosidade, configurar o tipo e tamanho da letra, consultar as estatísticas de leitura, definir preferências e ativar a caneta para sublinhar ou escrever. Na questão da escrita, é possível escolher entre cinco níveis de espessura do traço e dez cores diferentes para utilizar.
Com o Libra Colour, para além de podermos fazer anotações nos livros e documentos que estamos a ler, é também possível criar blocos de notas próprios, alternando facilmente entre leitura e escrita. Basta deslizar de cima para baixo, junto à parte superior do ecrã, para aceder a um atalho que mostra livros ou blocos de notas usados recentemente. Na prática, isto significa que consigo estar a ler um livro e, num instante, passar para o bloco de notas onde escrevo apontamentos mais detalhados ou ideias relacionadas com a leitura.
Falando da experiência de leitura propriamente dita: é simplesmente maravilhosa! Como leitora ávida, estou sempre a pensar no próximo livro e mal me lembro do formato físico – vou logo procurar a versão digital. Isto porque com o Kobo Libra Colour, sinto muito mais conforto ergonómico do que com qualquer livro físico, além de poder levá-lo para todo o lado, cabendo facilmente em qualquer cantinho da mala, algo que nem sempre é possível com livros mais volumosos. E claro, posso sempre levar comigo dezenas ou centenas de livros, tudo num só dispositivo.
O facto de ser à prova de água dá-me uma segurança extra para o levar à mesa enquanto como – especialmente porque sou bastante desastrada – e também para a praia ou piscina. Nestes ambientes, o ecrã com baixo reflexo facilita muito a leitura, mesmo com muita luminosidade. Outro ponto positivo é que, mesmo nos dias mais quentes, o Libra Colour mantém-se estável, sem qualquer sinal de aquecimento excessivo, mesmo durante leituras ao sol.
Enquanto estou a ler, uso bastante os botões laterais para virar as páginas, principalmente quando leio deitada, porque acaba por ser muito mais prático. No geral, funcionam sempre bem, embora ocasionalmente não respondam à primeira e, quando volto a tocar, acaba por avançar duas páginas. Sendo sincera, isso acontece-me mais quando deslizo com o dedo do que quando uso os botões, e noto esse pequeno atraso com mais frequência no Clara Colour do que propriamente no Libra Colour.
Também tenho muito o hábito de ler livros em inglês e frequentemente surgem palavras que não conheço. Com o Libra, isso não é problema: basta selecionar a palavra e aparece a opção de consultar o dicionário, resolvendo logo a dúvida. Pode existir uma palavra ou outra que lá não esteja, mas isso é raro acontecer. Eu tenho selecionados os dicionários para português e inglês, mas existem muitas mais línguas que podem ser selecionadas para o efeito.
Se, por exemplo, quiser consultar uma passagem específica ou saltar para um capítulo, consigo fazê-lo de forma muito prática através do menu que surge na parte inferior do ecrã. Aí, encontro o índice completo do livro, bem como todas as anotações que fui fazendo ao longo da leitura. Esta funcionalidade das anotações é, para mim, simplesmente fantástica, porque facilita imenso encontrar exatamente aquilo que procuro, sem perder tempo a folhear ou a procurar às cegas. Além disso, nas anotações ficam também marcadas as páginas em que “dobrei” o canto: para fazê-lo é só clicar no canto superior direito da página, e ela dobra-se automaticamente.
E não é só livros ou documentos que posso ler, também dá para ler artigos. Para isso, bastava ativar a ligação com o Pocket. Infelizmente, o Pocket foi descontinuado, o que acaba por tornar esta funcionalidade obsoleta. Quem já tinha conta e artigos guardados ainda os pode enviar para o Kobo até outubro de 2025; depois disso essa opção desaparece. Já quem nunca usou o Pocket, neste momento, não consegue aceder de todo a essa funcionalidade. Agora, só nos resta aguardar por uma alternativa que a Kobo venha a disponibilizar.
Ainda para quem preferir, é possível alterar o fundo do ecrã do Libra Colour de branco para preto. Basta ir às configurações no menu e ativar o “Modo Escuro”. Embora eu prefira o fundo branco com letras pretas, como num livro físico, esta opção é útil especialmente à noite ou para quem sente cansaço visual mesmo com o brilho baixo. Mas atenção que só funciona para leitura de livros, porque regressando à página inicial, o fundo volta a ficar branco.
Relativamente aos blocos de notas do Libra Colour, podemos escolher entre o formato básico, que é como se fosse uma página em branco na qual podemos aplicar templates variados, e o avançado, que oferece um caderno contínuo com linhas. No básico, escrevemos em páginas separadas, com opções simples de edição, e é possível converter a escrita manual em texto digital. Já no modo avançado, além de também converter a escrita, podemos criar notas sem páginas definidas, quase como se estivéssemos a escrever na horizontal, e adicionar elementos mais complexos, como fórmulas matemáticas, diagramas e desenhos livres. Eu prefiro este formato, porque as linhas ajudam a organizar melhor a escrita e os esquemas que faço ficam assim mais claros e estruturados. Para os fãs de desenho, este dispositivo talvez não seja o mais indicado. No entanto, dá para fazer alguns rabiscos básicos, que funcionam bem para entretenimento pessoal, mas não é de todo essa a sua função principal. Ainda assim, para quem gosta, acaba por ser uma adição divertida.
Em termos de escrita no Bloco de Notas, o Libra Colour disponibiliza cinco tipos de traço diferentes: esferográfica, caneta de tinta permanente, caligrafia, pincel e marcador. Para cada um deles, podemos escolher entre cinco níveis de espessura e dez cores distintas – tal como acontece no menu dos livros. Apesar das cores serem um pouco suaves, a variedade de estilos e traços torna a escrita bastante agradável e criativa. Se o ecrã fosse um pouco maior, seria ideal para sessões longas de escrita, como trabalhos de estudantes ou projetos mais extensos. Com o tamanho atual do ecrã, funciona bem para anotações rápidas, como listas de compras, diário pessoal ou apontamentos de livros, por exemplo.
No entanto, não é possível saltar diretamente para uma página específica, como acontece na leitura de um livro, nem reorganizar as páginas do bloco de notas. Além disso, a pesquisa de palavras funciona apenas para o texto que já foi convertido em texto digital. Todas as palavras que forem escritas à mão não podem ser pesquisadas.
No fim, se quisermos exportar os blocos de notas criados, podemos escolher entre os formatos PDF, PNG e JPEG. Nos blocos avançados, há ainda a opção de exportar em DOCX, TXT e HTML. A exportação pode ser feita manualmente ou usando o Google Drive e Dropbox. Curiosamente, depois de exportados, as cores do bloco de notas acabam por ficar com mais vívidas.
Para escrever nos blocos de notas usei sempre a caneta Kobo Stylus 2, que é a companhia perfeita para as minhas sessões de escrita. Em termos de design, a Stylus 2 é, como o próprio nome já sugere, uma caneta cheia de estilo: branca, com um ar futurista e um look minimalista. Com 156,6 mm de comprimento e 9 mm de diâmetro, a Kobo Stylus 2 imita muito bem o formato de uma caneta tradicional. Pesa apenas 14,5 g, o que a torna extremamente leve na mão. Durante as sessões de escrita, não senti qualquer desconforto ou tensão muscular. Apesar da superfície lisa, a caneta mantém-se firme entre os dedos e permite uma escrita fluida e confortável. A ponta de escrita é branca (embora existam também pontas pretas compatíveis) e adapta-se à pressão exercida, graças aos seus 4096 níveis de sensibilidade. Isto significa que, tal como com uma caneta real, quanto mais força aplicamos, mais grosso será o traço. Essa diferença torna-se especialmente evidente quando usamos os estilos de caneta de tinta permanente, caligrafia ou pincel.
Outro dos pormenores bem pensados nesta caneta e que me surpreendeu pela positiva é que, mesmo junto à ponta de escrever, existe um botão branco, o botão marca-texto, que, ao clicarmos, permite sublinhar texto sem ter de abrir menus. Comparando com o Clara Colour, onde sublinhava sempre com o dedo, no Libra Colour acabo por usar muito mais a Stylus 2, sendo mais prático e conveniente, mesmo que com o dedo também funcione. Aliás, para escolher entre as cores disponíveis (rosa, amarelo, azul e verde), é sempre preciso usar o dedo e depois disso a caneta passa a seguir essa seleção. É, no entanto, preciso ter cuidado, porque ao escrever podemos acabar por carregar, sem querer, nesse botão e ativar o sublinhado. Para evitar que isto me aconteça, tenho sempre o cuidado de, quando escrevo, segurar na caneta de forma a deixar o botão virado para a palma da mão.
Na outra extremidade da caneta encontramos uma borracha digital integrada, em cinzento claro, que dá o toque final a esta caneta moderna e bem pensada. Esta borracha digital integrada acaba por ter um aspeto muito semelhante ao das borrachas dos lápis tradicionais e a verdade é que ela acaba por apagar ainda melhor. Basta passar uma vez e o traço desaparece imediatamente. Dependendo do que estiver selecionado no menu do Kobo, seja borracha de objetos ou de pincéis, consigo apagar tudo rapidamente com a borracha de objetos, ou então apenas algum detalhe com a borracha de pincéis.
A Stylus 2 tem ainda uma porta USB-C mesmo na zona superior, junto ao logótipo, com uma luz LED que pisca consoante a carga da caneta: laranja está a carregar, laranja cintilante bateria fraca e branco totalmente carregada. Para colocá-la a carregar é extremamente fácil, basta usar o cabo USB e ligar a uma fonte de alimentação, que pode ser o próprio e-reader. Foi aqui, na minha opinião, que a Kobo podia ter ido ainda mais longe, porque teria sido ótimo apostar numa caneta recarregável com o próprio Libra Colour, mas sem precisar de cabos. Mesmo assim, acho que a caneta vale muito a pena, a bateria dura imenso tempo e só preciso de a carregar de duas em duas ou, no máximo, de três em três semanas, dependendo do uso que lhe dou. Também compensa pelo magnetismo forte, que a mantém firmemente presa ao lado do Libra Colour. No outro lado do Libra Colour, onde estão os botões também adere bem, mas para quem for meio perfeccionista, pode incomodar um pouco o facto de ela não encaixar totalmente alinhada com o dispositivo. Já com a capa, que também tem um íman, a caneta acaba por ficar guardada na perfeição: para colocar, é só aproximar; para tirar, basta pressionar um pouco.
É importante referir que esta caneta só está disponível em preto ou branco e é compatível com o Kobo Libra Colour, Kobo Sage, Kobo Elipsa e Kobo Elipsa 2E. Contudo, apenas no Libra Colour é possível fazer marcações e destaques a cores.
Em relação à capa para o Kobo Libra Colour, é, para mim, um acessório essencial. Foi desenhada para encaixar que nem uma luva, e não protege só o e-reader, como também guarda a caneta Kobo Stylus 2, que fica presa magneticamente num sitio específico da capa, permitindo fechá-la completamente com a caneta bem segura lá dentro.
A capa destaca-se ainda pelo seu estilo minimalista, com um logótipo discreto no canto inferior direito, como de resto é habitual nas capas do Kobo. O revestimento tem uma textura que imita pele, o que acaba por trazer uma vantagem muito prática: ajuda a segurar o Kobo com firmeza e evita que este escorregue das mãos enquanto estamos a ler, especialmente durante sessões prolongadas. O que mais valorizo neste tipo de textura é o toque premium que transmite. No interior, o revestimento é suave e agradável ao toque, oferecendo uma sensação de conforto sempre que pegamos no e-reader, seja para um momento de leitura ou para escrever no bloco de notas.
Um detalhe que faz a diferença é a capa permitir ligar e desligar o Kobo automaticamente ao abrir ou fechar, o que torna o acesso aos livros praticamente instantâneo. Durante a leitura, podemos usar a capa em várias posições – totalmente aberta, com uma volta de 360º ou apoiada como se fosse uma “estante”. A pequena aba na margem recortada funciona como suporte, impedindo que a capa escorregue.
Como esta capa específica não tem o design em estilo “origami”, não permite manter o Kobo Libra Colour apoiado em posição horizontal. Pessoalmente, até considero isso uma vantagem, uma vez que acabo por ter mais espaço para a leitura. A capa encontra-se disponível em várias cores, como bege areia (a que escolhemos), azul e preto. A versão bege tem um tom pastel extremamente elegante – uma cor que, aliás, está muito na moda. A cereja no topo do bolo é a preocupação da Rakuten Kobo com o ambiente, já que a capa é feita com materiais reciclados e contribui para reduzir o plástico que, de outra forma, acabaria em aterros ou nos oceanos.
Para concluir, considero que o Kobo Libra Colour é a opção perfeita para quem procura um e-reader completo, confortável de segurar por longos períodos e com funcionalidades que vão muito além da simples leitura. O seu ecrã a cores não só valoriza a experiência visual (com capas e anotações mais apelativas), como também o torna ideal para quem gosta de intercalar a leitura com apontamentos e pequenos textos no dia a dia.
O preço de 239,99 € – neste momento está por 219,99€ – pode parecer um pouco elevado à primeira vista, mas justifica-se pelas suas funcionalidades de escrita a cores. A Stylus 2, vendida à parte por 69,99 €, é o complemento ideal para tirar partido de todas as possibilidades de escrita, seja em livros ou nos blocos de notas.
Para quem não sente necessidade de escrever nos livros ou fazer anotações com frequência, o Clara Colour continua a ser uma excelente alternativa, mantendo o ecrã a cores e uma leitura muito agradável, por um valor mais acessível.
Ainda assim, na minha opinião, o Libra Colour vence claramente esta “batalha” entre os dois modelos. Continua a ser o companheiro ideal para quem, como eu, lê e escreve em qualquer lugar e a qualquer hora.
Este dispositivo foi cedido para análise pela Kobo.