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Os Idles regressam em 2020 para apresentar Ultra Mono, um álbum que promete, mais uma vez, revolucionar o punk. Ainda está a uns meses de distância, mas acabou de ser lançado o segundo single e precisamos de falar sobre isto.

Há um mês foi lançado o primeiro single chamado “Mr. Motivator”, com um videoclip muito atual. Videoclip esse que contém quase na íntegra pessoas a fazer exercício em casa, uma atividade que cresceu exponencialmente durante o período de quarentena e isolamento social pelo mundo fora.

Este mês chegou a segunda surpresa com novo single, chamado “Grounds”. Segundo Joe Talbot, a música foi escrita com a intenção de incorporar e transmitir auto-confiança. Um género de contra-ataque para com todas as dúvidas com que nos deparamos e absorvemos erroneamente, fruto de opiniões de terceiros e barulho de fundo. O desejo era criar o som da mudança, vindo diretamente do coração – assim o fizeram.

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Lista cronológica de conteúdo relacionado com o novo álbum.

Para oferecer um bocado de contexto sobre a banda de punk-rock, vinda de Bristol (Reino Unido): A sua carreira enquanto coletivo começou em 2009, tendo sido lançando o primeiro extended play três anos depois. No entanto, foi apenas em 2017 que começaram a chamar à atenção com o álbum de estreia Brutalism.

Em 2018, já com nova label (Partizan), lançaram aquele que viria a ser o álbum catapulta para o patamar de “Messias” do panorama punk – falo de Joy as an Act of Resistence.

Também conhecido apenas por “Joy“, este trabalho dos Idles marcou 2018 sendo rotulado de “álbum revolucionário”. Contra todas as expetativas, Joy fugiu do anarquismo tão estereotipado do punk e, por sua vez, apelou à união, permutando a raiva e trauma por lições valiosas, deixando quem o ouviu a sentir verdadeiramente o título do álbum.

Ter entrado em vinte Top 10 de melhores álbuns de 2018 e cimentado um lugar sólido no top 5 de álbuns mais vendidos do Reino Unido nesse ano só veio afirmar que a qualidade da banda não é fruto do acaso. Somando performances ao vivo como a de Glastonbury, Jools Holland ou NPR’s Tiny Desk, anexou-lhes o selo de qualidade para provar que não são uma banda de estúdio apenas.

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Em 2020, os Idles aliaram-se à Partizan novamente para a produção do Ultra Mono, álbum que será lançado oficialmente a 25 de setembro de 2020.
Antes do lançamento, foram marcadas três performances a ser emitidas em direto a partir de um estúdio icónico (a revelar). Essas emissões vão ocorrer nos dias 29 e 30 de agosto e é possível adquirir o bilhete no site oficial da banda.

Falando um pouco mais sobre Ultra Mono, o álbum foi gravado em Paris com o contributo e orientação de produtores como Nick Launay (que já colaborou com artistas/bandas como Nick Cave, Yeah Yeah Yeahs ou Arcade Fire), Adam “Atom” Greenspan (produtor de trabalhos para Anna Calvi ou Cut Copy) e Kenny Beats (responsável pela produção de álbuns de FKA Twigs, DaBaby ou Vince Staples).
O intuito é ajudar a construir este álbum de tal forma que será difícil não ser uma sensação ao nível de muitos álbuns de rap, género musical que atravessa atualmente uma fase muito boa.

Ao longo de doze faixas, é-nos trazida a promessa deste ser tematicamente relevante com muita brutalidade à mistura, abordando assuntos como a inclusão, classe, nacionalismo, desigualdade de género, comunidade e masculinidade tóxica.

A nível de reforços, o coletivo britânico vai contar com a voz de Jenny Beth (dos Savages) e contribuições adicionais de Warren Ellis (dos Nick Cave and the Bad Seeds), David Yow e Jamie Cullum.

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Artwork de Ultra-Mono

Alinhamento de Ultra Mono:

1. War
2. Grounds
3. Mr. Motivator
4. Anxiety
5. Kill Them With Kindness
6. Model Village
7. Ne Touche Pas Moi (feat. Jehnny Beth)
8. Carcinogenic
9. Reigns
10. The Lover
11. A Hymn
12. Danke

Pessoalmente, sou suspeito quando falo de Idles porque, para além de ser fã de punk rock há mais de duas décadas, já acompanho o trabalho dos britânicos desde o lançamento de Brutalism e considero-os genuínos, sinceros e humildes. Características que, na minha opinião, são fundamentais em qualquer banda que se preze, pois quebra-se aquela barreira elitista entre a arte e público, tornando a experiência muito mais pessoal.

Só em tom de conclusão, preciso revelar que a vida me sorriu em 2018, quando tive a oportunidade de assistir a um concerto dos Idles no palco principal do NOS Primavera Sound e juro que foi brutal! Provavelmente entra no top 5 dos concertos que mais gostei de ver nessa edição do festival, que foi recheada de ótimas performances.

Só é pena que tenha acontecido antes do lançamento do segundo álbum. Felizmente, a setlist contou na mesma com faixas como “Danny Nedelko” e “Rottweiler”.

Agora é ouvir “Grounds” até à exaustão e aguardar até 14 de julho pelo próximo single chamado de “A Hymn”. Nem damos por ela e o álbum está aí. A premissa é interessante, logo pode-se dizer que as expectativas são boas.

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