HoverAir X1 – Review: simples, portátil, mas até onde vale a pena?

- Publicidade -

O HoverAir X1 oferece modos automáticos intuitivos e facilidade de uso, mas a performance em condições adversas revela as suas limitações.

Há algum tempo que os drones deixaram de ser exclusivos de profissionais ou entusiastas tecnológicos, passando praticamente a gadgets que se utilizam quase diariamente. As opções são muitas: usar para captar belíssimas imagens aéreas, para obras de construção cívil, para espetáculos ou outro tipo de eventos… enfim, a sua praticidade é vasta.

Tudo isto para dizer que a procura por este tipo de dispositivos compactos, fáceis de usar e capazes de captar imagens aéreas sem grandes conhecimentos técnicos, aumentou significativamente. Tanto que, hoje em dia, até supermercados já vendem este tipo de produtos.

Se muitas marcas começaram a lançar os seus próprios modelos, uns mais acessíveis que outros, há outras que optam por uma abordagem algo diferente, numa lógica de ter um drone que nos pode seguir para todo o lado. É essa a proposta da HoverAir com o seu X1.

Pequeno, leve e controlado por smartphone, o HoverAir X1 insere-se no segmento dos drones de selfie e promete facilitar a captação de imagens aéreas sem exigir conhecimentos técnicos ou comandos físicos. Mas por detrás dessa promessa de simplicidade, há vários compromissos que merecem ser analisados em detalhe.

Com apenas 172 x 91 x 43 mm quando dobrado e um peso de 125g, o X1 destaca-se pela portabilidade. Cabe facilmente numa mochila, numa bolsa ou, até, no bolso de um casaco. A construção é feita maioritariamente em plástico, o que levanta preocupações sobre resistência a impactos. Embora o mecanismo de dobragem das hélices seja funcional e as proteções integradas aumentem a segurança – sobretudo para quem nunca utilizou um drone -, o material transmite fragilidade. A sensação geral é de um produto pensado para ser leve, mas não necessariamente robusto. Salientar aqui também que as hélices, contrariamente a outros modelos, estão colocadas não em cima, a “descoberto”, mas sim por baixo, protegidas por uma espécie de grelha, o que fará com que nunca toquem nas vossas mãos, até porque, para o drone pousar, convém que o faça na palma da vossa mão – sim, o HoverAir X1 tem sensores para isso mesmo.

Um dos maiores argumentos do HoverAir X1 é a facilidade de uso, uma vez que a descolagem e aterragem fazem-se com um simples toque na aplicação. Não é necessário calibrar sensores, configurar controladores ou ajustar parâmetros de voo. Isto torna-o acessível a qualquer utilizador, mesmo sem experiência prévia. E para que levante voo, basta que deixem o drone aberto na palma da vossa mão.

O HoverAir X1 inclui ainda uma série de modos de voo automáticos que cobrem cenários típicos de utilização: o modo “Follow Me” segue o utilizador automaticamente, mantendo-o centrado na imagem, útil para vídeos em movimento ou atividades ao ar livre; o “Orbit” faz com que o drone rode em torno de um ponto fixo: o “Zoom Out” executa um afastamento progressivo, criando uma imagem ampla com o utilizador no centro; o “Bird’s Eye” sobe verticalmente para um plano zenital, dando uma vista panorâmica; o modo “Snapshot” permite tirar fotografias com um gesto simples da mão; e o “Dolly Track” simula um movimento cinematográfico de câmara, tentando reproduzir o efeito de um trilho.

Todos estes modos podem ser ativados rapidamente através da app. Na prática, funcionam com fiabilidade razoável, desde que o ambiente não seja demasiado caótico ou com obstáculos visuais significativos. Já o controlo por gestos, apesar de ser uma adição interessante, apresenta limitações. Em condições de pouca luz ou com demasiados elementos em movimento, a deteção falha com frequência. Não é um substituto fiável para comandos convencionais, mas pode ser útil em situações específicas.

A aplicação móvel tem um design limpo, com menus intuitivos e acesso direto às funções principais. Permite não só controlar o voo, como também ver em tempo real o feed da câmara, ajustar definições de imagem e, até, fazer edições básicas de conteúdo. E sim, há tutoriais integrados e dicas úteis, o que pode ser útil para quem nunca utilizou um drone. O desempenho geral da aplicação é positivo, mas está dependente da qualidade da ligação com o smartphone – no meu caso, tive alguns momentos em que a ligação Bluetooth entre ambos se perdeu, sem aparente motivo para tal.

Em todo o caso, referir que podem utilizar o HoverAir X1 sem recurso à aplicação, embora não seja totalmente recomendado. Isto porque o drone em si tem dois botões: um que liga e desliga o dispositivo, e outro mais pequeno que permite selecionar os modos anteriormente referidos. Pode ter a sua utilidade para modos como o Follow Me, mas para lhe retirarem todo o potencial, só mesmo via app dedicada.

No que toca à câmara, o HoverAir X1 grava a 2.7K a 30 fps e tira fotos de 12MP… e os resultados não são muito famosos. Mesmo tendo em conta resolução de 2592 × 1940 das imagens, há imensa falta de detalhe, cor, focagem… São daquele tipo de fotos que em ecrãs pequenos até parecem porreiras, mas que, quando se analisa como deve de ser, percebe-se que a qualidade deixa imenso a desejar. Ainda assim, é razoável q.b. para partilhas em redes sociais e utilização casual.

Já a estabilização eletrónica de imagem (EIS) de 3 eixos ajuda a suavizar os vídeos, reduzindo os tremores causados por movimentos repentinos. No entanto, esta estabilização tem os seus limites: em ambientes com vento moderado ou durante manobras mais bruscas, nota-se perda de estabilidade e tremores visíveis – aliás, experimentei usá-lo num desses dias mais ventosos e, assim que levantou voo, o drone rapidamente desceu para o solo. Por um lado é excelente, pois demonstra que a marca esteve atenta a este detalhe; por outro, mostra o quão “frágil” este drone HoverAir X1 é.

E claro, em situações de fraca iluminação, a qualidade geral da imagem torna-se pobre. Não é um sistema concebido para captar vídeo profissional, e isso torna-se evidente assim que se sai do contexto ideal de uso. Portanto, como qualquer smartphone dos dias de hoje.

O desempenho em voo é limitado, com uma velocidade máxima de aproximadamente 25 km/h e um alcance de controlo de até 30 metros, portanto esqueçam aquele tipo de fotos e vídeos que já viram no YouTube de paisagens lindíssimas a grandes distâncias. Além disso, a autonomia de voo ronda apenas os 11 minutos, o que é manifestamente insuficiente para sessões de gravação mais longas. Aliás, várias foram as vezes em que estava apenas a brincar com o HoverAir X1 e, de repente, lá vinha o aviso de bateria fraca…

Convém também referir que este drone não dispõe de GPS nem de sensores de deteção de obstáculos. Isto significa que temos de estar permanentemente atentos à localização do drone, o que não será particularmente difícil dado o seu limitado raio de ação. Em todo o caso, muita atenção em zonas rodeadas por árvores.

Em relação às questões legais, o HoverAir X1, por estar abaixo do limite dos 250g, escapa a muitas das exigências regulamentares que se aplicam a drones maiores. No entanto, isso não dispensa o cumprimento das normas básicas: manter linha de visão, respeitar zonas de exclusão aérea, evitar voar sobre pessoas ou edifícios, e estar ciente das regras locais em vigor. A leveza e simplicidade do drone não o tornam isento de responsabilidade.

O HoverAir X1 posiciona-se como um drone pensado para quem nunca pilotou antes e quer uma forma rápida e relativamente segura de captar imagens aéreas sem grandes complicações. É portátil, fácil de usar e oferece modos automáticos que produzem resultados decentes em condições ideais. No entanto, as suas limitações são evidentes: a qualidade de imagem é mediana, a autonomia reduzida, e a ausência de GPS e sensores de obstáculos limita o seu uso a cenários simples e com boa visibilidade.

Não é um drone para utilizadores exigentes, nem para quem pretende explorar a fundo a captação de vídeo aéreo. Mas pode ser uma porta de entrada aceitável para quem quer experimentar o conceito de forma descontraída… se estiverem dispostos a gastar os 329€ que a marca pede pelo HoverAir X1, valor que pode ser exagerado para muitos tendo em conta outras opções no mercado.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopes
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
- Publicidade -

Deixa uma resposta

Introduz o teu comentário!
Introduz o teu nome

Relacionados