A EN2, com 80 anos, vai receber novas intervenções e melhorias após o roteiro do ministro Miguel Pinto Luz, que percorreu os 738 km da estrada nacional.
Durante quatro dias, o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, percorreu a Estrada Nacional 2 (EN2), de Chaves a Faro, num total de 738 quilómetros, para ouvir os 35 autarcas dos concelhos atravessados por esta via. O périplo, inserido na iniciativa Ver para Fazer, permitiu traçar um retrato detalhado das necessidades do território e definir um conjunto de medidas destinadas a melhorar as condições da estrada e das populações que dela dependem.
O ministro sublinhou que o objetivo vai além da ligação física entre o norte e o sul do país. “Não basta ligar estradas. Temos de ligar vidas, oportunidades e igualdade de acesso à educação, à saúde e à habitação. Só assim o país se reencontra consigo próprio”, afirmou no final da viagem. Acrescentou ainda que a ambição do Governo é garantir que todos os portugueses tenham acesso às mesmas oportunidades, independentemente do local onde vivem, defendendo o princípio da coesão e da justiça territorial.
Durante a viagem, Miguel Pinto Luz recolheu propostas e preocupações dos autarcas, abrangendo não apenas as áreas sob tutela das Infraestruturas e da Habitação, mas também temas ligados à Juventude, à Saúde e à Educação. O roteiro culminou em Faro, onde foi inaugurada a rotunda EN2, no âmbito das comemorações dos 80 anos da estrada.
Entre as decisões já anunciadas, o Governo mandatou a Infraestruturas de Portugal para realizar um levantamento técnico aprofundado das necessidades da EN2. O objetivo é melhorar a segurança do traçado, requalificar marcos e bermas, criar áreas de descanso para autocaravanas e motociclistas e reforçar a sinalização turística que valorize a oferta cultural e gastronómica dos concelhos. Estão também previstos novos marcos de maior dimensão nos quilómetros 0 e 738, em Chaves e Faro, respetivamente.
Está igualmente prevista a requalificação de um troço de 43 quilómetros entre os distritos de Santarém e Portalegre, atravessando Abrantes, Ponte de Sor e Avis, cujo estado de conservação é considerado insatisfatório. A obra terá um preço base de 10 milhões de euros e será lançada por concurso público internacional. Outra intervenção será realizada ao quilómetro 710, em São Brás de Alportel, para reparar o abatimento do pavimento provocado por fenómenos geotécnicos resultantes das intempéries do último inverno.
As autarquias levantaram ainda diversas preocupações, nomeadamente a desclassificação de troços urbanos da EN2 para facilitar a requalificação em articulação com a IP, a definição do traçado do IP3 em perfil de autoestrada entre Coimbra e Mortágua e a construção de um acesso entre a A2 e o futuro heliporto de emergência de Vila de Rei. Foram igualmente destacadas necessidades de novas ligações rodoviárias e variantes que melhorem a acessibilidade e reduzam o isolamento, assim como a requalificação do IC9 na região do Médio Tejo, já contemplada na Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/2025.
Outras propostas incluíram a expansão da ferrovia, a modernização das estações, a requalificação da Barragem do Lapão e o reforço da oferta de habitação pública.
