O Governo divulgou o Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo, uma estratégia de 12 anos para modernizar o setor, promover inclusão e reforçar a participação desportiva.
O Governo apresentou hoje o Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo, um documento que inaugura a primeira estratégia de longo prazo dedicada ao setor em Portugal. Pensado para acompanhar três ciclos olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos, o plano reúne um conjunto de medidas que visam aumentar a participação desportiva, reduzir desigualdades persistentes e atualizar um sistema frequentemente condicionado por limitações estruturais. A proposta apoia-se em seis eixos estratégicos e integra políticas dirigidas à educação, à inclusão, ao desenvolvimento de talento, ao alto rendimento, à modernização das infraestruturas e ao financiamento.
Com um horizonte de 12 anos, o documento procura consolidar o desporto como parte do quotidiano nacional, reforçando a sua função enquanto instrumento de saúde pública, inclusão social e projeção internacional. A execução das medidas pretende ainda fortalecer a coesão territorial e promover a igualdade de oportunidades, numa resposta a desafios que se têm mantido ao longo das últimas décadas, desde níveis baixos de atividade física até à obsolescência de grande parte da rede de equipamentos.
Entre as áreas de atuação, o Governo coloca a educação física nas primeiras etapas de escolaridade como ponto essencial para criar hábitos duradouros de vida ativa. Para esse efeito, prevê um investimento de 8,3 milhões de euros na formação contínua de educadores de infância e de 20,9 milhões de euros na capacitação de professores do 1.º ciclo. A intenção é assegurar que todas as crianças tenham acesso regular a práticas que contribuam para o seu desenvolvimento físico e social.
O Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo incide também sobre a disparidade de género na participação desportiva. Para contrariar esse desequilíbrio, será criada uma linha de apoio de 7 milhões de euros destinada a clubes e associações que desenvolvam programas dirigidos a raparigas e mulheres, garantindo condições de acesso mais equitativas.
No domínio da inclusão, o documento contempla uma linha de financiamento de 5 milhões de euros enquadrada num programa mais amplo de 65 milhões de euros, destinada à qualificação de clubes e técnicos para assegurar que as pessoas com deficiência dispõem de condições adequadas para a prática regular e segura de desporto.
No que respeita às infraestruturas, o Governo reconhece a necessidade de modernizar equipamentos envelhecidos ou desajustados às exigências atuais. Para isso, mobiliza 48,3 milhões de euros para requalificação de instalações em várias regiões, destacando um investimento de 19,3 milhões de euros no Centro Desportivo Nacional do Jamor. A intervenção incide na melhoria da acessibilidade, da capacidade de alojamento e das condições técnicas de treino, reforçando o papel do Jamor como referência no alto rendimento.
