Executivo aprova plano nacional para controlar a macroalga asiática Rugulopteryx okamurae, com medidas de monitorização, remoção e investigação.
O Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora Rugulopteryx okamurae, uma espécie exótica de origem asiática cuja presença se tem intensificado nas zonas costeiras portuguesas, com especial incidência no Algarve e em Cascais. A medida foi formalizada por portaria conjunta dos Ministérios do Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas.
A estratégia define um conjunto articulado de medidas destinadas a monitorizar, controlar e valorizar a biomassa desta alga invasora, procurando mitigar os impactos ambientais, sociais e económicos associados à sua proliferação. O documento assenta em cinco eixos fundamentais: vigilância e cartografia, resposta operacional no terreno, aproveitamento da biomassa, aprofundamento da investigação científica e reforço da coordenação institucional.
A abordagem adoptada pressupõe uma resposta coordenada entre entidades nacionais, regionais e locais, num esforço conjunto liderado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que assumirá a coordenação do Grupo de Trabalho Nacional. Este grupo integrará representantes de organismos científicos, autarquias e estruturas ligadas ao setor do mar.
A crescente presença da Rugulopteryx okamurae nos ecossistemas marinhos e o impacto nas comunidades costeiras exigem uma atuação rápida e tecnicamente fundamentada. A Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, sublinhou que a estratégia se baseia nas melhores evidências científicas disponíveis, com o objectivo de proteger o litoral português e salvaguardar atividades como a pesca e o turismo costeiro.
Entre as ações previstas estão a remoção mecânica da alga em zonas críticas, a realização de estudos sobre o seu potencial de aproveitamento para fins industriais ou agrícolas, a mobilização de equipas regionais de resposta rápida e a criação de uma base de dados nacional georreferenciada para acompanhar em tempo real a evolução da espécie ao longo da costa portuguesa.
Foto: Sylvain Le Bris