A remoção gradual das funcionalidades de avaliação nas páginas escolares do Google Maps ficará concluída nas próximas semanas.
A partir do final de abril, os utilizadores do Google Maps deixarão de poder classificar ou deixar comentários sobre escolas. A decisão, já confirmada por um porta-voz da Google, aplica-se a instituições de ensino primário, básico e secundário em todo o mundo, e surge na sequência de crescentes preocupações com o uso indevido da plataforma.
A medida foi motivada pela presença recorrente de conteúdos inadequados e fora do contexto educativo. Comentários ofensivos, acusações infundadas e críticas muitas vezes emocionais tornaram-se comuns nas páginas de várias escolas no Google Maps. Estas publicações, na sua maioria deixadas por antigos alunos ou encarregados de educação insatisfeitos, não só violam as normas da plataforma como comprometem a reputação de instituições públicas e privadas.
Ao contrário do que acontece com estabelecimentos como restaurantes ou hotéis — onde as avaliações dos utilizadores contribuem para uma decisão de consumo mais informada —, a utilidade de tais comentários no contexto escolar tem sido posta em causa. A escola é considerada um espaço complexo, com dinâmicas pedagógicas e sociais que não se resumem a experiências individuais isoladas. Vários profissionais da educação e estruturas sindicais já têm alertado, nos últimos anos, para o impacto negativo destas avaliações. As escolas passaram a estar sujeitas a uma espécie de escrutínio público informal e parcial, com repercussões tanto internas como externas. Em alguns casos, estas críticas online têm contribuído para climas escolares mais tensos, alimentando conflitos entre a comunidade educativa.
