Enquanto as fraudes digitais disparam, a Google reforçou a proteção com novas ferramentas. Mas será que todos os utilizadores estão igualmente preparados?
As fraudes digitais são uma constante diária difícil de evitar. Sejam mensagens de texto fraudulentas, e-mails suspeitos ou chamadas de números falsos, os ataques multiplicam-se — e com eles, os prejuízos. De acordo com dados do FBI, só em 2023 as vítimas de fraudes digitais perderam cerca de 16,6 mil milhões de dólares, um aumento de 33% em relação ao ano anterior – dados correspondentes aos Estados Unidos da América.
O fenómeno não está confinado a uma plataforma, já que a mesma chega por SMS, redes sociais, e-mail e até por chamadas automáticas. Um estudo recente da Morning Consult, em parceria com a Google, revelou que mais de 60% dos consumidores nos Estados Unidos já foram alvo de tentativas de fraude digital. E há mais: cerca de um terço admite ter sofrido um roubo de dados pessoais. Apesar de tudo, há sinais positivos e a maioria dos utilizadores começa a ganhar “faro” para essas fraudes. Mais de 80% dos inquiridos dizem sentir-se capazes de reconhecer tentativas de fraude, quer por desconfiarem de links estranhos, mensagens com pedidos urgentes ou exigências de dados sensíveis. No entanto, a forma como cada um se protege destas ameaças varia muito consoante a geração.
Os utilizadores mais experientes, como os pertencentes à Geração X e aos baby boomers, mantêm-se fiéis a métodos clássicos, como palavras-passe complexas, autenticação em dois passos e, por vezes, até papel e caneta para guardar logins. Embora eficazes até certo ponto, estas soluções já não acompanham a sofisticação dos atuais ataques, especialmente quando as mesmas credenciais são reutilizadas em várias contas. Por outro lado, os mais jovens — especialmente a Geração Z — estão a adotar formas de proteção mais modernas. Muitos já não utilizam as passwords tradicionais, preferindo autenticação por impressão digital, reconhecimento facial ou login com contas de serviços como a Google. Isto permite-lhes não só maior segurança, mas também comodidade, já que centralizam os acessos a partir de um único serviço e reduzem o risco de esquecimento ou fuga de dados.
A Google afirma estar atenta a estas mudanças de comportamento e tem apostado forte na integração de ferramentas de segurança nos seus serviços. O Gmail, por exemplo, bloqueia automaticamente mais de 99,9% das tentativas de phishing, spam e malware antes sequer de chegarem ao utilizador. No Android, funcionalidades como o “Call Screen” ajudam a filtrar chamadas suspeitas, enquanto mensagens SMS são analisadas em tempo real para detetar esquemas de burla. Para além disso, o gestor de passwords da Google passou a ser mais do que um simples repositório, alertando os utilizadores sempre que uma das suas credenciais é comprometida, sugere passwords seguras e preenche os dados automaticamente. A empresa também está a promover o uso das chamadas PassKeys, uma solução que dispensa passwords e permite iniciar sessão com recurso a dados biométricos, como a impressão digital ou o rosto. A promessa é simples: mais segurança, menos complicações.
No final, a proteção online não é apenas uma questão de tecnologia — é também uma questão de hábito. Seja qual for a geração, o essencial é manter-se informado, adotar boas práticas e estar atento aos sinais. Os ataques estão cada vez mais sofisticados, mas também existem mais ferramentas ao nosso dispor para os evitar. A chave está em saber utiliza-las.