Fórmula 1 – Grande Prémio do Reino Unido com dois pilotos da casa no pódio

O Grande Prémio do Reino Unido voltou a contar com o domínio do Red Bull de Max Verstappen e com um mau resultado para o outro carro Red Bull com Sergio Pérez a acabar a corrida em P6. Mas para além de uma corrida lamentável da Ferrari e de uma Williams forte foi a McLaren que surpreendeu com Lando Norris a acabar em P2 e Piastri a acabar em P4 atrás de Lewis Hamilton em P3. Ah e sim, o primeiro pódio com dois britânicos, em Silverstone, desde 1999.

Talvez por ser um país que também considero meu, ou talvez por ser para mim um dos melhores circuitos no calendário, vivi o Grande Prémio do Reino Unido como não vivo outro durante o ano de Fórmula 1. Talvez também por isto, não consegui esconder a felicidade de ver dois McLaren na linha da frente e Lando Norris até a liderar as primeiras voltas do GP e, no fim, de ver Norris e Hamilton a subir ao pódio.

Fórmula 1

A McLaren. É que nem vale a pena pensar noutra equipa ou noutro resultado. Os upgrades que a equipa de Woking trouxe para o seu Grande Prémio mostraram que, ao continuar nesta rota, estão prontos para lutar com os outros 17 carros que preenchem a grid… digo 17 porque o carro de Max Verstappen continua a estar na frente sem grandes problemas, mas ao continuar assim e com a Red Bull a demorar a trazer os seus upgrades, o piloto neerlandês pode começar a ter que suar para parar a equipa com os carros Papaya.

Sobre a McLaren quero ainda dizer que fiquei em choque quando a equipa decidiu meter pneus de composto duro a poucas voltas do fim (durante um safety car) em vez do composto macio no carro de Lando Norris. Max, na frente, troncou para macios e Hamilton, em P3 na altura, também. Por momentos pensei mesmo que Hamilton conseguisse passar o compatriota e subir a P2, mas a verdade é que a estratégia da McLaren esteve no ponto: Sabendo que os seus carros são propícios a aquecer pneus e a gastar os mesmos a uma velocidade alucinante o composto duro acabou por ser a escolha acertada, tão acertada que até Oscar Piastri esteve perto de passar Lewis Hamilton e dar à McLaren o merecido P2 e P3. Não aconteceu, mas o futuro parece sorridente.

Uma nota também aos upgrades que a Williams tem, discretamente, feito no seu carro: Mais uma equipa da casa com um excelente resultado. Albon acabou em P8, à frente de dois Ferrari, para desgosto dos Tifosi, e Logan Sargeant logo atrás da Scuderia em P11. Excelente.

Bom resultado também para Hamilton, de forma individual, que começou em P7, caiu para P9 e conseguiu participar nas celebrações do pódio ao acabar em P3.

Fórmula 1.5

Vou ter que dedicar este espaço a outra equipa da casa. Com os seus headquarters em Silverstone, a Aston Martin parece que andou para trás. Se no início do ano era o Aston de Alonso que parecia dar algum trabalho a Max Verstappen e à Red Bull agora, principalmente neste Grande Prémio do Reino Unido, os papeis inverteram-se e Alonso teve que puxar de toda a mestria que tem para conseguir acabar em P7 e não muito longe do Williams de Albon.

Já Stroll acabou em P14 depois de uma penalização de 5s por ter acabado com a corrida de Pierre Gasly num dia em que também a Alpine quererá esquecer rapidamente depois de ter os seus dois carros a não conseguir acabar a corrida.

A Aston Martin precisa de olhar para o que tem, perceber se há algo para mudar, e voltar mais forte na Hungria… isto caso queira manter a luta para P2 na tabela de construtores com a chama acesa. Caso não queira, a Mercedes agradece.

Andar de Kart ao domingo

No último texto que vos pedi para ler acabei o segmento “Fórmula 1.5” da mesma forma que vou começar este segmento:

“Oh ferrari, che sciocco”

A construtora italiana continua a andar para trás e, mesmo estando quase 100 pontos à frente da McLaren na luta pela P4 dos construtores, é preciso ter cuidado porque se tudo continuar como está é bem possível que daqui a uma mão-cheia de GPs a conversa seja outra.

Seja azar, estratégias erradas, alguns desentendimentos entre dois pilotos que querem estar os dois no papel de piloto principal ou até falta de controlo por parte da equipa o que faz com que tudo isto aconteça em simultâneo não sei… sei apenas que a Ferrari precisa de parar, respirar fundo e começar a mostrar, finalmente, porque é que é uma das equipas com mais história, e conquistas, no mundo da Fórmula 1.

Porque reparem, uma coisa é a Haas ser inconsistente, ou até a Alpha Tauri não conseguir sair dos maus resultados… outra coisa é a Ferrari, a Ferrari, estar onde e, mais importante, como está. Uma tristeza.

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