Decisão do tribunal pode crucificar muitas outras empresas.
Para quem não sabe, na passada segunda-feira, dia 5 de agosto de 2024, a justiça americana reconheceu que a Google é culpada pelo abuso da sua posição dominante e monopolista no mercado das pesquisas online. Ao pagar milhares de milhões de dólares às empresas para garantir que o seu motor de busca seja instalado por defeito, a empresa terá bloqueado completamente o mercado de pesquisas online em seu benefício.
De facto, a Google paga somas absolutamente absurdas para garantir um lugar de eleição para o seu motor de pesquisa. A Apple terá recebido quase 20 mil milhões de dólares para garantir que o Google Search fosse o mecanismo de pesquisa padrão do Safari. Para a Apple, a perda destes milhares de milhões de dólares, suavizada ao longo de vários anos, não iria realmente abalar os seus resultados financeiros, mas para outras empresas, este défice é uma ameaça mortal.
Este é o caso da fundação Mozilla, à qual devemos o navegador Firefox. Em 2022, a Mozilla terá recebido 510 milhões de dólares em royalties dos seus parceiros. E o gigante das pesquisas é, de longe, o maior parceiro “financeiro” da Mozilla: 70% das receitas da empresa chegam da Google, o que significa que o fim desses pagamentos colocará a Mozilla à beira do colapso… e por arrasto o Firefox.
Firefox com a corda no pescoço por causa da Google?
Ainda não chegámos a esse ponto, mas a Mozilla já está a analisar os termos exatos do veredicto do tribunal. Por sua vez, a Google tem planos para recorrer da decisão. Um adiamento, portanto, para o navegador com a “raposa de fogo”.
