A EBU redefine regras de promoção, reduz votos por utilizador e reforça júris profissionais na Eurovisão 2026.
A União Europeia de Radiodifusão anunciou com um conjunto de alterações ao sistema de votação do Festival Eurovisão da Canção, numa tentativa de tornar mais transparente o processo que determina os resultados do evento.
Segundo Martin Green, diretor do certame, a prioridade passa por assegurar que a Eurovisão continua a ser um espaço neutro e dedicado à música. O responsável sublinha que o evento não pode servir outros propósitos e que as regras existentes passarão a ser aplicadas com maior rigor, abrangendo letras, encenações e comportamentos que possam distorcer a competição.
Uma das alterações mais sensíveis diz respeito à forma como a promoção dos artistas será enquadrada. A EBU reconhece que a divulgação faz parte da indústria musical, mas quer impedir campanhas desproporcionadas ou suportadas por entidades externas, incluindo organismos governamentais. O novo regulamento estabelece que emissoras e intérpretes ficam impedidos de colaborar, direta ou indiretamente, com iniciativas que visem influenciar o sentido de voto. Qualquer tentativa de interferência poderá resultar em penalizações.
Outro ponto relevante é a redução do número máximo de votos por método de pagamento, que baixa de 20 para 10 a partir de 2026. O objetivo é incentivar o público a distribuir preferências por várias canções, evitando concentrações excessivas num único participante e promovendo uma competição mais equilibrada.
O regresso dos júris profissionais às semifinais representa igualmente uma mudança significativa. Após alguns anos de ausência nesta fase, voltam agora com um peso semelhante ao do televoto, aproximando o processo de seleção daquele que vigora na final. A EBU acredita que esta alteração permitirá qualificar um conjunto mais equilibrado de canções, combinando propostas com mérito artístico e potencial de popularidade. A composição dos júris também se alarga: passam de cinco para sete elementos e passam a incluir perfis mais diversificados, como críticos e jornalistas musicais, professores de música, criadores ligados ao espetáculo e profissionais experientes da indústria, além de, no mínimo, dois jurados entre os 18 e os 25 anos.
No plano técnico, a EBU continuará a reforçar os mecanismos destinados a detetar e bloquear votos fraudulentos ou coordenados, trabalhando com o seu parceiro especializado para identificar padrões suspeitos e agir de forma preventiva. A intenção é garantir que o resultado reflete a vontade real do público, sem interferências artificiais.
A Eurovisão 2026 está marcada para 12, 14 e 16 de maio, em Viena, na Áustria.
