Ensaio ao Tesla Model Y Juniper Long Range RWD (2025) – O SUV mais vendido do mundo foi renovado

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Na generalidade, a Tesla manteve tudo o que funcionava bem na versão anterior do Model Y, embora existem alguns pontos por afinar.

Nos dias de hoje já não é estranho dizer que a Tesla é daquelas marcas que veio para ficar. A maior prova disso é claramente a quantidade de vendas que a marca tem conseguido fazer em termos mundiais, sendo que alguns modelos chegam, ou chegaram a ser, os mais vendidos no mundo no segmento dos veículos elétricos.

Já este ano, a Tesla fez chegar ao mercado uma renovação de um dos seus maiores best sellers, o Testa Model Y, que agora ganhou o nome Juniper para caraterizar a renovação a que foi sujeito.

O Model Y apresenta-se, assim, com linhas totalmente redesenhadas que aumentam a eficiência em estrada, agora com autonomia para 622km, e que reduz (e muito) alguns ruídos registados no modelo anterior.

Apercebi-me desde logo do corte total com a anterior linhagem do Model Y graças a diversos componentes estéticos bastante inspirados no Cybertruck, como por exemplo a barra LED que percorre toda a frente do veículo, e a barra LED vermelhada que percorre toda a sua traseira. Este novo Model Y apresenta-se, portanto, com linhas mais futuristas e menos clássicas, mantendo ainda assim toda a essência e dimensões já registadas pelo modelo anterior. Quanto aos materiais exteriores, existiu uma evolução significativa, denotando-se a utilização de materiais mais robustos que compõem as partes plásticas exteriores deste novo Y.

Quanto à bagageira, esta é enorme, oferecendo cerca de 822 litros de capacidade. Quando rebatemos os bancos, que agora são rebatíveis de forma elétrica, ficamos com uma capacidade total de 2.130 litros de armazenamento, cerca de mais 100 litros do que a versão anterior, o que nos permite levar quase a casa inteira dentro do carro. Não esquecer o facto de que também temos disponível uma outra bagageira, neste caso localizada no porta-bagagens dianteiro, com 116 litros de capacidade e que conta com uma válvula que pode ser aberta caso seja necessário drenar algum líquido para o chão que seja derramado neste compartimento.

Entrando neste novo Y, depressa reparei nas diversas melhorias levadas a cabo pela marca, tendo em conta certamente alguns dos feedbacks remetidos pelos seus clientes de versões e modelos anteriores deste Y. A primeira que me saltou logo à vista é o regresso do tão amado manípulo de piscas, em vez daquele que é colocado no volante de modelos como o Tesla Model 3 Perfomance, que experimentei há uns meses. Para mim, esta é uma das melhores mudanças efetuadas pela marca rumo à simplicidade de utilização e menos ao minimalismo já imposto em cada modelo.

Salta também à vista o painel de bordo totalmente redesenhado e a utilização de materiais de maior qualidade, quer nos estofos, quer no painel de bordo e, até, nas portas, o que dá claramente uma garantia de maior durabilidade dos materiais usados no interior deste Model Y.

Outra das grandes novidades do Model Y é, para além do aquecimento dos bancos, a possibilidade de ventilação dos mesmos, sendo possível ativar as mesmas a partir da aplicação móvel.

A insonorização foi outra das maiores apostas da Tesla, optando aqui por vidros acústicos que reduzem bastante os ruídos vindos do exterior, seja quando nos encontramos parados, seja quando estamos em andamento.

Relativamente ao sistema de info entretenimento, temos no interior um ecrã táctil de 15,4 polegadas no painel de bordo que controla todas as funcionalidades do carro, bem como um ecrã táctil de 8 polegadas colocado na segunda fila de bancos. O software continua a ser um dos melhores disponíveis no mercado, assegurando o acesso a todas as funcionalidades do carro à distância de um toque. É de notar que este, apesar de bastante robusto e completo, por decisão da marca, o Android Auto e o Apple Carplay continuam a ser deixados de parte, não existindo atualmente uma previsão para a sua disponibilização.

Em termos de aplicações disponíveis, temos acesso a mapas metereológicos em tempo real, um mapa com base Google com capacidade de cálculo de desvios – tendo sempre em conta a necessidade ou não de carregar a viatura durante um determinado percurso – e aplicações como o Tesla Arcade, Netflix e Apple Music, que nos ajudam a passar o tempo enquanto aguardamos a finalização de uma carga rápida a meio de um percurso.

Mas antes de ir para o verdadeiro ensaio em estrada, dei por mim a testar as funcionalidades do Summon num parque privado. E não é que são verdadeiramente incríveis? Desde pedir ao carro para vir ter comigo, à possibilidade de deslocar o carro para frente e para trás utilizando apenas a aplicação Tesla, faz com que esta seja uma das funcionalidades mais espetaculares testadas até hoje num carro. Testei ainda o estacionamento automático que, na grande maioria das situações, funcionou bastante bem, mas que revelou algumas dificuldades durante o processo de estacionamento quando o parque continha pavimento empedrado, lancis um pouco mais altos ou, até, um pouco mais de exposição solar.

Já em viagem, denotei uma maior estabilidade em estrada, principalmente em curva, tendo por base o Model Y anterior. Este incremento de estabilidade é certamente consequência da revisão de chassis e suspensões levada a cabo pela Tesla neste novo Model Y. Apesar deste incremento de precisão em curva, este continua ainda um pouco atrás da sua concorrência direta e tem ainda um caminho a percorrer rumo à sua otimização.

Para mim, um ponto menos positivo é, claramente, o mesmo que já se registava no Model Y anterior: a brecagem em manobra. Por outras palavras, continua a ser muito difícil inverter a marcha deste novo Model Y quando tempos pouco espaço disponível para manobra, o que implica que tenhamos que fazer n manobras para que consigamos inverter a marcha em certas e determinadas condições.

Arrancando para um trajeto com cerca de 389 km, a uma velocidade de 120-130km/h, apenas tive de efetuar uma paragem de cerca de 15 minutos nos Superchargers da Mealhada para que pudesse continuar o caminho rumo ao destino e ainda ficar com uma autonomia de cerca de 37% à chegada.

Quanto a consumos, registei um consumo de 15,5kwh/100km para um circuito 80% de autoestrada e 20% urbano e extraurbano. Sendo um percurso maioritariamente de autoestrada, é um dos melhores consumos já obtidos nestas condições.

Já em circuito 100% urbano, foi possível registar um consumo ainda menor, fixado nos 13.4kwh/100km, consumo este super bom para as dimensões e características do Model Y e que faz com este seja um dos carros elétricos mais económicos atualmente.

Durante o regresso, efetuei mais cerca de 300km, sendo que parei ao fim de 150km, neste caso em Fátima, para dar mais 15 minutos de carga num Tesla SuperCharger, antes de prosseguir viagem.

No total, percorrei 955 km com um consumo médio de 15kwh/100km, consumo este bastante bom comparativamente às restantes ofertas disponíveis no mercado.

Na generalidade, a Tesla manteve tudo o que funcionava bem na versão anterior do Model Y, tal como a sua grande bateria de 75kWh, focando-se assim em melhorar alguns aspetos, tais como o já referido regresso da haste dos piscas em detrimento de dois botões no volante, ou até da inclusão de uma tomada USB-C de 65W no compartimento de arrumação do apoio de braço.

Dois dos pontos claramente a afinar pela marca são a suspensão – que apesar de melhorada, podia ainda ser um pouco melhor e mais precisa -, e a revisão da brecagem do Model Y, algo que reduziria consideravelmente o número de manobras necessárias para inverter o sentido de marcha em espaços pequenos.

Quanto às médias, tal como referi anteriormente, são talvez das melhores que tenho encontrado em veículos elétricos, tanto em percurso urbano como extraurbano, e até autoestrada.

O preço da unidade ensaiada, Tesla Model Y Juniper (2025) Long Range de tração traseira (RWD) com capacidade de condução autónoma total, é de 50.630€ + impostos, o que perfaz os 62.275€, e pode ser desde já encomendado online ou num concessionário português Tesla.

Hugo Faria
Hugo Faria
Licenciado em Informática de Gestão e com Mestrado em Sistemas de Informação de Gestão na Coimbra Business School, fui um dos que contribuiu, do ponto de vista tecnológico, para o nascimento do Echo Boomer. Tenho uma paixão que se divide pela tecnologia, pela música e pelos automóveis, tópicos esses que são explorados por mim em cada artigo que escrevo e publico por aqui.
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