Ensaio ao Renault 5 E-tech – Um remake carregado de história e mística

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A qualidade de construção e linhas futuristas, sempre sem nunca esquecer as suas origens, faz com que o Renault 5 possa voltar a ser o carro utilitário perfeito para as famílias de hoje.

Quando as conversas em família, ou até com amigos, entram no tema de carros antigos, é bastante comum lembrarmo-nos de diversos episódios marcantes da nossa infância. Seja por termos tido algumas miniaturas de modelos icónicos, ou pelas boleias que os mais velhos nos davam nessa altura, ainda por cima com alguns modelos que hoje consideramos míticos, memórias é coisa que não falta.

O Renault 5 é um desses modelos míticos e fiáveis que nos transportaram por diversas vezes e que nos carregaram de inúmeras memórias de infância, desde o trajeto casa-escola, ao trajeto em família até à praia mais próxima.

30 anos depois, a tecnologia evoluiu, mas o misticismo deste modelo manteve-se intacto até aos dias de hoje, altura em que a Renault foi ao passado e trouxe de novo o 5, mas agora em versão totalmente elétrica.

Quando vi este modelo pela primeira vez ao vivo, facilmente concluí que o aspeto exterior não deixa qualquer dúvida: Estamos na presença de um Renault 5 do futuro. As linhas deste novo modelo baseiam-se claramente na versão clássica, mas ligeiramente mais arredondadas. Nota-se também que houve algum cuidado por parte das equipas de design da Renault ao manter o formato de alguns componentes do modelo, tais como o formato da tampa do porta-bagagens e uma reinvenção futurista dos marcantes farolins verticais e dos faróis quadrados. Por outras palavras, arrisco-me a dizer que este 5 teve, por base, duas versões do passado: A parte da frente claramente foi herdada da versão base do 5 do ano de 1977, enquanto que a sua traseira surge da versão 5 turbo ,comercializada entre os anos de 1980 e 1984.

Entro agora no Renault 5 e bato de caras com um interior bastante moderno, mas cheio de pormenores que me fazem recuar 30 anos. Um deles é, claramente, o tablier, preenchido pelos típicos “quadro de instrumentos” e o sistema Open Rlink, tal como é comum nos veículos mais recentes da marca, juntando a isso o pormenor em LED do clássico “Renault 5” e uma base horizontal em ganga, claramente inspirada noutra das versões clássicas do Renault 5 de 1989: o Blue Jeans. Já os bancos foram também claramente inspirados numa mistura entre o Blue Jeans e o Renault 5 Turbo.

Também no 5 a alavanca seletora de velocidades continua a seguir a tendência dos restantes modelos mais recentes da Renault, ao ser posicionada na parte de trás do volante. Esta foi também uma ideia claramente “roubada” dos velhinhos Renault 16 e 4. É importante referir que a extremidade desta alavanca de velocidades pode ser personalizada com diversos “e-pop shifters” disponíveis no catálogo de acessórios do 5. Por falar em personalização, é possível dar um toque pessoal aos espaços de arrumação com os organizadores “3d print@flins, made in France”.

Outro dos pontos que considerei bastante positivos neste modelo foi a presença de um sistema de som de alta qualidade, composto por 9 altifalantes da Harman Kardon que me brindou com um excelente som durante o meu percurso de ensaio desta unidade cedida pela Renault.

Fui também surpreendido pela presença de um assistente pessoal no sistema Open Rlink: O Reno. Este assistente, alegadamente ligado ao sistema ChatGPT, aparecia cada vez que colocava o 5 em funcionamento e sempre que referia o nome “Reno”. “Reno, liga o ar condicionado” ou até “Reno, desembacia o vidro da frente” foram algumas das tarefas que dei a este assistente do 5 e que este concluiu com sucesso, sem que tivesse de tocar num botão sequer.

A bagageira, apesar de não ser muito grande, tem cerca de 277 litros, pelo que consegue ser ligeiramente que a dos rivais diretos do segmento B.

Depois de percorrer uns bons quilómetros a bordo deste 5, posso claramente afirmar que gostei de diversos aspetos, tais como a precisão da direção, estabilidade em curva e, até, do desempenho dados por este motor elétrico de 150cv de potência. Quanto à autonomia, este modelo surge equipado com a bateria de 52kwh, o que, segundo a marca, fornece autonomia para 410km WTLP em modo confort. O certo é que, tanto em circuito urbano, como em circuito misto, por mais cuidados que tivesse tido, nunca consegui obter mais do que 380km de autonomia real. Contudo, este nunca foi um fator que me preocupasse muito, pois as presenças de carregadores de CA de 11kwh (para paragens mais prolongadas) e de CC de 100kwh para carregamentos mais rápidos (10 min) deu-me uma tranquilidade maior ao percorrer uma distância total de cerca de 480km sem grandes sobressaltos.

Relativamente a consumos, em circuito urbano, consegui consumos na ordem dos 12 kwh/100km, um valor bastante bom e competitivo para o segmento onde este se insere.

Quando a minha aventura passou por percorrer algumas estradas secundárias e, até, autoestradas, o consumo disparou para os 17.3Kwh/100km, valor este um pouco alto, mas nada escandaloso tendo em conta a concorrência.

Terminado o ensaio, posso afirmar que este é um modelo que a Renault trouxe do passado e acredito que tenha todas as condições para ficar connosco por um bom tempo. A qualidade de construção e linhas futuristas, sempre sem nunca esquecer as suas origens, faz com que o 5 possa voltar a ser o carro utilitário perfeito para as famílias de hoje.

No que toca a valores, o preço do 5 com 150cv de potência começa nos cerca de 33.000€ na versão techno (versão ensaiada), podendo atingir os 35.000€ na versão iconic. Para além da motorização elétrica de 150cv, está também disponível uma motorização elétrica de 120cv de potência, mais direcionada para circuito urbano e com uma autonomia para 312km WTLP.

As encomendas do 5 encontram-se abertas, podendo ser configuradas no website da marca e posteriormente modificadas e encomendadas num concessionário Renault.

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