Ensaio ao Mazda MX-30 e-Skyactiv R-EV AT 2WD – Da simplicidade ao rigor dos ares nipónicos

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O Mazda MX-30 está muito longe de ser um modelo consensual… Saibam porquê.

A Mazda, marca nipónica marcada por lançamentos de modelos icónicos tais como os famosos MX-5 Miata, decidiu, em 2023, combinar os espíritos de um SUV familiar híbrido com o de um veículo coupé desportivo. Desta mistura resultou o nascimento do Mazda MX-30.

Este veículo é equipado com um motor elétrico, com uma potência máxima de 170CV e com uma bateria de 17.8kWh que pode ser carregada em CA a 11kWh (trifásico) ou 7.2kWh (monofásico) e em CC a 36kWh.

Quanto ao motor a combustão, este equipa com um motor rotativo, tão característico da Mazda, com 830cc e 74cv, servindo apenas como gerador da bateria de tração de 17.8kWh que alimenta o motor elétrico do MX-30.

Segundo indicação da marca, o Mazda MX-30 consegue percorrer um total de até 630km, sendo que, destes, 85km podem ser percorridos de forma totalmente elétrica e sem uso do motor a gasolina.

Estamos agora em 2025 e a Mazda resolveu atualizar o MX-30, ainda que se tenha mantido fiel ao modelo lançado em 2023, mas com algumas novidades, como a possibilidade de combinações Multi-Tone e algumas mudanças no interior, tais como a cor da cortiça ou até na adoção de tecido preto e pele artificial de cor branca ou preta.

A mistura de linhas clássicas e desportivas é evidente no MX-30, com a presença de uma frente bastante característica dos veículos da marca, combinada com aquela agressividade emanada pelas linhas desportivas presentes na sua traseira.

Quanto à forma como a Mazda desconstruiu o conceito coupé ao colocar uma meia-porta com abertura invertida como modo de acesso aos lugares traseiros, confesso que esta questão também me surpreendeu, pois foi a primeira vez que presenciei um veículo com este tipo de acesso à segunda linha de bancos. A meu ver, esta é uma das maiores limitações sendo este um modelo citadino, uma vez que é sempre necessário sair o condutor e o passageiro do veículo para que os passageiros traseiros consigam sair dos lugares de trás.

Denotei também de forma imediata a presença de faróis LED adaptativos que adaptam o feixe de luz emitido pelos máximos de forma a não encadear veículos que circulem no sentido contrário ao do nosso veículo.

Nesta versão ensaiada vem também instalado um pequeno teto de abrir que, certamente, irá encher as medidas nos dias de maior calor.

Falando no interior deste MX-30, rapidamente concluí que estive perante um verdadeiro carro… e não um computador com rodas. Por outras palavras, é um carro que abdica quase na totalidade de ecrãs touch e painel de controlo TFT, sendo aqui utilizados um ecrã de infoentretenimento – controlado exclusivamente com um joystick situado junto do comando da caixa de velocidades – e um painel de controlo totalmente analógico “antigo à portuguesa”. Fiquei também surpreendido com a disponibilidade do sistema Apple Carplay de duas linhas neste pequeno sistema de infoentertenimento, sem que este disponha de funcionalidades touch, tal como já referi.

Outro facto curioso é ainda a presença de um cartão SD que aloja toda a cartografia usada pelo sistema de navegação do veículo, cartão esse que se encontra num local bastante escondido junto de duas portas USB-A e de uma tomada caseira com potência de 1500W.

Já o comando da caixa de velocidades automática também é feito por via de alavanca manual na consola central da viatura, em vez daquelas parcialmente ou totalmente digitais que vemos nos veículos de hoje. Por sua vez, o posto de condução é recheado de botões para toda e qualquer funcionalidade que desejemos ativar ou controlar, desde o volume do rádio ao travão de mão, passando também por funcionalidades como o controlo da climatização e funcionalidades do Veículo Elétrico.

No que toca aos materiais no interior do MX-30, percebe-se que existe uma clara aproximação aos modelos mais premium da marca, pois tanto a nível de painel de bordo como de estofos, estes são feitos de materiais bastante agradáveis ao toque e muito bem acabados e que acabam por transparecer uma ideia clara fiabilidade e durabilidade à boa maneira japonesa.

mazda mx 30 interior

Indo agora para o que realmente interessa, percorri os primeiros 20km num trajeto em estradas com o pavimento ligeiramente degradado… e por aqui percebi logo que este MX-30 foi desenhado para quem procura mais conforto. Por outras palavras, foram raros os momentos nos quais senti grandes impactos devido ao mau piso que encontrei, e muito graças à suspensão, que fez um trabalho incrível durante estes primeiros quilómetros de ensaio. Ensaiei também este modelo da Mazda em estradas bastante sinuosas e não podia ter ficado mais surpreendido com o grande equilíbrio feito pela marca em termos de conforto e dinamismo. Este é, sem dúvida, um dos carros com melhor estabilidade em estrada que tive oportunidade de experimentar até hoje, e que em nada compromete o conforto percecionado dentro do habitáculo durante o ensaio.

Quanto à motorização, este está equipado com um motor elétrico de 170cv, assente numa bateria de tração 17,8KWh, e de um motor rotativo a gasolina de 70cv. Ao contrário do que acontece na grande maioria dos veículos híbridos Plug-in ou não, este não exerce qualquer função de tração no carro em momentos de necessidade de performance, servindo assim apenas para gerar energia para carregar a bateria de tração de 17.8KWh que alimenta o motor elétrico.

A Mazda disponibilizou ainda três modos de condução: Normal, EV e o Charge. O modo Normal faz o uso da bateria de tração (cerca de 80 quilómetros) e vai ligando pontualmente o gerador a gasolina para ir repondo alguma carga na bateria. Já o modo EV força a que o MX-30 faça o uso total da bateria de tração antes que o gerador a gasolina entre em ação para ir dando a carga suficiente para que o veículo continue em andamento. Por fim, o modo Charge permite que o MX-30 mantenha sempre o seu gerador de energia ligado de forma a carregar a bateria de tração na sua totalidade, para que possa ser usada quando chegarmos novamente a um circuito urbano.

A nível de consumos, registei uma média de 1L/100km e de 15.9kWh/100 num circuito de cerca de 70km urbano e extraurbano.

Já num percurso maior que compreendia uma distância de cerca de 130km percorrida maioritariamente por autoestrada, o MX-30 subiu a sua média de consumo de combustível para os cerca de 5.4L/100km e para uma média de consumo elétrico de 18.6kWh/100km.

Em termos de tempos de carregamento, é possível carregar a totalidade da bateria deste MX-30 em cerca de 5h40min usando uma ficha doméstica comum CA de 2kwh ou recuperar 80% de bateria com um carregador DC em apenas 25 minutos.

No final de contas, o Mazda MX-30 está muito longe de ser um modelo consensual. Primeiro porque aposta muito mais na robustez e fiabilidade do produto que apresenta do que propriamente em oferecer algumas funcionalidades já presentes em veículos mais recentes, tal como a questão dos ecrãs digitais sensíveis ao toque. Um ponto positivo é, claramente, a disponibilização de botões para quase tudo, não tendo de fazer a utilização de um ecrã de infoentretenimento para ligar ou desligar certas funcionalidades que nos poderiam distrair enquanto conduzimos.

Já a dimensão do gerador a gasolina pareceu-me insuficiente para o carro que é, tendo notado um esforço enorme dos seus 70 cv de potência para alimentar toda a energia que a bateria de tração necessita para manter o veículo em andamento.

O MX-30 2023 e- SKYACTIV R-EV 170 cv AT 2WD Makoto Modern Confidence+ Driver Assistance and Sound + Sunroof pode ser adquirido desde já num stand Mazda pelo valor de 36845,65€ + ISV + SGPU + IVA, o que perfaz o total de 46274,08€ para clientes particulares.

Hugo Faria
Hugo Faria
Licenciado em Informática de Gestão e com Mestrado em Sistemas de Informação de Gestão na Coimbra Business School, fui um dos que contribuiu, do ponto de vista tecnológico, para o nascimento do Echo Boomer. Tenho uma paixão que se divide pela tecnologia, pela música e pelos automóveis, tópicos esses que são explorados por mim em cada artigo que escrevo e publico por aqui.
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