Chama-se ENERGÉTICO e visa fornecer ferramentas e recursos para melhorar a literacia energética da população.
A ENTRAJUDA, uma organização que atua na área da inovação social, lançou o projeto ENERGÉTICO, uma iniciativa com o objetivo de combater a pobreza energética em Portugal e promover a eficiência no consumo de energia. Este projeto surge num contexto de crescente preocupação com as condições de vida dos cidadãos em situação de vulnerabilidade social, tendo em conta que mais de dois milhões de portugueses enfrentam dificuldades relacionadas com o acesso e o uso adequado de energia.
Estudos recentes indicam que cerca de 660.000 pessoas vivem em pobreza energética extrema no país, uma condição que se traduz na incapacidade de satisfazer necessidades energéticas essenciais, como aquecimento, iluminação e utilização de eletrodomésticos. A pobreza energética não só afeta o bem-estar das pessoas, com repercussões diretas na saúde, mas também aprofunda as desigualdades sociais e económicas. Neste cenário, a iniciativa ENERGÉTICO procura atuar para reduzir o impacto do desperdício de energia, tanto em termos de consumo individual como no coletivo, promovendo hábitos mais sustentáveis e eficientes.
Através da criação de um portal digital, o projeto visa fornecer ferramentas e recursos para melhorar a literacia energética da população, oferecendo simuladores de consumo e orientações práticas sobre como reduzir o desperdício de energia em diversas áreas do quotidiano. Além disso, são fornecidas informações sobre como escolher a melhor tarifa de energia e otimizar o consumo de eletrodomésticos como frigoríficos, máquinas de lavar roupa e fogões, além de promover o isolamento adequado de portas e janelas para evitar perdas energéticas.
O impacto financeiro do desperdício de energia é significativo. Só os aparelhos em modo standby podem representar até 10% do consumo energético de uma casa, o que se traduz num gasto anual evitável de mais de 120€. Através da sensibilização e do incentivo à mudança de hábitos, o projeto pretende contribuir para a meta do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima, que visa reduzir em 35% o consumo de energia primária até 2030.
