O Grupo sueco continua com planos de reestruturação agressivo, com cortes e venda de estúdios como a Saber, Gearbox e Easybrain.
A Embracer Group perdeu 1.857 trabalhadores ao longo do último ano fiscal, numa fase de avançada de transformação interna marcada por despedimentos e alienação de ativos. Os números constam do relatório anual mais recente do grupo sueco, que está a preparar uma divisão em três entidades independentes.
Esta vaga de saídas surge na sequência do programa de reestruturação iniciado em 2023, que já tinha resultado na perda de 1.400 postos de trabalho até ao final desse ano. Para além dos despedimentos, a quebra no número de trabalhadores está também associada à venda de divisões como a Easybrain, Saber Interactive e Gearbox, que deixaram de integrar a estrutura da Embracer.
De acordo com o relatório, o segmento de jogos para PC e consolas — onde se incluem estúdios como a Plaion, THQ Nordic, Coffee Stain, Crystal Dynamics–Eidos e Amplifier Game Invest — foi o mais afetado, passando de 6.404 para 4.918 trabalhadores. Esta quebra de 1.486 pessoas foi acompanhada por uma redução no número de estúdios internos, que desceu de 73 para 62.
Entre os estúdios afetados esteve novamente a Eidos-Montréal, que em abril anunciou o despedimento de 75 funcionários, na sequência do fim de um projeto. No início do mesmo ano, 97 postos de trabalho já tinham sido eliminados com o cancelamento de um novo jogo da série Deus Ex. A Crystal Dynamics também foi alvo de cortes, mas não foram divulgados números oficiais.
No segmento dos jogos móveis, o número de funcionários caiu de 1.081 para 743, uma redução significativa que coincide com a alienação da Easybrain. Já na divisão de entretenimento e serviços, a quebra foi mais ligeira: de 771 para 738 pessoas.
A Embracer afirma que o plano de reestruturação está praticamente concluído e que o grupo se tornou uma entidade “mais reduzida e focada”. A empresa acredita que o setor começa agora a estabilizar após um período de forte instabilidade.
Esta reorganização será também acompanhada por mudanças na liderança. Phil Rogers, antigo executivo da Eidos e da Square Enix, assumirá o cargo de CEO da Embracer Group AB em agosto de 2025, substituindo Lars Wingefors, que passará a presidente executivo do conselho de administração, com enfoque em iniciativas estratégicas, fusões e aquisições, e alocação de capital.
A transição marca mais uma etapa na tentativa da Embracer de recuperar de um ciclo prolongado de aquisições dispendiosas, que levou o grupo a uma posição insustentável, forçando cortes transversais em dezenas de estúdios. Entre os casos já noticiados incluem-se os encerramentos da Volition e da Free Radical, e os despedimentos na Lost Boys Interactive, estúdio que apoiava o desenvolvimento de títulos como Tiny Tina’s Wonderlands e Diablo IV.