Dan Houser, co-criador de Grand Theft Auto, acusa promotores de inteligência artificial de falta de humanidade

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O co-criador de Grand Theft Auto comentou o uso da inteligência artificial na sociedade e nas indústrias criativas, com palavras duras a quem defende e promove o seu uso.

Em entrevista à Virgin Radio UK, Dan Houser, co-criador de Grand Theft Auto fez questão de comentar as tendências do uso de inteligência artificial na sociedade e em campos criativos, como os videojogos, com palavras duras dirigidas a algumas das pessoas que procuram definir o futuro da criatividade destas tecnologias, referindo mesmo que estas podem ser precisamente as menos qualificadas para o fazer. Houser afirma que o setor está a ser orientado por indivíduos que, no seu entender, não apresentam uma visão humana ou criativa suficientemente sólida, considerando ainda que esta dinâmica alimenta um avanço tecnológico desequilibrado, marcado por riscos éticos e limitações técnicas.

Algumas destas pessoas que estão a tentar definir o futuro da humanidade, criatividade ou outras coisas com IA não são as pessoas mais humanas ou criativas (…) Estão a dizer que são um ser humano melhor que tu e obviamente que não é verdade. Essa é uma das outras coisas de que a humanidade está a ser empurrada numa certa direção por um grupo de pessoas que não são completamente humanas.” afirmou House.

Houser também acredita que os modelos linguísticos de larga escala dependem de grandes volumes de dados oriundos da Internet, mas enfrentam um ambiente onde o conteúdo gerado pela própria IA está a contaminar as fontes, criando um ciclo fechado que compromete a qualidade e a fiabilidade das respostas. Para ilustrar o problema, comparou o processo ao episódio da doença das vacas loucas, onde animais acabaram alimentados com proteínas derivadas da mesma espécie.

Noutras intervenções recentes, House já tinha afirmado que a inteligência artificial não é tão útil quanto algumas empresas sugerem, descrevendo o seu resultado como “genérico”, dependente de padrões passados e incapaz de gerar resultados novos e genuína. Estas críticas contribuem para uma discussão crescente sobre o papel da tecnologia no desenvolvimento criativo e cultural, entre os quais também se destacam as palavras de Strauss Zelnick, da Take-Two Interactive – a editora de Grand Theft Auto 6 -, que têm defendido que a inovação artística continua dependente da intervenção humana.

Estes comentários de Houser foram feitos durante o circuito de promoção do seu novo romance, A Better Paradise, cuja premissa se passa num mundo onde uma poderosa inteligência artificial ficou fora do controlo.

David Fialho
David Fialho
Licenciado em Comunicação e Multimédia, considero-me um apaixonado por tecnologias e novas formas de entretenimento. Sou editor de tecnologia e entretenimento no Echo Boomer, com um foco especial na área dos videojogos.
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