O consumo de vídeos online domina o tempo livre digital, com destaque para conteúdos curtos como TikToks e YouTube Shorts, que ultrapassam até o tempo noutros formatos digitais.
A transformação digital dos últimos anos acentuou-se com a crescente popularidade das redes sociais e do streaming, levando a um aumento generalizado do tempo passado online. De acordo com um estudo levado a cabo pelo portal Techgaged, os utilizadores da Internet dedicam agora, em média, 11 horas e 34 minutos por semana a ver vídeos online — o que corresponde a cerca de 25 dias completos por ano.
Grande parte desse tempo é consumido por vídeos curtos, como os publicados no TikTok ou nos YouTube Shorts, que acumulam mais de seis horas e meia semanais. De acordo com o relatório da DataReportal citado no estudo, este tipo de conteúdo ultrapassa em larga escala outros formatos digitais — incluindo televisão tradicional, redes sociais, videojogos e até podcasts.
A média global de utilização da Internet atingiu as seis horas e 38 minutos diários, sendo que em países como o Brasil ou a África do Sul esse valor ultrapassa as nove horas por dia. Esta tendência reflete uma mudança nos hábitos de consumo digital, impulsionada por ligações mais rápidas e sistemas de recomendação mais eficazes na retenção da atenção dos internautas.
A comparação com outros formatos deixa clara a predominância do vídeo online. Semanalmente, os utilizadores passam em média uma hora e meia mais a ver vídeos do que televisão, e quase três horas e meia mais do que a interagir em redes sociais ou a jogar. Mesmo os jogos móveis — historicamente os mais rentáveis do sector — são superados pelos vídeos curtos, que registam 52% mais tempo de visualização semanal.
Em contraste, os jogos para PC e consolas, tal como os podcasts, apresentam os valores mais baixos, com consumos entre duas a duas horas e meia por semana, o que evidencia o peso crescente da cultura visual instantânea e de fácil partilha no quotidiano digital. Esta evolução sugere uma preferência clara por conteúdos rápidos, acessíveis e altamente personalizados — marcando uma nova fase no modo como o tempo online é distribuído.