De acordo com os promotores, a capacidade um eventual aeroporto em Santarém é escalável até bem mais de 80 milhões de passageiros/ano.
No passado dia 11 de março, foi formalmente entregue à Comissão de Acompanhamento o conjunto de documentos que integram o Relatório final da Comissão Técnica Independente, para que a Comissão de Acompanhamento possa preparar o seu parecer final sobre a localização do futuro aeroporto. Entre as novidades, Santarém passou a ser considerada uma opção viável, mas somente como solução complementar, ou seja, não podendo substituir o Aeroporto da Portela.
Mas o consórcio Magellan 500, responsável pelo projeto do aeroporto em Santarém, discorda dessa revisão. Tudo porque, e de acordo com os responsáveis, a capacidade do aeroporto de Santarém é escalável até bem mais de 80 milhões de passageiros/ano, à medida do que vier a ser necessário, sem que a Base Aérea de Monte Real seja impactada na sua capacidade.
“Conforme já comentado publicamente, o consórcio Magellan 500, promotor do projeto, questiona as limitações de tráfego aéreo apontadas, tendo em consideração o trabalho desenvolvido ao longo de múltiplas reuniões técnicas de topo com a NAV Portugal, E.P.E. (NAV), o apoio de consultores internacionais especializados, que resultou na identificação de soluções que estão em linha com as melhores práticas da indústria e com aplicações similares em grandes aeroportos europeus”, diz o consórcio Magellan 500 em comunicado.
Segundo os responsáveis, as áreas militares são evitadas, sendo que, “mesmo no longo prazo, apenas dois segmentos mínimos dessas áreas seriam afetados, caso se assuma à data de hoje que a tecnologia e os sistemas de controlo de tráfego não sofrerão nenhuma evolução tecnológica”. Ou seja, “as soluções apresentadas representam um impacto mínimo ou nulo”.
“De notar que as referidas áreas militares têm já atualmente utilização frequente pela aviação comercial bastante mais extensa que a proposta pelo Magellan 500, nomeadamente ao abrigo de acordos operacionais entre as entidades competentes, Força Área Portuguesa (FAP) e a NAV. Exemplo disso são os acordos operacionais que todos os Verões são celebrados entre ambas as entidades”, lê- se ainda no mesmo documento.
Além disso, os responsáveis referem “que qualquer alteração de cartas operacionais de tráfego aéreo, que se sublinha, não limitam tecnicamente a viabilidade da Base Aérea de Monte Real, e sobretudo têm custo zero, ao invés das restantes alternativas para a localização do aeroporto”, como Alcochete, que além de impactar o estratégico Campo de Tiro, impacta outras 4 áreas militares incluindo as bases do Montijo e Alverca, e Vendas novas, que impacta cinco áreas militares, incluindo o Campo de Tiro de Alcochete, a base do Montijo e até o aeroporto de Beja.
Para os responsáveis, o projeto do aeroporto em Santarém é o único que não implicará custosas, demoradas e complexas relocalizações de unidades militares, permitindo não só poupar muito dinheiro aos contribuintes, como também permitirá evitar as perturbações no sistema militar que tais relocalizações implicam, para mais indesejáveis num tempo em que o potencial de conflito internacional mostra infelizmente tendência crescente.