Aparentemente simples e elegante, o Razer Wolverine V3 Pro vem equipado com algumas das melhores tecnologias da Razer adaptadas a comandos de alto desempenho, tornando-o na melhor opção para os jogadores mais exigentes do Xbox e PC.
O Razer Wolverine V3 Pro é o mais recente comando para jogos de alto desempenho da marca. Desenvolvido a pensar no ecossistema Xbox, o Razer Wolverine V3 Pro é também compatível com o PC, oferecendo um formato e disposição de botões familiar a qualquer jogador contemporâneo.
Para além de ser o mais recente, é também o topo de gama da marca, numa linha composta atualmente por dois modelos: o Razer Wolverine V3, mais básico e com fio, e o Razer Wolverine V3 Pro, este sim mais completo e versátil.
A evolução dos comandos Wolverine tem sido interessante, com um form factor e design cada vez mais sóbrios, elegantes e, acima de tudo, ergonómicos, algo que se destaca particularmente com o Razer Wolverine V3 Pro.
Existe uma base de inspiração: o comando oficial e atual da Xbox, e até uma linguagem visual que um utilizador menos atento poderia confundir com o Pro Controller da Nintendo Switch. Visualmente, é extremamente simples, não aposta num design arrojado nem em características que são, honestamente, desnecessárias, como é o caso da iluminação RGB (ainda que exista para iluminar o logótipo da Razer).
O Razer Wolverine V3 Pro encaixa perfeitamente nas palmas das nossas mãos, deixando-se abraçar facilmente e confortavelmente. Os materiais ajudam a dar uma sensação de conforto e fiabilidade, com plásticos de alta qualidade e uma textura emborrachada nas traseiras, antiderrapante, mas particularmente suave ao toque, que quase se funde com o resto do corpo do comando.
Como outros comandos avançados do género, o Razer Wolverine V3 Pro também conta com dois botões de ombro adicionais e quatro traseiros, que são provavelmente os mais bem posicionados que alguma vez experimentei em comandos do género, com a curvatura ideal para pousar os dedos médios e anelares de cada mão.
A vantagem deste tipo de comandos não se prende apenas com um design e ergonomia melhorados ou pela existência de mais botões, mas também nas tecnologias implementadas, às quais a Razer não foge, apetrechando o Razer Wolverine V3 Pro com todas as armas que tem.
Começando pela conexão, o Razer Wolverine V3 Pro destaca-se pela sua capacidade sem fios, o que é particularmente impressionante, tendo em conta que se faz sentir bastante leve nas mãos. Pode ser usado com fios, mas sem fios a sua bateria é relativamente boa, podendo ser utilizado sem compromissos durante três a quatro dias de forma intensiva. A Razer afirma que são 20 horas de jogo, o que corresponde mais ou menos a cinco a seis horas por sessão ao longo desses dias, sem alterações à intensidade da vibração por defeito.
Para garantir uma ligação estável e sem latência, recorre ao Razer Hyperspeed Wireless, com uma pen já incluída. No entanto, com cabo, tanto na Xbox como no PC, é possível elevar a experiência de jogo, para os mais sensíveis, ativando a taxa de polling até aos 1000Hz, algo que poderá ser bastante conveniente para os entusiastas mais competitivos, mas que, para a maioria dos jogadores, como eu, pouca diferença fará.
O que faz uma grande diferença é, no entanto, o tipo de botões usados e a garantia oferecida pelos novos analógicos. Seguindo a tendência atual do combate ao stick drift, uma das maiores “pandemias” das últimas duas gerações, que vitima comandos por todo o mundo, a Razer recorreu a analógicos com Hall Effect, uma tecnologia relativamente recente que usa corrente elétrica e campos magnéticos para um controlo muito mais afinado dos analógicos e virtualmente sem desgaste físico. Esta tecnologia permite, assim, que os analógicos do Razer Wolverine V3 Pro não sofram do tal stick drift, uma vez que não há fricção na sua utilização, e abre uma janela de oportunidades de personalização e afinação muito maiores. De destacar também a possibilidade de trocar o par de thumbsticks incluídos com o comando.
Já para os botões, a Razer recorreu a botões meca-táteis, com uma sensação de clique extremamente satisfatória e semelhante à encontrada nos ratos da marca. Esta tecnologia, para além da satisfação do clique, também se traduz em ações mais rápidas e imediatas.
Um dos exemplos mais interessantes do quão responsivo este comando é encontra-se nos seus gatilhos Razer Pro Hypertriggers, que contam com um trinco para tiro rápido. Neste modo, a sensação de clique é mesmo parecida à de um rato e, no início, revelou-se tão imediata que levei algum tempo até me habituar, já que, em comandos tradicionais, e mesmo outros como o DualSense Edge, a minha memória estava habituada a algum tempo de distância de reação ao toque. É fenomenal.
Ainda nos gatilhos, o comando conta com motores de vibração que podem ser ativados, desativados e afinados. Não são gatilhos hápticos, como nos DualSense, mas são bastante fortes e respondem bem à ação no ecrã.
Ainda no que toca a botões, de mencionar o seu fantástico D-Pad de 8 direções, que, graças à sua sensação de clique, se torna extremamente fácil de distinguir cada uma das direções de forma muito natural. Perfeito para jogos de luta com combos complexos.
Algo que adorei com o meu tempo com o Razer Wolverine V3 Pro é que não requer as habituais aplicações da Razer para ser usado ou afinado. A Razer aqui optou por recorrer à aplicação nativa da Xbox, existente também na Windows Store, que é muito semelhante às aplicações nativas dos comandos oficiais. Nessa aplicação, a Razer Controller Setup, podemos atribuir ações a todos os botões (ótimo para os botões traseiros e de ombro adicionais), alterar a cor do logótipo, gerir a bateria e quando desligar o comando, a força da vibração e, a minha opção favorita, ajustar as deadzones e a suavidade de atuação dos analógicos. Tudo isto pode ser ajustado para diferentes perfis, dependendo dos jogos que queremos jogar, e trocado através de uma simples combinação de teclas.
Para um produto da Razer, o Razer Wolverine V3 Pro é extremamente interessante, considerando que se encontra à venda “apenas” por 229,99€. Um valor que pode ser alto para a maioria dos jogadores, mas cujas vantagens são, de longe, mais interessantes do que aquelas encontradas no comando de referência Xbox Elite Series 2, que, apesar de se encontrar à venda por 179,99€, não integra tecnologias como botões meca-táteis ou analógicos com Hall Effect. O mesmo se pode dizer da aposta da PlayStation, com o DualSense Edge, por 239,99€, cujas funções premium são melhor exploradas apenas na PlayStation 5.
É raro terminar um hands-on sem grandes críticas a apontar, mas o Razer Wolverine V3 Pro é uma exceção. Aproximando-se da perfeição, cumpre todos os requisitos que um acessório deste género deve ter. Com uma excelente ergonomia e características altamente competitivas, torna-se numa das melhores – senão mesmo a melhor – opções atuais para PC e Xbox no que toca a comandos.
Este dispositivo foi cedido para análise pela Razer.