Cinemas vão reabrir sem estreias. Há quem peça adiamento da reabertura para julho

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“É como ir a um supermercado e ter as prateleiras vazias”, garante o diretor-geral da FEVIP, António Paulo Santos.

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Por esta altura, é certo e sabido que o Governo anunciou a abertura das salas de cinema para o dia 1 de junho, uma medida integrada na última fase de desconfinamento. No entanto, faz sentido abrir cinemas sem que existam novos filmes para estrear?

“Esta é uma proposta irrealista e despropositada”, refere a FEVIP – Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, em comunicado de imprensa. Diz aquela entidade que as distribuidoras não têm filmes para estrear e que, como tal, os cinemas vão ficar vazios.

“A disponibilidade dos filmes está atrasada e dependente da abertura dos mercados internacionais, como é o caso dos EUA. Esta disponibilidade só é esperada para o mês de julho, se as condições sanitárias o permitirem”, explica o diretor-geral da FEVIP, António Paulo Santos.

Tanto a FEVIP como a APEC – Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas, apesar de representarem em Portugal mais de 95% do setor, nunca foram consultadas para se pronunciarem sobre a data de reabertura das salas de cinema.

Sem filmes novos, a FEVIP sugere que as as salas que promovem cinema comercial abram a 2 de julho, sendo que esta proposta não invalida que, para os cinemas que assim o entendam, possam abrir no próximo mês. Por outro lado, a lotação mínima das salas terá de ser garantida a 50%, pois só com esta taxa se poderá tornar o negócio viável.

Sem obras próprias para estrear, os cinemas portugueses estarão sempre dependentes de mercados internacionais.

Pouquíssimos são os filmes a estrearem atualmente nos Estados Unidos. Se olharmos para os números de bilheteiras a nível mundial, reparamos que os números estão muitíssimo abaixo do que era costume, o que não surpreende. Afinal, com muitos dos filmes adiados para 2021, resta espaço para que filmes independentes ou low budget possam chegar às salas. E claro, também esses estão sempre dependentes da adesão do público.

Em Portugal, a única solução de momento será mesmo exibir filmes que, provavelmente, já chegaram à Internet. E só isso, aliado às restrições da pandemia, pode afugentar as pessoas das salas de cinema.

Resta-nos mesmo esperar por Tenet, novo filme de Christopher Nolan, que, ao que tudo indica, estreia por cá a 16 de julho.

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