Chuwi AuBox 8745 – Review: Elegante, promissor, mas limitado

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Acessível e modesto, o Chuwi AuBox 8745 pode ser uma ótima porta de entrada para o mundo dos Mini-PCs ou para quem procura uma solução de secretária básica, mas com limites de desempenho que merecem atenção.

Se havia dúvidas de que os Mini PCs se estão a tornar numa nova tendência, marcas como a Chuwi são a prova disso. Depois de se introduzir no mercado com tablets e portáteis, a marca chinesa começou também a apostar neste formato compacto, trazendo-nos agora o Chuwi AuBox 8745 (CWI603), um adorável computador de secretária que se apresenta como uma excelente e acessível porta de entrada para quem procura um computador modular, elegante e capaz para um uso casual, educacional e até para trabalho – desde que não seja muito intensivo ou ligado à produção digital.

Como o próprio nome indica, o Chuwi AuBox 8745 (CWI603), tal como muitos equipamentos semelhantes, abraça as tecnologias da AMD, integrando um AMD Ryzen 7 8745HS, um processador de 2024 e bem atual, de arquitetura Zen 4, com 8 núcleos e 16 threads, a 3.8 GHz (capaz de ir até 4.9 GHz). Faz-se acompanhar por uma modesta placa gráfica integrada Radeon 780M, um SSD de 512GB e 16GB de RAM DDR5, que impactam diretamente o desempenho deste equipamento, dado que se trata de um único módulo, com memória partilhada com o GPU.

A nível de design, dizer que o Chuwi AuBox 8745 é “compacto e pequeno” não é nada. Qualquer Mini PC o é, mas a marca faz um ótimo trabalho ao oferecer uma solução elegante e premium, um pouco diferente das restantes, a começar pela distribuição do seu volume, num equipamento de baixo perfil e achatado. Comparado, por exemplo, com o MinisForum AI X1 ou com um Mac Mini atual, o Chuwi AuBox 8745 é mais fino, mas ocupa maior área, com dimensões de 154 × 152 × 45 mm. Porém, a sensação de volume parece ser a mesma, num equipamento que pesa apenas 740 gramas. Tal como essas soluções, o seu chassis é em alumínio de tom metálico prateado fosco, com pequenos acabamentos que lhe dão um toque elegante e agradável, ao mesmo tempo que ajudam na eficiência térmica. A marca também optou por uma distribuição interessante de portas e aberturas de ventilação, por exemplo, na parte frontal apresenta apenas o botão de energia; o lado esquerdo revela uma saída de ar; e no lado direito encontramos um conjunto de portas para acesso rápido. Já a entrada de ar é feita por baixo, onde podemos observar uma grande ventoinha.

Nessa lateral direita encontramos duas portas USB 3.2 tipo-A e uma USB 3.2 tipo-C, bastante úteis e de fácil acesso, mas que, dada a sua disposição lateral, podem limitar o posicionamento do equipamento na secretária. Já na traseira, as entradas e saídas completam-se com um conjunto interessante, uma alimentação, uma porta USB 4 tipo-C, porta de áudio de 3.5 mm, uma DisplayPort 1.4, uma porta HDMI 2.1, mais duas USB 2.0 tipo-A e duas portas de rede 2.5G.

É uma suite completa e interessante, onde se destaca a USB 4, capaz de alta transferência de dados, ligação a monitores e carregamento rápido de dispositivos móveis. Aliada às duas saídas de vídeo, este Mini PC pode ser ligado até a três ecrãs e, dadas as suas especificações, suporta resoluções elevadas a altas taxas de atualização. No meu teste, recorri a um monitor 4K de 280Hz, onde o computador via HDMI 2.1 atingia um máximo de 4K a 144Hz. É também interessante a existência das duas portas de rede, embora se sinta a falta de uma interface Oculink, que permitiria o uso de eGPUs via USB 4. Já a nível de ligações sem fios, o Chuwi AuBox 8745 vem equipado com Bluetooth 5.3, mas opta por Wi-Fi 6 em vez de Wi-Fi 7.

No geral, e no papel, o Chuwi AuBox 8745 tem tudo para ser versátil, a começar pelo lado modular, no qual é possível expandir a memória RAM e os discos SSD, o que pode alterar drasticamente a experiência de utilização, tirando maior partido dos sues processadores. No entanto, este modelo, na sua configuração mais básica, apesar de suficiente para o utilizador mais casual, não encanta. Por exemplo, uma das capacidades mais em voga atualmente é o uso destes equipamentos para operações com inteligência artificial, que possam recorrer a componentes dedicados. Ainda que seja um recurso limitado no que toca a softwares compatíveis, os mais curiosos e investidos em programar, e em criar, as suas LLMs caseiras não vão encontrar aqui, por exemplo, um NPU (Núcleo de Processamento Neural), o que poderá ser um elemento a ter em conta no momento da escolha.

Outro aspeto menos positivo, como já mencionei, é a limitação da memória RAM a um único módulo de 16 GB. Ainda que seja de alta velocidade (DDR5 a 5600 MT/s), o seu volume já começa a mostrar limitações nos dias de hoje. Numa utilização casual, já é comum que as várias aplicações instaladas no sistema consumam 8 a 10GB, o que faz com que, em utilizações mais intensivas, seja fácil bater no limite. Exemplos práticos disso são os jogos e ferramentas de edição. Uma vez que a memória é partilhada com a placa gráfica integrada Radeon 780M, este PC não é particularmente ideal para jogos modernos, mesmo recorrendo a resoluções de 1080p em definições baixas. Para retro-gaming, emulação e jogos com mais alguns anos, o Chuwi AuBox 8745 comporta-se bem, mas mais do que isso já compromete a experiência.

Na produção de conteúdos, também estamos limitados a operações mais básicas. Em suites como as da Adobe, para edições rápidas no Photoshop ou no Premiere, o computador comporta-se bem, mas em aplicações mais exigentes como o After Effects, com ficheiros mais pesados no PhotoShop ou ao renderizar vídeos em altas resoluções no Premiere, é comum sentir-se atraso e tempos de espera mais elevados do que seria ideal. Já para uma utilização mais casual, de consumo multimédia, navegação na web ou trabalho com documentos e escrita, o Chuwi AuBox 8745 comporta-se muito bem, fazendo jus às suas promessas, de um PC orientado para utilizadores domésticos e trabalhadores de escritório, e menos para produtores de conteúdo ou jogadores.

O bom e o mau desempenho não se sentem apenas na utilização, mas também se ouvem. Em parte, achei o Chuwi AuBox 8745 um pouco mais barulhento do que estava à espera, mas nem sempre. Em utilização casual mal se ouve, o que é excelente. Mas por momentos, a ventoinha entra em alta velocidade, produzindo um ruído que, embora não seja desagradável, se faz notar. No fundo, é sinal de que o sistema de ventilação está a funcionar bem, mas também de que é fácil atingir os seus limites. Coisas como atualizações do Windows 11 (já pré-instalado com licença da versão Pro), transferências de ficheiros, downloads ou leituras intensas de dados – que provocam uso intensivo do disco ou da rede -, fazem com que as ventoinhas entrem no modo de operação máximo, sendo um sintoma comum nesses cenários. Não seria um problema se fosse possível configurar ou personalizar o modo de operação, algo que infelizmente não é possível. Numa visita à BIOS, repara-se num conjunto de opções muito limitado, sem opções de overclock, perfis de ventoinha ou outros parâmetros básicos, o que é lamentável. O lado positivo é que, apesar disso, o Chuwi AuBox 8745 não aquece particularmente, rondando os 75–80 graus, com picos ocasionais de 90 em utilização muito intensa, como benchmarks. Já a nível de consumos, o Chuwi AuBox 8745 brilha, consumindo em média cerca de 57 W, com picos de 100–105 W apenas em cenários extremos.

O Chuwi AuBox 8745 é um PC promissor para quem quiser melhorá-lo ou optar por uma configuração superior. O modelo que recebemos peca pela limitação da RAM e pelo impacto que isso tem em parte da utilização regular, mas é algo com solução, dado que é fácil de abrir e atualizar. O único grande senão desta solução diz respeito à versatilidade de personalização das opções, nomeadamente na BIOS, que faz com que o Chuwi AuBox 8745 opere basicamente em dois modos: normal ou turbo. Por 490€, como surge na loja oficial da marca, o Chuwi AuBox 8745 apresenta-se assim como uma solução interessante e acessível, mas, para já, não diria que seja a melhor, especialmente numa altura em que a concorrência é feroz e os pequenos detalhes e necessidades de cada utilizador podem fazer a diferença.

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Este dispositivo foi cedido para análise pela Chuwi.

David Fialho
David Fialho
Licenciado em Comunicação e Multimédia, considero-me um apaixonado por tecnologias e novas formas de entretenimento. Sou editor de tecnologia e entretenimento no Echo Boomer, com um foco especial na área dos videojogos.
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