CCB vai iniciar construção do Quarteirão das Artes em Lisboa com abertura prevista para 2029

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CCB e Grupo Alves Ribeiro avançam com os Módulos 4 e 5. O novo Quarteirão das Artes reforça a ligação entre cultura, arquitetura e espaço urbano.

O Centro Cultural de Belém (CCB) e o Grupo Alves Ribeiro assinam, no dia 15 de julho, o contrato de subcessão do direito de superfície que permitirá a construção e exploração dos futuros Módulos 4 e 5. O acordo, com a duração de 65 anos, contempla a instalação de uma unidade hoteleira, um aparthotel, zonas comerciais e serviços.

O projeto do CCB tem como base o plano original concebido na década de 1990 pelos arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, do Atelier Risco, que previa, desde o início, cinco módulos. Os três primeiros – atualmente em funcionamento – integram o Centro de Congressos, o Centro de Espetáculos e o Museu de Arte Contemporânea MAC/CCB.

Os novos edifícios, que ocuparão uma área de cerca de 32.500 m2, incluirão um hotel com 161 quartos duplos, um aparthotel com 126 unidades e uma zona comercial. As receitas geradas por esta subcessão permitirão reforçar a sustentabilidade financeira do CCB e alargar a sua capacidade de programação cultural.

O novo conjunto urbano será designado como Quarteirão das Artes de Belém (Belém Art District), assumindo-se como um espaço onde a arquitetura, o urbanismo e a expressão artística se cruzam com uma identidade visual própria. Apesar de dar continuidade à linguagem arquitetónica do CCB original, o novo quarteirão aposta numa comunicação gráfica distinta e personalizada. A inspiração parte das sete artes clássicas, que estarão representadas em diversos pontos do espaço público e no interior dos edifícios, com especial destaque para o estabelecimento hoteleiro.

A calçada portuguesa, com padrões desenhados em calcário e basalto, será usada como elemento central na pavimentação dos espaços exteriores. Estes serão também marcados por inscrições literárias e excertos de poesia portuguesa, num gesto de homenagem à tradição cultural nacional, evocando intervenções históricas como o pavimento diante do Padrão dos Descobrimentos, realizado em 1940 para a Exposição do Mundo Português.

A proposta prevê ainda a presença regular de obras de arte em todo o espaço, tanto exterior como interior. A ideia é criar uma atmosfera de galeria a céu aberto, com esculturas, instalações, projeções vídeo e pinturas, dando preferência a artistas emergentes portugueses.

As zonas comerciais não se limitarão ao retalho tradicional. Serão também locais de criação e experimentação artística, acolhendo ateliers, estúdios, lojas, espaços expositivos e de restauração. A intenção é fomentar uma relação direta entre criadores e público, com artistas de áreas diversas – da pintura à música, do design à dança – a ocuparem estes espaços em regime de loja de porta aberta.

O complexo contará ainda com uma sala de cinema com capacidade para 55 pessoas, concebida para sessões mais intimistas. O espaço terá usos múltiplos, podendo acolher apresentações audiovisuais, reuniões de pequena escala ou eventos de natureza artística.

O hotel LUMEN HOTEL @Belém_Art_District e o aparthotel LUMEN APARTMENTS @Belém_Art_District serão concebidos em torno do conceito de arte contemporânea. Os quartos, dominados por tons neutros e claros, destacarão peças únicas de mobiliário assinadas por designers portugueses, evocando o ambiente dos chamados “white cubes” das galerias de arte. Todo o mobiliário, tanto das áreas públicas como dos quartos, será adjudicado preferencialmente a jovens criadores nacionais, reforçando o caráter autoral e singular do projeto.

Já o restaurante será marcado por um ambiente sóbrio, de inspiração minimalista, e terá esplanada com vista para o rio Tejo. O acesso será direto a partir da rua, permitindo o seu usufruto por parte do público em geral, para além dos hóspedes do hotel e frequentadores do Quarteirão das Artes.

A vertente artística estender-se-á ainda aos edifícios propriamente ditos, com uma proposta de vídeo mapping nas fachadas, onde será apresentado um espetáculo diário de luz e som com obras de vários artistas portugueses. Este elemento será uma alusão contemporânea à fonte luminosa da Praça do Império, funcionando como marca identitária do novo bairro.

A abertura dos Módulos 4 e 5 do CCB está prevista para julho de 2029.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopeshttps://echoboomer.pt/
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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