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Vemo-nos hoje para viver a aldeia?

Depois de alguns anos ausente, o Echo Boomer voltou a estar presente no festival Bons Sons para vos trazer algumas das mais frescas novidades musicais ao longo de cada um dos quatro dias de festival.

Começando pelo primeiro dia de festival, um dia com bastante sol e calor, valeu-nos algumas estiradas de um vento agradável, para que não torrássemos antes da subida ao palco Giacometti -INATEL dos conimbricenses The Twist Connection

A banda entrou logo de início a dar tudo o que tinha com a música que dá nome ao último álbum, “Anywhere But Here”, seguindo-se vários outros clássicos como “You Must Go Now” e “Fake” do álbum de 2020, Is this real. Foi ainda durante a música “Fake” que o vocalista arrancou algumas reações positivas do público depois de uma breve apresentação da banda e indicação do local de venda de merchandising da banda. A festa continuou com temas como “Losin’ Touch”, do álbum Twist Connection de 2018, que convidou muita gente a “arrancar os pés do chão” e a dar um pezinho de dança. Claro que não podia outros temas, como a novíssima música “Sure”, pertencente ao último álbum da banda, e os clássicos como “Who are this people” e “Long Drive”, que arrancou várias palmas sincronizadas ao ritmo da música, a pedido do vocalista, para que se pudesse ausentar do seu posto na bateria e conseguisse apresentar os membros da banda. A festa terminou com as tão bem conhecidas “Young Kid”, “Bring Me The Storm” e “Nite Shift”, deixando assim a assistência em festa até ao último segundo.

O sol já começava a fugir e um vento mais fresco tendia a levantar-se à medida que a tarde ia dando lugar à noite, o que significava que estava na altura de recebermos os Zarco no palco Lopes Graça com o seu pop rock alternativo, muito dele instrumental, num misto de estilos situado entre uns Capitão Fausto e um Sérgio Godinho do século 23. De todas as músicas interpretasse por estes, damos destaque claro às músicas “Cidade Safari” e “Tava num bar”, que arrancaram diversas sensações positivas da plateia.

Findado o concerto dos Zarco, e já num ambiente meio lusco fusco, demos uma vista de olhos pela digressão Quis Saber Quem Sou – Um Concerto Teatral no palco Zeca Afonso. Já o público teve uma reação morna, ora atónito, ora em êxtase, empurrado por um ácido entoado pelo coro em uníssono: “Tudo isto não passa da interpretação de um sonho.”

Noutro momento, a frase “A minha língua é a citação” deu o mote perfeito para um espetáculo que trouxe à tona, desde as vozes de Abril (José Mário Branco, tanto a solo como no GAC; Fausto; e José Afonso, é claro) como também a diversos trovadores de hoje tais como B Fachada, passando também pela canção de protesto norte-americana de Woody Guthrie e pelos cabo-verdianos Tubarões (“Labanta Braço”) e os angolanos Duo Ouro Negro, assim como o brasileiro Belchior. “Esta é sobre a ditadura brasileira”, esclareceram no começo do tema. Este foi um espetáculo de índole totalmente distinta de um concerto comum e que nos fez pensar claramente sobre o que somos, de onde viemos e sobre o que queremos para o nosso futuro.

Já mais tarde, e depois de uma hora de jantar muito bem passada, viemos até ao palco António Variações ver os Ganso a abrir o seu espetáculo com a mítica música “Grilo do Nilo”, do primeiro álbum Pá pá pá, de 2017, e a apresentar logo de seguida e sem paragens outro dos seus clássicos de seu nomem “Quando a Maldita”. O desfile de hits continuou com temas como “Lá Maluco”, “Os meus vizinhos” – em jeito de celebração ao rock português – e passou pela celebre “Domingueira”, que trouxe à tona a onda de Ganso do primeiro disco, terminando na apresentação de um novo tema que dará nome ao novo disco dos Ganso: “Vice Versa”.

Entre temas e recriações puramente instrumentais em palco, chegávamos ao final do concerto dos Ganso que, antes de darem por terminado o concerto, ainda nos brindaram com os hits “Quando a Maldita” e a “Sorte a Minha”, que arrancou inevitavelmente coro por parte do público.

Não sendo os Ganso uma banda para danças exuberantes, estes mantiveram um registo bastante dentro do expectável e que deixou a sonhar acordados os muitos que lotaram o recinto do palco Antonio Variações.

Cláudia Pascoal foi a artista seguinte a subir ao palco Lopes Graça e a desconstruir por completo a ideia de que um artista apenas pode ser definida por um ou dois determinados estilos de música. Esta fez então desfilar diversos temas, desde o hit levado ao festival da canção “Nasci Maria”, até às mais recentes colaborações com Mike El Nite e Rebeca, do single “Tres é demais”, passando sempre por diversas interpretações bastante pessoais de músicas de outros artistas como “O Pastor dos Madredeus” e da tradicional “Oliveirinha da Serra”. Para além da componente musical, é inegável a qualidade em palco da performer que vai assumindo diversas facetas e papéis à medida que o espetáculo ia desenrolando até ao seu final. Este foi um autêntico espetáculo de variedades que entra pelos olhos e pelos ouvidos adentro e que convida à dança de toda uma plateia.

1h15 da manhã e já se começa a sentir o cansaço no corpo, mas não podíamos perder Valete, que já subia ao palco António Variações. Este concerto prendeu-se principalmente com a missão de mostrar o que o Valete tem andado a fazer, apresentando algumas das suas mais recentes colaborações e terminando com diversos hits como “Canal 115”, “Fim da Ditadura” e a bem famosa “Roleta Russa”, que arrancou diversos coros do público e que terminou num remix com uma música de Tupac Shakur, em jeito de homenagem.

Também durante o espetáculo, houve também tempo para um pequeno show de break dance ao som de Kendrick Lamar, atuação da Tunisina Sara Rajer em jeito de grito de revolta contra a extrema direita e para apresentação de algumas coisas do novo projeto chamado “Valete & The Jazz Swingers”.

Vemo-nos hoje, no segundo dia do Bons Sons.

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