Sushi de excelência, wagyu irresistível e vista panorâmica: o Attiko é o novo restaurante da cidade que têm mesmo de ir conhecer.
Foi em agosto deste ano, mesmo para começar o mês da melhor forma, que a cidade de Lisboa recebeu uma nova unidade hoteleira 5*: o ME Lisbon, o primeiro hotel da insígnia ME by Meliá a abrir portas em território nacional, localizado na Avenida António Augusto de Aguiar.
Instalado a poucos metros da Praça do Marquês de Pombal, o edifício estende-se por 12 pisos e oferece uma vista abrangente sobre a cidade, consolidando-se como um novo ponto de referência na paisagem da capital.
Com um total de 213 quartos, o hotel combina alojamento com uma gama de serviços de alta gama. Entre as valências disponíveis, destacam-se o KORPO Spa, um ginásio totalmente equipado, um rooftop com vista panorâmica sobre Lisboa e uma área com mais de 600 m2 dedicada a eventos e reuniões empresariais. A componente gastronómica assume um papel central na proposta do ME Lisbon, com duas ofertas distintas que assinalam estreias relevantes no mercado nacional e europeu.
Para lá da vertente hoteleira, o ME Lisbon apresenta-se como um espaço com ambições culturais bem definidas. Ao longo do ano, está prevista uma programação diversificada, com enfoque nas áreas da arte, da música, do design e da moda, reforçada por parcerias com eventos de relevo como a ModaLisboa, a ARCO Lisboa ou a Lisbon Design Week.
A nível da oferta de restauração, o ME Lisbon contava, até agora, apenas com uma proposta, a do fismuler, oriundo do grupo espanhol Familia La Ancha, faz aqui a sua primeira incursão fora de Espanha, apostando numa cozinha criativa e de espírito informal. Sim, é que faz agora uma semana que abriu o Attiko, da responsabilidade do grupo internacional Sunset Hospitality, naquela que é a primeira unidade europeia, com uma proposta centrada na alta cozinha e num ambiente sofisticado e cosmopolita. E foi precisamente neste novíssimo espaço que o Echo Boomer foi conhecer esta semana num jantar exclusivo.
Ponto prévio: o Attiko Lisbon quer afirmar-se como um novo ponto de referência na vida noturna da capital, conjugando gastronomia contemporânea, cocktails de autor e música ao vivo, com uma vista ampla sobre Lisboa e o rio Tejo. Sim, está localizado no 12º piso do ME Lisbon, à semelhança das unidades no Dubai e na Turquia, onde se posiciona nos topos dos respetivos hotéis. E sim, tem das melhores vistas da cidade, como seria de imaginar.
O restaurante dispõe de 63 lugares no interior – incluindo 12 na robata e 13 no bar – e 32 na varanda exterior, contando com uma decoração de excelente bom gosto, com a quantidade de luzes com a intensidade indicada para uma refeição prazerosa. Apenas alterávamos a vibe musical para algo mais jazzy e chill, mas isso são pormenores.
Quanto à cozinha, está a cargo do chef Kyung Soo Moon, que desenhou uma carta centrada na partilha, nos ingredientes de alta qualidade e nas técnicas japonesas reinterpretadas com um toque local. Portanto, tem tudo para correr bem. E de facto, isso notou-se no nosso jantar.
Tivemos, portanto, direito a um menu de degustação feito à medida. Tudo começou com Edamame, ao qual é sempre difícil resitir. Logo depois, o Crudo de Salmão (com ponzu de laranja, trufa, ovas de salmão, toranja), que rapidamente desapareceu da nossa mesa. E para terminar as entradas frias, devorámos um Taco de Milho Doce (com abacate, gel de yuzu, cebola roxa), que finalizou em beleza este capítulo.
Já nos quentes, chegaram-nos Gyozas de cogumelos (com couve-flor, molho de soja doce), com um sabor bem vincado a cogumelos, e aquele que viria a ser o prato estrela da noite: Slider de wagyu com trufa (em pão brioche, com cogumelos crocantes e aioli de trufa). Absolutamente irresistível, com vários colegas a confessarem que o Attiko devia vender para fora – e em tom de brincadeira, até na receção do hotel! – e que conseguiriam comer uns três ou quatro de seguida. De facto, já nos tinham dito que iríamos adorar este hamburguer, e confirmou-se. Nós aqui no Echo Boomer, que já experimentámos por diversas vezes carne de wagyu, tivemos aqui provavelmente a vez em que esta proteína esteve mais deliciosa. Os hambúrgueres são moldados pela equipa do Attiko, o que se nota ao olhar bem para o hambúrguer, e a própria equipa sabe que tem ali um prato vencedor. Bravo!
Daí seguimos para o sushi, já sabendo que ia ser praticamente impossível a refeição elevar-se ainda mais. E, ainda que o que o veio a seguir não tenha superado o Slider de wagyu com trufa, ficámos claramente a perceber o talento da equipa do Attiko na arte do sushi.
Recebemos portanto com todo o gosto uma trilogia de Nigiri Moriawase, no caso com um Nigiri de Estrojão Fumado, um Nigiri de o-toro (barriga de atum) e um Nigiri ebi (camarão-azul). Os apreciadores de bom atum sabem que aqui não tinha como falhar, mas o que surpreendeu foi mesmo o de esturjão, um peixe extremamente difícil de arranjar – a equipa do Attiko disse-nos mesmo que não conheciam outro local a trabalhar com este peixe – e cujas ovas são muito requisitadas para a produção de caviar. Ou seja, uma proteína de luxo, no fundo. Também nos ficou na memória.
Fizemos um ligeiro desvio do sushi para umas incríveis Costeletas de borrego grelhadas (com chili com alho e sementes de sésamo). Eu, que não sou particularmente fã de borrego, devorei duas costeletas – sim, com as mãos, não foi preciso garfo e faca neste jantar – que, honestamente, nem me sabiam a borrego, mas sim a um picante bem gostoso. Ótimo tempero, mesmo.
Depois de um breve tira palato, a secção do sushi foi finalizada com os Maki de couve-flor crocante, abacate e pepino. O toque engraçado aqui? A couve-flor crocante fazia lembrar pipocas. Aliás, era precisamente essa a ideia.
Terminámos a refeição com a Merluza-negra com miso branco, beterraba e couve-flor, a fazer lembrar o sabor da pescada, mas aqui com um toque caramelizado. Para mim, foi como comer uma sobremesa.
E por falar em sobremesa, tivemos direito a duas: Dark Chocolate (cinco textura de chocolate com sorbet de framboesa e champagne), que apesar da abundância de chocolate, não era nada enjoativo, e Mochis de vários sabores.
No final de tudo, ficou a certeza de que teremos de regressar ao Attiko muito em breve, para provar ainda mais opções de um menu que parece ser fabuloso, tendo em conta o que experienciámos.
Aberto às quintas das 18h30 à 1h, e às sextas e sábados até às 2h, o ATTIKO Lisbon serve, para já, apenas jantares, mas está prevista a introdução do serviço de almoço, pensado para quem trabalha nas imediações e procura novas experiências gastronómicas.
