Centros logísticos de Lisboa, Coimbra e Maia serão os primeiros a sentir os efeitos de uma paralisação que poderá estender-se até fevereiro de 2026.
A partir deste sábado, os CTT – Correios de Portugal enfrentam uma nova vaga de contestação laboral. A greve, convocada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), abrange os principais centros logísticos e de transporte em Lisboa, Coimbra e Maia, e deverá ter muito impacto no funcionamento da rede postal nacional.
Em causa estão reivindicações que os sindicatos classificam como “essenciais para a recuperação da qualidade do serviço público postal”. A Fectrans exige a contratação de mais trabalhadores, a revisão das escalas e giros, considerados desumanos e sobrecarregados, e o cumprimento integral do Acordo de Empresa. A paralisação distingue-se pela sua duração excecional, já que as ações de greve estão calendarizadas para se repetirem de forma regular até 27 de fevereiro de 2026, o que reflete o impasse prolongado entre os trabalhadores e a administração dos CTT.
Em comunicado, a Fectrans sublinha que esta não é apenas uma luta por aumentos salariais, mas pela dignificação do trabalho e pela preservação de um serviço público que, nas suas palavras, “deixou de servir adequadamente os cidadãos por falta de investimento e pessoal”. Os CTT, por sua vez, ainda não emitiram resposta pública à nova convocatória sindical. Mas o conflito que se prolonga há meses, com sucessivas greves parciais e protestos, confirma um mal-estar profundo numa empresa que tenta equilibrar a lógica empresarial com a missão de serviço público.
Se a administração não ceder às exigências, o país poderá enfrentar um dos mais longos períodos de instabilidade laboral na história recente dos correios portugueses.
