Liberdade com qualidade.
Não fiquei particularmente o maior fã dos últimos auriculares que experimentei da Razer, os Hammerhead Pro V2, que, mesmo assim, ainda foram os meus fiéis companheiros durante meses. Apesar do excelente som e fantásticos baixos, a sua forma e materiais usados tornavam-nos pesados e desconfortáveis.
Felizmente, a Razer continuou a trabalhar esta linha e, dois anos e meio depois e após vários modelos, temos os Razer Hammerhead True Wireless, que respondem às necessidades e tendências atuais dos utilizadores, num mundo sem fios nem compromissos.
Às mãos chegou-me o modelo Quartz Pink, uma cor pouco usual, mas que a Razer tem tentado cada vez mais torná-la padrão, ao lado do branco alternativo Mercury White e o comum Classic Black.
Começando pelo design e por uma das mais importantes peças deste tipo de soluções, a sua caixa, esta apresenta-se como uma “pill”: arredondada, simplista e de tamanho pequeno-médio, ideal para colocar num bolso sem atrapalhar muito. Na sua traseira temos uma porta USB-C e, na frente, um pequeno led de indicador de bateria e emparelhamento.
Ao abrir a sua tampa, com uma ação muito satisfatória, encontramos os dois auriculares, dispostos de uma forma estranha, com o lado esquerdo no lado direito e vice-versa. Uma escolha muito peculiar que, nas primeiras utilizações, causa alguma confusão e até frustração, uma vez que não se torna imediatamente intuitivo colocar os auriculares no repouso. Felizmente, uma vez no lugar, ficam bem encaixados e começa logo a carregar.
Apesar da satisfatória tampa, esta também não confere particularmente a experiência mais premium, com uma dobradiça muito solta que fecha com facilidade, sim, mas que abana facilmente.
Quanto aos earbuds em si, estes parecem uma mistura de Apple Airpods com os Hammerhead mais tradicionais. As suas pontas longas, que se destacam, tornam o seu manuseamento facilitado, e as suas cabeças são minimalistas com as saídas pequenas, mas orientadas de forma a debitarem o som mesmo para os nossos ouvidos.
Ao contrário de modelos anteriores, estes Razer Hammerhead True Wireless são extremamente confortáveis e leves, ao ponto de se tornarem esquecíveis. Este modelo traz ainda uma capa de borracha para cada cabeça que tornam ainda mais fáceis a sua utilização, evitando que escorreguem dos ouvidos acidentalmente.
A utilização dos Razer Hammerhead True Wireless, como muitos outros equipamentos do género, requerem uma curva de aprendizagem. Sem qualquer botão físico, a utilização destes earbuds é feita através de botões capacitivos no seu exterior, muito sensíveis ao toque, onde os podemos operar com diferentes padrões de toque para pausa, atendimento de chamadas, mudança de faixas de música e até ativação do modo de baixa latência para minimizar atrasos de sincronia com vídeo e videojogos, para quem os usar para este propósito.
Estes padrões podem ser alterados na aplicação da Razer para smartphones, mas são tão precisos e requerem tantos passos que a sua utilização completa no uso diário pode tornar-se aborrecida e frustrante, especialmente quando algumas das ações requerem duplos e triplos cliques, ou pressão contínua durante determinados segundos.
Contudo, não deixa de ser uma solução completa, personalizável e versátil, se houver vontade para tirar partido de todas as funções que os Razer Hammerhead True Wireless têm para dar. Felizmente, a Razer, para além de fornecer um ótimo guia de utilização junto na caixa, tem também vídeos explicativos que ajudam a compreender a sua utilização
Numa nota menos positiva, que acaba por ser reflexo de coisas boas, é que os botões capacitivos são muito suscetíveis ao toque, ou seja, é muito fácil tocarmos neles sem querer e pausar a música, vídeo ou streaming que estamos a assistir.
Uma das funcionalidades de destaque dos Razer Hammerhead True Wireless é a sua ligação de baixa latência de 60ms, ativada com três toques e um pressionar de dois segundos, que se revela bastante eficaz em todo o tipo de consumo multimédia. E com isso nota-se uma diferença de sincronização notória face a outros earbuds do género, colocando os Razer Hammerhead True Wireless em vantagem. Porém, a distância de conexão aos equipamentos afeta a qualidade de ligação, não sendo o mais ideal para, por exemplo, ouvir música pela casa.
A qualidade de som é fantástica, com um foco particular nos médios e baixos, para sons mais agressivos, efeitos sonoros mais claros e vozes muito mais limpas. No geral, o som é claro e distinto, perfeito para jogos móveis, filmes e séries e até chamadas.
Apesar do bom som dos earbuds, o mesmo não se pode dizer do som captado pelo microfone, que fica aquém do que os smartphones mais recentes são capazes de captar. No entanto, acabam por fazer um bom trabalho a tentar limpar o ruído em volta, ainda que torne a voz captada algo robótica.
Já o tempo de vida da bateria deixa infelizmente a desejar, com apenas meia dúzia de horas de uso intensivo. É ótimo para utilizar durante um dia de trabalho, sim, mas a bateria é consumida muito rapidamente e torna a gestão de carregamento mais complicada, quando a sua base também só oferece 16 horas. Ao longo das últimas semanas, vi-me obrigado a carregar a sua base por cada duas/três utilizações intensivas dos Razer Hammerhead True Wireless.
Mas, no fim do dia, a experiência de utilização dos Razer Hammerhead True Wireless é, apesar de pequenas críticas pessoais, fantástica. Com uma qualidade de som ao nível do que se encontra na concorrência por este valor, é no conforto e na sua utilização “invisível” que os Razer Hammerhead True Wireless são excelentes.
Os Razer Hammerhead True Wireless aparecem em três cores, Classic Black, Quartz Pink e Mercury White e podem ser encontrados na loja da Razer por 119,99€.
Este dispositivo foi cedido para análise pela Razer.