Lembram-se da Nokia? Aquela marca finlandesa responsável por criar alguns dos telemóveis mais resistentes de sempre e que era super-popular muito antes da era dos iPhones e Galaxys?
Pois é, a Nokia está de volta nas mãos da HMD Global, e renasce das cinzas ao entrar no mundo dos smartphones com dispositivos Android.
Com menos de um ano de existência, a nova Nokia já tem alguns dispositivos no mercado e lançou recentemente o seu topo de gama, o Nokia 8, no mercado nacional.
Mais modestos e acessíveis são os Nokia 3 e o Nokia 5, que tivemos a oportunidade de usar durante duas semanas.
Estes dois dispositivos são os smartphones mais acessíveis da Nokia e distinguem-se por conseguirem responder a quase todas as necessidades procuradas num destes dispositivos de bolso, tudo isto com preços bem convidativos.
Começando pelo Nokia 3, um terminal simples e elementar. Com um design discreto, e não tivesse ele o logótipo da Nokia, este dispositivo poderia ser o standard do que é um dispositivo Android. E não é para menos, já que vem equipado com Android 7.1.1 Nougat puro.
Tem um corpo em policarbonato, e, apesar de se sentir plastificado, é extremamente ergonómico e satisfatório de agarrar. A sua estrutura é ainda composta por alumínio, o que confere uma segurança tremenda, e elimina todo aquele receio de o deixar cair, tal como acontece em alguns smarphones de gamas mais altas. Esta consistência e segurança é acrescida com o uso de um ecrã com Gorilla Glass.
O Nokia 3 é, também, o smartphone mais pequeno da marca, mas, ainda assim, apresenta-se com um ecrã de 5 polegadas com uma resolução de 1280×720 pixéis.
No seu interior, podemos contar com um processador quad-core Mediatek MT6737, 16GB de memória interna e 2GB de memória RAM. São características bastante simples, mas competentes. Este é um dispositivo criado para um utilizador que não segue as últimas novidades e que não está a pensar em usar muitas aplicações.
O Nokia 3 apresenta os tradicionais botões físicos dos dispositivos Android. A câmara traseira tem as mesmas características da frontal com 8MP e uma abertura de f/2.0.
Como seria de esperar, este dispositivo também tem câmaras, mas, tal como as suas outras características simples, também neste departamento mantém-se discreto. Curioso, no entanto, é o uso de sensores tão semelhantes na frente e na traseira, com 8MP e uma abertura de f/2.0. Os resultados são satisfatórios, mas nada que se possa gabar muito.
Todas estas características simples refletem a essência da Nokia e o potencial que um dispositivo destes poderá ter a longo prazo. A sensação que fica é que o Nokia 3 quer inserir-se num grupo de dispositivos simples e duradouros, um pouco à semelhança como era o Nokia 3310 no catálogo pré-smartphones da Nokia.
Estas são características que também tiram partido da bateria de 2630mAh, que, apesar de não ser extraordinária, deixou-nos atingir dois dias sem carregar com uma utilização regular no Facebook, Messenger, trocas de SMS’s e algumas chamadas.
Já o Nokia 5 é o irmão grande do Nokia 3 e apresenta diferenças substanciais, por dentro e por fora, que se refletem no valor do dispositivo e no público-alvo que quer atingir.
O Nokia 5 é um smartphone de média-baixa gama com um aspeto muito premium. As primeiras impressões são sempre importantes e o Nokia 5 causa impacto assim que o tiramos da caixa. Com um ecrã de 5.2 polegadas, um corpo sólido em alumínio e com o sensor biométrico na parte frontal do dispositivo, estamos perante um equipamento que parece ser de alta qualidade e de uma gama bem acima do que realmente é.
A qualidade de construção é irrepreensível. O Nokia 5 é fino, compacto, bastante ergonómico e dá a sensação que tem o tamanho nas nossas mãos. É também um dispositivo resistente à água e poeiras, o que significa que podemos despreocupar-nos um pouco relativamente aos locais para onde levamos o nosso telemóvel.
Mas o Nokia 5 não vive só das aparências. Quando começamos a utilizá-lo e olhamos para as suas características, o tal efeito premium começa a desaparecer, fazendo com que lembre o Nokia 3.
Apesar de um ecrã um pouco maior, neste caso de 5.2 polegadas, a resolução do Nokia 5 é a mesma que encontramos no Nokia 3 com apenas 720p (1280×720 pixéis), o que na prática pode ser notável quando queremos ver vídeos e imagens em alta resolução, especialmente aos olhos mais treinados.
O Nokia 5 apresenta-se com um sensor biométrico frontal extremamente sensível e rápido. A câmara traseira do Nokia 5 suporta 13MP e a frontal 8MP.
O Nokia 5 tem as habituais duas câmaras, frontal e traseira, e, aqui, também não se demonstram espetaculares. Com uma aplicação nativa que oferece poucas opções de raiz e com um sensor da lente, que, em condições com menos luz, oferece resultados que deixam um pouco a desejar, as câmaras deixaram-nos algo desapontados. Se procuram um smartphone para fotografia, ainda não é no Nokia 5 que vão encontrar uma boa opção. Falando em números, a câmara traseira suporta 13MP e a frontal 8MP. As duas câmaras ainda permitem a captura de vídeo slowmotion na resolução 480p e em velocidade normal em 1080p, o que é irónico quando estamos perante um ecrã com uma resolução inferior.
O Nokia 5 vem equipado com um processador octa-core Qualcomm Snapdragon 430, 2GB de memória RAM e 16GB de memória interna. São características de média-baixa gama e que se enquadram no valor do dispositivo. Na prática, poderemos notar alguma perda de fluidez na navegação de menus, mas nada de especial, pois aguenta-se com facilidade ao utilizarmos conjunto considerável de aplicações de fundo. É, porém, em aplicações mais pesadas, como jogos graficamente exigentes, que encontrámos alguma falta de folgo.
A longevidade de bateria do Nokia 5 é muito satisfatória. Com um uso algo exigente, aguenta-se durante um dia inteiro sem necessidade de recarregarmos a sua bateria de 3000mAh.
O Nokia 5 vem também preparado com o Android 7.1.1 Nougat puro. E, parecendo que não, é algo que marca o regresso à Nokia, depois desta ter feito parte da família Microsoft.
Esta opção da HMD Global/Nokia em usar o Android aparece justificada com vários argumentos. É uma tentativa de distanciar-se da era Microsoft, representa a nova entrada no mercado dos smartphones usando uma plataforma solidificada e fácil de atualizar, e é, também, uma estratégia que pode ajudar a tirar partido das características dos seus equipamentos sem recurso a máscaras e todas aquelas aplicações intrusivas que costumamos ver noutros dispositivos.
Os dois smartphones são praticamente do mesmo tamanho. Os smatphones também se distinguem pelos materiais de construção.
Existem, obviamente, pontos comuns entre os dois dispositivos. Temos a capacidade de expandir a memória interna via microSD até 256GB, saída de som via Jack 3.5mm, e, ainda, a estranha decisão, especialmente do Nokia 5, em manter uma porta microUSB. Isto é algo que influencia os longos tempos de carregamento dos equipamentos, mas que permite que sejam economicamente mais acessíveis.
Apesar de diferentes, não são as características internas que definem o Nokia 3 e o Nokia 5, mas sim as suas aparências e utilização a longo prazo. Procuram um dispositivo versátil, despreocupado, duradouro e que faça um pouco de tudo aquilo que se pede de um smartphone? O Nokia 3 pode ser uma opção. Se procuram algo parecido, mas preocupam-se com as aparências e segurança, o Nokia 5 é a aposta lógica.
O Nokia 3 já está disponível no mercado em várias cores, Mate preto, Branco de Cobre e Branco Prateado, por um preço recomendado de 159€ (o preço pode variar de operadora para operadora).
Quanto ao Nokia 5, também já está disponível no mercado em várias cores, Mate Negro, Prata e Azul Temperado, por um preço recomendado de 229€ (o preço pode variar de operadora para operadora).
Os equipamentos foram cedidos para análise pela HMD Global.
Segue-nos nas redes sociais no Facebook, Twitter e Instagram.