Fórmula 1 – Grande Prémio da Bélgica foi outro passeio de domingo para a Mercedes

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A Fórmula 1 esteve de volta a Spa-Francorchamps para o Grande Prémio da Bélgica num domingo onde a Mercedes voltou a dominar e onde a Ferrari viu os seus dois carros afastados dos pontos. A batalha pelo terceiro lugar no campeonato de construtores continua ao rubro. 

Texto por: André Santos

Depois de uma semana de pausa voltamos ao mundo da Fórmula 1, desta vez para o Grande Prémio da Bélgica, no famoso circuito de Spa-Francorchamps, o último onde as equipas foram autorizadas a usar modos de motor diferentes, já que, a partir da semana que vem, em Itália – Monza, os 20 carros na grid deixarão de poder usar o famoso “party mode”, seja em ambiente de corrida ou qualificação. 

Com um dos McLaren de fora, Carlos Sainz teve problemas de motor mesmo antes do início da prova e, com um reta muito curta, desde a partida até ao início da primeira curva, era esperada alguma confusão na primeira curva e mesmo até à curva 5. Porém, todos os pilotos fizeram aquilo que melhor sabem fazer – conduzir -, portando-se à altura da prova rainha do desporto motorizado e sem que tenha existido qualquer contacto que provocasse acidentes durante as primeiras voltas. Corria-se a segunda volta e já Hamilton levava uma vantagem de 2.5 segundos do Red Bull de Max Verstappen, ou seja, esperava-se uma corrida com um pódio bastante parecido ao de há duas semanas, em Espanha. 

Saltamos por breves momentos para a volta 4 para olhar para o melhor lugar que a Ferrari conseguiu durante o Grande Prémio da Bélgica. O carro de Charles Leclerc estava agora em 10º lugar, com o monegasco a queixar-se da potência do mesmo em retas. Toda a corrida da Ferrari foi como entrar num filme de terror, daqueles que todos sabem o fim, mas ninguém quer acreditar… Comunicações entre pilotos e equipa na pit wall faziam-se de forma menos amigável e sempre com a falta de definição na estratégia bem presente. Tudo isto, e somando a falta de performance do SF1000, fez com que os dois carros da Scuderia acabassem fora dos pontos, em 13º (Sebastian Vettel) e 14º, empurrando a equipa italiana para o 5º do campeonato de construtores e com os franceses da Renault já à espreita. 

Com os Ferraris a lutarem entre si pelos lugares do fim da tabela, mas a acabarem batidos por equipas como a Alfa Romeo, que também usa a mesma power unit (motor), era no topo que se discutiam estratégias com sentido. Valtteri Bottas pedia mais potência para apanhar o colega de equipa, mas a Mercedes negava o pedido, uma vez que os modos de potência mais elevados não seriam usados para batalhas dentro da equipa. Com isto, Lewis Hamilton continuava a afastar-se a bom ritmo e, no decorrer da 10º volta, já levava uma vantagem de 6.294s sobre o holandês da Red Bull, que, por sua vez, já levava uns enormes 13.365s de avanço do quarto lugar, o australiano Daniel Ricciardo, da Renault. No entanto, tudo mudou na 11ª volta.

Antonio Giovinazzi perde o controlo do seu Alfa Romeo Racing Ferrari à saída da curva 13 e acaba por embater, de forma violenta, contra o muro, o que fez com que um dos pneus traseiros acabasse por embater no Williams de George Russell. Resultado? Dois carros de fora, Safety Car no circuito durante quatro voltas e muitos dos pilotos a aproveitar esta espécie de “borla” para ir às boxes trocar de pneus. O pelotão estava de novo mais compacto e podíamos olhar para o resto da corrida com alguma esperança… 

f1 gp belgica
Foto: Formula1.com – Grande Prémio de Bélgica 2020

Mas não, era só fogo de vista. Mais umas voltas decorridas e a Mercedes, principalmente nas mãos de Lewis Hamilton, estava novamente com uma distância considerável em relação aos rivais (rival?) mais diretos, a Red Bull Racing Honda. Por exemplo, na volta 22 de 44, Ricciardo encontrava-se em 4º lugar, mas a 12.7s do terceiro lugar, que por sua vez tinha uma desvantagem de 4.3s para recuperar caso quisesse chegar ao lugar mais alto do pódio. 

Saltemos agora, quase em jeito de conclusão de um Grande Prémio nada emocionante, para a volta 36 quando os gráficos da Pirelli mostravam que os pneus de Lewis Hamilton e de Max Verstappen estavam a dar as últimas, algo que poderia fazer os fãs da Renault sorrir, já que Ricciardo continuava a lutar para chegar ao seu primeiro pódio como piloto da equipa francesa. Os homens da frente continuavam a fazer uma boa gestão de pneus e Ricciardo aproximava-se cada vez mais do pódio, mas os segundos para recuperar eram muitos e a verdadeira batalha estava nas mãos de outro Renault, o de Esteban Ocon. A luta pelo 5º estava acesa, duas voltas para o fim e Albon tentava manter o seu 5º lugar, enquanto que Ocon e Lando Norris tentavam subir pelo menos um lugar na classificação final. 

Duas voltas passadas e Ocon conseguiu subir ao 5º lugar, deixando o piloto da Red Bull para trás, e transformando este fim de semana no melhor fim de semana da Renault. Um 4º e 5º lugar com a soma do ponto extra do prémio DHL para a volta mais rápida com Ricciardo a conseguir o completar uma volta a Spa-Francorchamps em 1:47.483. A falta de pontos da Ferrari, o facto da McLaren competir apenas com um carro e um péssimo resultado para os homens da Racing Point (9º e 10º lugar) fazem com que a luta pelo terceiro lugar do campeonato de construtores esteja cada vez melhor com quatro equipas separadas apenas por nove pontos.

Já no fim, Max Verstappen, que com dez corridas para o fim do Campeonato do Mundo está agora a 47 pontos do líder do campeonato de pilotos, dizia que o Grande Prémio da Bélgica tinha sido aborrecido… Se foi para um dos pilotos no pódio imaginem para nós, a ver de casa.  

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