Parlamento aprovou recomendações que reacendem o debate sobre a inclusão da travessia Setúbal–Troia no Passe Navegante e a revisão do contrato de concessão.
A discussão sobre a travessia fluvial Setúbal–Troia regressou ao centro das atenções depois de o parlamento ter aprovado uma recomendação para que o Governo avalie a inclusão deste percurso no Passe Navegante. A decisão coincidiu com o debate de uma petição com 8.000 assinaturas que reivindica a integração da ligação no sistema tarifário da Área Metropolitana de Lisboa, colocando fim a uma situação que muitos residentes consideram desigual face ao resto da região.
A recomendação aprovada aponta para a necessidade de enquadrar a travessia no passe que permite deslocações ilimitadas a preços controlados, algo que milhares de utilizadores reclamam há bastante tempo. No mesmo plenário foi igualmente aprovada a sugestão de reavaliar e renegociar o contrato de concessão da ligação sobre o Sado, tendo em conta o impacto que as tarifas atuais têm no orçamento de quem depende do barco para trabalhar, frequentar serviços públicos ou aceder às praias de Troia.
Durante o debate, vários deputados destacaram que os valores cobrados – que há mais de uma década eram pouco superiores a 1€ e hoje ultrapassam os 9€ – se tornaram incomportáveis para muitos residentes. Houve quem frisasse que esta ligação sempre funcionou como uma ponte natural entre as margens do Sado e que não pode ser encarada como um serviço de luxo. Outros alertaram para aquilo que encaram como uma discriminação em relação ao restante território metropolitano, onde o passe já inclui travessias de natureza semelhante.
Apesar de a maioria ter mostrado abertura para avançar, também se ouviu quem defendesse que o momento ideal para tratar do assunto será o fim do contrato de concessão, previsto para os próximos anos, apostando numa renegociação mais abrangente. Houve ainda quem considerasse que um eventual passe nacional, que está a ser estudado, poderá resolver a situação sem necessidade de medidas intermédias.
Com a aprovação destas recomendações, abre-se espaço para que o Governo e as entidades regionais avaliem a integração da travessia no Passe Navegante e ponderem alterações ao contrato atualmente em vigor.
