Benfica detalha plano do Benfica District e expansão histórica da Luz

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Com o Benfica District, o clube da Luz quer reduzir a dependência de receitas do futebol e criar um novo polo desportivo, cultural e comercial.

A direção do Sport Lisboa e Benfica anda a percorrer o país para explicar aos sócios o que pretende fazer na zona da Luz, e a sessão no Algarve, que aconteceu na noite de 16 de dezembro, voltou a deixar claro que o Benfica District é, para já, o grande dossiê do clube. Nuno Catarino, vice-presidente e responsável financeiro, detalhou o plano: por um lado, a ampliação do estádio até aos 80.000 lugares; por outro, a transformação da área envolvente num complexo multiusos que, se tudo correr dentro do previsto, só estará totalmente concluído em 2030.

A expansão da Luz é apresentada como um processo contínuo, pensado para nunca interromper a atividade desportiva. O ponto de partida são os atuais 68.116 lugares. O caminho até aos 80.000 está desenhado em quatro etapas principais. Primeiro, a remodelação do piso 0. Depois, o rebaixamento do relvado, aproximando as bancadas e criando o ambiente mais “à inglesa” de que a direção tanto fala. A seguir, o clube quer introduzir uma zona de lugares em pé, inspirada nos modelos alemães, embora a legislação nacional ainda exija um trabalho jurídico mais cuidadoso. No fim, já ligado diretamente ao Benfica District, surge o reforço da estrutura exterior, permitindo acrescentar novas filas nas bancadas superiores. O preço do aumento da lotação está calculado: cerca de 75 milhões de euros no total, ou 7.000€ por cada novo lugar.

À volta do estádio, o projeto é bem mais vasto. Inclui uma arena com 10.000 lugares, pavilhões para diferentes modalidades, um museu renovado, uma loja, espaços comerciais, zonas de restauração, um hotel, áreas residenciais, escritórios, percursos pedonais, um teatro e até uma piscina. A estimativa global ronda os 220 milhões de euros, com margem para uma contingência adicional de 10%. A expectativa da direção é que o distrito gere receitas anuais na ordem dos 37 milhões de euros, distribuídas pela exploração da arena, rendas, serviços do clube, atividades corporate, concessões e publicidade.

Apesar da dimensão do investimento, Nuno Catarino afirmou que o objetivo é que o projeto seja autossustentável e não acabe a pesar na tesouraria. O financiamento ainda não está fechado, como seria de esperar, e só avançará se os custos finais não escaparem ao que foi projetado. Quanto aos prazos de amortização, a direção aponta para 15 anos, embora admita que os bancos consideram o plano ambicioso. O exemplo do Sporting, que estendeu a operação Alvaláxia até aos 27 anos, tem sido usado para contextualizar essa diferença de ritmos.

Outro tema que voltou a surgir foi o naming do Estádio da Luz. José Gandarez, também vice-presidente, explicou que o Benfica District pode acelerar essas negociações, já que a nova cobertura transformará o recinto num espaço com maior visibilidade comercial. As conversas estão em curso e o clube procura um parceiro sólido, capaz de assumir um contrato de oito a dez anos.

Se a Assembleia Geral de 3 de janeiro der luz verde, o passo seguinte será a entrada do processo na Câmara Municipal de Lisboa. A partir daí, o calendário já está traçado: finalização dos projetos de execução, concursos, primeiras demolições e, a partir de 2028, construção a sério. A inauguração está prevista para o final de 2029, e até lá o Benfica garante que a equipa principal continuará a jogar na Luz, com as modalidades a recorrerem a outros pavilhões durante as fases mais sensíveis das obras.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopes
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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