A Parques de Sintra executa um amplo programa de restauro das coberturas e elementos exteriores, mantendo o Palácio de Monserrate aberto ao público.
A Parques de Sintra avançou com um novo ciclo de obras no Palácio de Monserrate, centrado na recuperação das coberturas e na área conhecida como Copa dos Frescos. A intervenção, prevista até ao final do primeiro trimestre de 2027, representa um investimento de cerca de três milhões de euros e integra a estratégia de conservação contínua do património sob gestão da empresa.
O plano em curso procura garantir a estabilidade estrutural e a correta conservação das zonas superiores do edifício, ao mesmo tempo que assegura a preservação dos paramentos exteriores e dos elementos que compõem a Copa dos Frescos. Estão a ser reabilitadas as estruturas de suporte das coberturas, substituídos componentes degradados e restaurados revestimentos que exigem consolidação. A revisão dos sistemas de drenagem e impermeabilização constitui outra etapa essencial, orientada para reforçar a resistência do conjunto perante as condições meteorológicas e evitar patologias futuras. O processo abrange ainda o tratamento de elementos pétreos e decorativos, conduzido com respeito pelos materiais originais e pelas técnicas históricas que definem o carácter do palácio.
João Sousa Rego, presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, sublinha que a intervenção decorrerá de forma faseada, devido à sua dimensão e complexidade, mas o Palácio de Monserrate permanecerá aberto ao público. Será instalada uma estrutura de andaimes e uma cobertura temporária que permitirá proteger o edifício, as equipas e os visitantes, atenuando também o impacto visual associado às obras.
O Palácio de Monserrate, considerado um dos mais marcantes testemunhos do romantismo europeu em Portugal, resultou da iniciativa de Sir Francis Cook, que, na segunda metade do século XIX, mandou erguer o edifício sobre os vestígios de um antigo palácio neogótico. O projeto do arquiteto inglês James Knowles Jr. conferiu ao conjunto uma identidade singular, marcada pela fusão de influências neogóticas, indianas e mouriscas, evidentes nos mármores trabalhados, nas colunas rendilhadas e nos estuques que definem o interior. A envolvente paisagística, concebida como um jardim botânico de inspiração pinturesca, reforça a relação entre arquitetura e natureza, um dos traços característicos do espírito romântico.
Classificado como Imóvel de Interesse Público e integrado na Paisagem Cultural de Sintra inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1995, o conjunto entrou na esfera de gestão da Parques de Sintra em 2000. Seguiu-se uma extensa campanha de reabilitação, que permitiu a reabertura do palácio em 2010 e a conclusão do restauro interior em 2016.
Foto: PSML/EMIGUS
