Novo analgésico português S#072 avança para testes em humanos após resultados promissores

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O S#072, composto desenvolvido pela Sea4Us, concluiu a fase pré-clínica sem efeitos adversos relevantes e prepara-se para iniciar ensaios em voluntários saudáveis em 2026.

Portugal prepara-se para dar um passo invulgar no campo da analgesia, com um projeto científico nacional a aproximar-se da fase de testes em humanos. A Sea4Us, empresa portuguesa dedicada à biotecnologia marinha, concluiu a etapa pré-clínica do seu novo composto, após estudos de segurança e toxicologia in vivo que não registaram efeitos adversos relevantes. O fármaco, identificado como S#072, surge como uma abordagem distinta num cenário em que as alternativas continuam escassas e, em muitos casos, dependentes de terapêuticas com riscos conhecidos.

O projeto resulta de mais de uma década de investigação sobre organismos marinhos, fonte que permitiu à Sea4Us desenvolver uma molécula concebida para atuar na origem dos sinais de dor. Segundo a empresa, o composto não apresenta potencial de dependência nem exige sedação, afastando-se assim dos perfis associados a alguns tratamentos convencionais. Nos testes realizados até agora, o S#072 revelou eficácia superior às opções atualmente disponíveis, posicionando-se de forma singular antes do início da avaliação clínica.

Se o calendário avançar conforme previsto, os primeiros voluntários saudáveis deverão ser recrutados em abril de 2026, dando início à fase de testes em humanos.

A dimensão do problema ajuda a perceber a expectativa: a dor crónica afeta cerca de 100 milhões de europeus e está associada a perda de produtividade, constrangimentos na rotina diária, impacto emocional e situações de retraimento social. A ausência de alternativas verdadeiramente eficazes conduz, em muitos casos, ao recurso a opioides, que, embora proporcionem alívio rápido, implicam riscos que têm levado a comunidade médica a procurar soluções mais seguras.

Fundada em 2013 como spinoff da NOVA Medical School, a Sea4Us conta atualmente com uma equipa de cerca de duas dezenas de investigadores e soma 6,8 milhões de euros em investimento e financiamento europeu competitivo. Além do S#072, estão em desenvolvimento projectos focados na dor osteoartrítica, neuropatias associadas a quimioterapia, dor visceral e outras condições clínicas que continuam sem respostas eficazes.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopes
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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