O Spotify anunciou mais uma ferramenta inteligente, para audiolivros, ao mesmo tempo que tenta limpar a reputação questionável no campo da inteligência artificial.
O Spotify anunciou um novo botão dedicado a resumo nos audiolivros compatíveis. Trata-se de uma ferramenta pensada para atualizar os utilizadores, depois de fazerem longas pausas e de regressarem já sem se lembrar do enredo ou conteúdo. Após vinte minutos de audição, o utilizador pode agora pedir um breve resumo daquilo que já ouviu, atualizado à medida que avança.
O escritor JH Markert, um dos primeiros a experimentar a funcionalidade, descreve-a como um “marcador de livros com voz”, elogiando a fluidez da experiência. Este entusiasmo é contrastado de imediato no anúncio oficial desta funcionalidade, que foi feito com um tom incomum e quase defensivo para clarificar o funcionamento interno da ferramenta. O Spotify explica que estes resumos são produzidos a partir de material fornecido pelas editoras e que não envolve reutilização da narração nem qualquer contributo para modelos externos de voz ou texto. Essa explicação surge num momento em que a plataforma enfrenta críticas pela presença de faixas geradas automaticamente com origem pouco transparente e pela ligação à ElevenLabs, usada em projetos de narração sintética.
Assim, apesar de investir em mais funcionalidades inteligentes, a empresa procura marcar distância de práticas que envolvam recolha ou reaproveitamento de vozes, sublinhando que o sistema opera num módulo isolado e que apenas gera sínteses curtas do conteúdo já ouvido.
Para já, o lançamento está limitado ao iOS e a um pequeno conjunto de títulos em inglês. A expansão deverá avançar para Android e para mais títulos durante as próximas semanas, consoante validação das editoras.
