Rede Expressos mantém oposição à entrada da FlixBus e BlaBlaCar em Sete Rios

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A Rede Expressos alega que o Terminal de Sete Rios está no limite operacional e que a entrada de novos operadores colocaria em risco a segurança e o funcionamento da infraestrutura.

A Rede Expressos, concessionária do Terminal Rodoviário de Sete Rios, considera que o acesso de novos operadores a esta infraestrutura, nas condições atuais, não é viável e colocaria em risco a segurança de passageiros, trabalhadores e equipamentos. Por esse motivo, a empresa mantém a recusa em permitir a entrada de novos serviços, nomeadamente os propostos pela FlixBus e pela BlaBlaCar.

De acordo com o gerente da Rede Expressos, Martinho Costa, o terminal encontra-se no limite da sua capacidade física e operacional, sem condições para integrar novos horários ou operadores sem comprometer a segurança e a qualidade do serviço. A posição da empresa assenta em várias avaliações técnicas e de segurança que apontam para uma saturação total das infraestruturas internas e externas. A introdução de quase uma centena de novos horários pela FlixBus e uma dúzia pela BlaBlaCar ultrapassaria largamente a capacidade existente, dificultando a circulação e o estacionamento dos autocarros.

Em comunicado, a Rede Expressos alerta ainda para o aumento do risco de acidentes, tanto no interior como no exterior do terminal, caso o tráfego rodoviário e pedonal venha a intensificar-se. Nas horas de maior afluência, o congestionamento é frequente e as condições de circulação pedonal tornam-se inseguras, situação facilmente observável nas imediações.

Recorde-se que o terminal de Sete Rios foi concebido como uma solução provisória em 2004, encontrando-se hoje desajustado face à procura crescente, apesar dos investimentos realizados ao longo dos anos. A Rede Expressos defende que qualquer futuro terminal rodoviário em Lisboa deverá ser projectado com dimensão adequada, capacidade de expansão e acessos eficientes que garantam um funcionamento equilibrado entre operadores.

A empresa lembra que existe uma alternativa operacional disponível: a Gare do Oriente. De acordo com a legislação, quando um terminal se encontra esgotado, deve ser indicada uma alternativa, e essa já foi identificada. A Gare do Oriente, atualmente utilizada pela FlixBus apenas numa parte das suas rotas, dispõe de capacidade suficiente para acolher os horários adicionais pretendidos tanto pela FlixBus como pela BlaBlaCar.

A Rede Expressos reafirma o cumprimento das determinações legais e o respeito pelas entidades reguladoras, sublinhando que interpôs recurso da decisão da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes que determinava a abertura do terminal a novos operadores. Contudo, a empresa mantém o compromisso de garantir a segurança das operações e dos passageiros, mesmo que tal implique eventuais sanções administrativas.

A operadora frisa que não se opõe à concorrência e que tem partilhado terminais com outros operadores em várias cidades, incluindo Porto, Aveiro, Braga, Viseu, Covilhã, Setúbal e Lisboa. O atual impedimento é, segundo a empresa, de natureza exclusivamente técnica e de segurança, e não comercial.

A empresa contrasta a sua atuação com a de outros operadores que, segundo refere, não investem em infraestruturas próprias nem mantêm equipas locais, concentrando-se em rotas turísticas e apostando em estratégias mediáticas que não refletem a realidade operacional. A Rede Expressos sustenta que um mercado equilibrado exige concorrência saudável, mas alerta para o modelo de expansão da FlixBus noutros países europeus, onde procurou o domínio total do mercado, com impacto negativo na diversidade da oferta e na estabilidade dos preços.

Em Portugal, a Rede Expressos considera que o seu trabalho tem contribuído para evitar esse cenário, garantindo a coesão territorial e a mobilidade das populações em todo o país. A empresa reconhece, contudo, que Lisboa necessita de novos terminais rodoviários, modernos e adequados às exigências atuais, e defende que a Câmara Municipal deve avançar com a construção de uma infraestrutura capaz de responder ao crescimento da mobilidade interurbana.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopes
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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