Bose QuietComfort Ultra Review: Cada vez melhores

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Com pequenas melhorias os novos QuietComfort Ultra não se reinventam, mas melhoram o essencial, tornando-os numa das melhores apostas neste segmento.

Lançados no mercado por 479€, os novos Bose QuietComfort Ultra, apresentam-se, uma versão ligeiramente melhorada do modelo original, um pequeno ajuste que não chega a ser nenhuma revolução. E dado que a primeira geração já era uma das melhores ofertas do mercado, não é surpreendente que o desempenho do cancelamento de ruído e da qualidade sonora se mantenham praticamente idênticos. Há, contudo, algumas novidades que acrescentam algumas conveniências. Por exemplo, a sua aplicação recebeu novos controlos, os auscultadores podem agora ser colocados na horizontal para “descansar” e há suporte para áudio sem perdas através da sua porta USB-C.

O design mantêm-se praticamente inalterados face ao modelo anterior. Os auscultadores continuam a contar com as linhas elegantes e discretas, com um aspeto minimalista e um acabamento premium. As almofadas, revestidas num couro sintético suave e macio, transmitem uma sensação de conforto imediato, quase como se estivéssemos a utilizar algo feito à medida. E por se tratar de um produto não muito volumoso, os auscultadores têm um encaixe firme e muito estável, que é perfeito para mim, embora possa não ser ideal para quem tenha orelhas um pouco maiores. O peso está bem distribuído entre a haste e as conchas, e o acolchoamento é suficiente para utilizar ao longo de várias horas sem causar desconforto, algo essencial num par de auscultadores concebido para viagens. A única diferença estética notória está no acabamento metálico polido à volta das hastes, que substitui o anterior aspeto entre o fosco e o brilhante. Visualmente, é um toque mais vistoso, embora tenda a atrair marcas de dedos com facilidade.

Aquando da sua apresentação oficial, a Bose falou em pequenos ajustes na sonoridade, no cancelamento de ruído e nos modos de transparência, mas esta atualização está mais voltada para a conveniência do dia-a-dia do que para grandes novidades técnicas – onde até acaba por surpreender. Por exemplo, o modo de baixo consumo foi repensado e agora basta pousar os auscultadores na horizontal para que se desliguem da fonte de áudio, e ao voltar a colocá-los retomamos a música. É um detalhe simples, que torna a utilização dos QuietComfort Ultra mais natural e orgânica no nosso dia-a-dia. Para além disso, mantém-se o botão físico de energia e um estojo funcional, o que dá alguma tranquilidade a quem prefere um controlo mais tangível. A autonomia também recebeu um ligeiro impulso, já que passou de 24 para 30 horas com cancelamento ativo e 24 horas com o modo de Áudio Imersivo. Passa a ser assim possível ouvir música enquanto carregam o par e, finalmente, desfrutar de áudio sem perdas quando ligados através da sua porta USB-C – uma grande vantagem, uma vez que é algo que o seu antecessor não permitia.

Bose QuietComfort Ultra
Bose QuietComfort Ultra

No lado do software, a Bose simplificou bastante os controlos de cancelamento e transparência. Já não é necessário criar modos personalizados, basta ajustar na aplicação o nível de ruído que se quer bloquear ou deixar passar, ou até desligar completamente o som ambiente. É uma melhoria subtil, mas torna a sua utilização mais fluida. O resto mantém-se fiel ao que já era fantástico, como a ligação multi-ponto (ainda limitada a dois dispositivos), som adaptativo que ajusta o perfil aos ouvidos do utilizador e algumas opções úteis nas chamadas, como o controlo do volume da própria voz. O uso de comandos físicos continua a ser uma experiência mista, já que há botões tradicionais e um controlo de volume tátil, apesar deste último ainda necessitar de ser um pouco mais preciso.

Depois de passar vários dias a testar o novo QuietComfort Ultra fiquei com a clara sensação que vão continuar a ser uma das referências no que toca a cancelamento de ruído, encontrando-se num patamar muito elevado e difícil de rivalizar. A Bose voltou a fazer um excelente trabalho, já que mantém um desempenho acima da média. O modo de transparência, ou “Aware” como a marca lhe chama, continua a ser um dos grandes trunfos destes auscultadores, e chega a ser tão impressionante como o próprio cancelamento de ruído, graças aos seus dez microfones que fazem um trabalho notável em reproduzir a voz e o ambiente de forma natural. Durante uma caminhada ao ar livre, consegui conversar com quem me acompanhava e ouvir música ao mesmo tempo, sem aquela sensação artificial de isolamento.

A Bose também mexeu no sistema ActiveSense, que agora suaviza as transições quando o modo de transparência está ligado. O resultado é um comportamento mais natural, com ruídos rápidos, como o estalar de dedos ou uma porta a bater, que passam despercebidos, mas sons contínuos, como o de um aspirador, acabam por ser gradualmente abafados após alguns segundos. É um melhoramento subtil e muito bem-vindo.

No que toca ao som, confesso que não notei grandes diferenças em relação à primeira geração dos QuietComfort Ultra, e isso nem é um problema, porque estes já eram dos melhores que temos no mercado. O perfil mantém-se equilibrado, detalhado e envolvente, com agudos claros e uma boa separação dos instrumentos. Os graves continuam a vir por defeito um pouco mais intensos do que aquilo que eu pessoalmente gosto, mas nada que o equalizador não resolva. Reduzindo um pouco essa gama, o som ganha em precisão, mantendo a energia e o corpo das faixas. Há até um ligeiro ganho de definição nas frequências altas, algo que dá vida a percussões e guitarras.

Bose QuietComfort Ultra
Bose QuietComfort Ultra

O novo modo Cinema, por outro lado, não me convenceu. Tal como o antigo modo de Áudio Imersivo, introduz uma espécie de eco digital que distrai mais do que realmente ajuda. É verdade que realça os diálogos, e pode ser útil para quem tem dificuldade em ouvi-los, mas, para mim, continua a soar artificial. Ainda assim, o rastreio de cabeça está bem implementado e dá uma sensação interessante de espaço, mais próxima de um sistema de som doméstico. Já durante as chamadas, a Bose mantém o padrão de qualidade, com a voz a ser clara e o ruído ambiente desaparece quase por completo do outro lado da linha. O controlo da própria voz continua a ser uma funcionalidade que valorizo muito, e que torna as conversas mais naturais e menos “robóticas”.

Na prática, o que mais distingue esta segunda geração dos QuietComfort Ultra são mesmo as melhorias na experiência quotidiana. Os novos gestos, o modo de baixo consumo e a integração através do USB-C tornam a utilização diária mais prática e fluida. Não é uma atualização que justifique para quem procurar trocar do modelo anterior, mas, enquanto conjunto, a combinação de conforto, conveniência e desempenho coloca esta nova geração dos QuietComfort Ultra no topo do mercado, um par de auscultadores que não se tenta reinventar, mas aperfeiçoa quase tudo o que já fazia muito bem.

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Este produto foi cedido para análise pela Bose

Joel Pinto
Joel Pinto
Joel Pinto é profissional de TI há mais de 25 anos, amante de tecnologia e grande fã de entretenimento. Tem como hobbie os desportos ao ar livre e tem na sua família a maior paixão.
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