Gleba avança com Processo Especial de Revitalização devido a dívidas superiores a 8 milhões de euros

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Ainda assim, o fundador da Gleba, Diogo Amorim, afasta a possibilidade de despedimentos.

A Gleba, reconhecida padaria artesanal fundada por Diogo Amorim, avançou com um Processo Especial de Revitalização (PER) para renegociar uma dívida que já ultrapassa os oito milhões de euros, segundo avançou o ECO. A decisão surge após um ciclo intenso de expansão na área metropolitana de Lisboa, que acabou por colocar a empresa sob forte pressão financeira.

Nos últimos anos, a marca acelerou o crescimento, abrindo várias novas lojas e reforçando de forma expressiva o número de trabalhadores. Atualmente, a Gleba conta com 24 espaços – 14 deles em Lisboa -, o que representa o triplo face a 2022. E número de colaboradores quase duplicou, ultrapassando os 240.

Este investimento teve, no entanto, um impacto relevante nas contas. Apesar de as vendas e o EBITDA continuarem a crescer, o endividamento começou a limitar a capacidade da empresa de cumprir os seus compromissos. Diogo Amorim explicou ao ECO que o PER pretende “garantir tempo e estabilidade para renegociar a dívida e ajustar custos”, de modo a transformar o crescimento recente numa base sustentável a médio prazo.

O tribunal de Lisboa já aprovou o pedido de PER, o que permite à Gleba beneficiar de proteção temporária face aos credores enquanto decorrem as negociações para redefinir os prazos e condições de reembolso. Entre os credores está o Bankinter, que em setembro avançou com duas ações executivas no valor de 1,1 milhões de euros, de acordo com o portal Citius.

Diogo Amorim, que controla 65% do capital (com António e Marta Carrapatoso a deterem os restantes 35% desde 2019), afasta a possibilidade de despedimentos. Ainda assim, admite que está em curso uma revisão de custos para eliminar despesas não produtivas. “O foco é reequilibrar a dívida, otimizar a operação e continuar a aumentar as vendas para diluir os custos fixos”, afirmou ao ECO.

Os dados de 2023 mostram uma evolução mista: a faturação subiu 35%, atingindo 7,3 milhões de euros, mas o lucro líquido caiu para 11,6 mil euros, muito abaixo dos 600 mil registados no ano anterior. O passivo mais do que duplicou entre 2021 e 2023, passando de 3,68 milhões para cerca de oito milhões, com dois terços deste valor a corresponder a responsabilidades de curto prazo.

Ao contrário de outras cadeias, a Gleba mantém uma gestão centralizada, sem recorrer a franchising. Todas as lojas são operadas diretamente pela empresa, que também aposta no comércio digital, com uma loja online e um serviço de subscrição para entregas regulares de pão artesanal.

A Gleba abriu em março a sua mais recente loja, localizada na Parede. Dois meses antes, no final de janeiro, inaugurou uma loja no Saldanha. Foram as únicas inaugurações do ano.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopes
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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