Google Pixel Watch 4 Review: o smartwatch que me fez voltar a gostar de wearables

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Da autonomia à fluidez do Wear OS 6.0, o Pixel Watch 4 mostra-se um smartwatch maduro e equilibrado.

Depois das reviews aos smartphones Pixel 10 Pro e Pixel 10 Pro XL, bem como aos novos auscultadores Pixel Buds 2a, focamo-nos agora noutro dispositivo, neste caso um “vestível”: o Google Watch 4, o mais recente smartwatch da tecnológica americana que surge com funcionalidades avançadas de saúde e conectividade. E no meu caso, estes últimos dias foram um desafio, até porque trata-se do meu primeiro relógio Google que estou a testar.

Uma das coisas que adorei imediatamente mal olhei para o Google Watch 4 foi o seu ar ultra moderno, sobretudo graças ao seu novo ecrã abobadado Actua 360. Este ecrã do Google Watch 4 tem linhas suaves e um formato arredondado muito bem conseguido, transmitindo uma sensação de continuidade entre o ecrã e a estrutura metálica, que me deixou simplesmente fascinada. Não existem ângulos bruscos nem arestas incómodas, e a transição entre o vidro e a moldura é tão subtil que quase parece uma peça única, como se o ecrã se estendesse naturalmente até às margens.

Para complementar o visor, do lado direito, temos uma coroa giratória que nos dá um feedback com pequenas vibrações. Não só gosto da sensação tátil das pequenas vibrações cada vez que giro a coroa, como também da sua responsividade, nomeadamente quando carrego na coroa e rapidamente é ativado o menu com as várias aplicações integradas do relógio. E aqui, o chamado Material You 3 Expressive revela-se uma aposta ganha. A navegação no sistema é muito harmoniosa e coerente, e os componentes visuais encaixam-se muito bem no ecrã, com transições suaves e uma sensação de fluidez que torna a experiência realmente agradável. Consegue-se também uma maior coerência visual entre o telemóvel Pixel e o relógio, uma escolha inteligente da Google, que quer ter a transição entre dispositivos o mais fluida e reconhecível possível.

Para além da coroa giratória, ainda temos outro botão, que se encontra por cima da coroa e que nos permite, por exemplo, aceder às aplicações usadas mais recentemente. Temos também ainda integrado um microfone e altifalante, úteis para chamadas em alta-voz.

Já no outro lado do mostrador temos uma zona de contacto para carregamento, cuidadosamente integrada no corpo do relógio de forma bastante harmoniosa. Para carregar o Pixel Watch 4, é preciso ligá-lo à estação de carregamento rápido do Google Pixel Watch, estação essa que já vem incluída na caixa. Ao encaixar o relógio na estação, o conector alinha-se magneticamente e o Pixel Watch 4 começa a carregar na vertical. O encaixe magnético é sólido o suficiente para manter o relógio seguro e é fácil de remover com um ligeiro toque. O melhor de tudo é que, enquanto aguardo que o relógio carregue, o mostrador do Watch 4 funciona como um pequeno relógio de mesa, mostrando discretamente a hora, notificações ou quanto tempo é necessário aguardar até ficar pronto para ser usado novamente.

A versão que recebi foi a de 42mm LTE e apresenta-se com uma estrutura em alumínio polido e quatro braceletes em Irís (tamanho pequeno e grande) feitas num tom lilás suave, quase a roçar o roxo, que lhe dá um ar jovem e leve, mas sem ser demasiado chamativo. O material da bracelete é um silicone incrivelmente macio ao toque, com uma textura quase aveludada que torna o uso confortável mesmo durante todo o dia. Para quem preferir outra cor ou outro tipo de bracelete, pode espreitar no site oficial da Google e escolher entre as várias opções que estão disponíveis por lá.

Encaixar as duas partes da bracelete ao mostrador é extremamente fácil, uma vez que basta seguir as instruções no guia de inicio rápido da Google. A bracelete superior tem um pequeno botão metálico que encaixa num dos nove furos da bracelete inferior, o que ajuda a ter um ajuste muito preciso em diferentes diâmetros de pulso. Como o meu é um pouco estreito, encontrar braceletes que se ajustem confortavelmente ao meu braço acaba por ser uma tarefa um pouco difícil. Mas com o Pixel Watch 4 não tive essa questão, até porque consigo optar por usar um furo intermédio da bracelete pequena e apertar o suficiente para que o relógio não rode e nem aperte demasiado.

De resto, o Pixel Watch 4 é um relógio surpreendentemente leve, com apenas 57 gramas (braceletes incluídas). Essa leveza nota-se logo ao colocá-lo no pulso – o modelo de 41 mm, que foi o que escolhi, assenta de forma muito confortável e discreta. Ao fim de alguns minutos, quase me esqueço que o estou a usar, o que é um ótimo sinal num dispositivo que se pretende usar o dia todo. É verdade que existem relógios no mercado ligeiramente mais finos, mas os 12,3 mm de espessura do Pixel Watch 4 não comprometem, em nada, o conforto nem a ergonomia. Um ponto positivo de quase me esquecer que estou a usar o Pixel Watch 4 é que não tenho que ter receio de o salpicar com água, como por exemplo quando estou a lavar as mãos, uma vez que conta com certificação IP68, que o torna resistente à água, pó e submersão até 50m de profundidade.

Depois de me habituar ao conforto e à leveza do relógio, outro aspeto que mais se destacou foi a sua versatilidade em diversos ambientes. Graças ao ecrã AMOLED LTPO de 320 ppp com cores e 3000 nits (50% mais brilhante que o seu antecessor), posso ver facilmente todas as informações que preciso, mesmo quando estou em locais com muita claridade, como quando estou a correr ou a fazer outro desporto ar livre. Posso também ainda ativar o ajuste automático, em que o relógio fica menos brilhante quando estou em locais menos iluminados, podendo reduzir o seu brilho até cerca de uns impressionantes 1 nit.

Relativamente ainda ao ecrã, uma das críticas ao Pixel Watch 3 era precisamente o facto do vidro Gorilla Glass 5 ser bastante resistente, porém ter alguma tendência a riscar com uso quotidiano. Essa preocupação permanece com o Pixel Watch 4 e, embora ainda não tenha surgido nenhum arranhão maior no meu relógio, mesmo depois de ele ter “voado” do meu pulso numa distração, o receio de que risque facilmente continua presente, por isso acabo sempre por andar com algum cuidado extra quando o uso quer seja em casa ou na rua. No entanto, se algo se estragar podemos ficar descansados, pois o Pixel Watch 4 é o primeiro relógio da Google que permite a substituição tanto do ecrã, como da bateria, uma novidade que representa um grande passo em termos de durabilidade e reparabilidade dos dispositivos da marca.

Quanto ao hardware, o Google Watch 4 vem equipado com a segunda geração do processador Qualcomm Snapdragon W5 Gen 2, o mesmo que já alimentava o Pixel Watch 3, mas agora com uma gestão de energia mais eficiente. Para tarefas que exigem baixo consumo, como a monitorização contínua de parâmetros de saúde ou o controlo de sensores, entra em ação o coprocessador Cortex-M55, responsável por manter tudo a funcionar de forma discreta e estável. Em termos de memória, o relógio mantém os 2GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno eMMC. É também importante referir que o Pixel traz vários sensores, como bússola, altímetro, sensores vermelhos e infravermelhos de monitorização da saturação de oxigénio (SpO2), sensores elétricos multiusos compatíveis com a app ECG, acelerómetro de 3 eixos, giroscópio, sensor de luz ambiente, barómetro, magnetómetro, sensor de temperatura da pele de campo distante e sensor de temperatura da pele.

A conectividade do Google Watch 4 é um dos pontos que mais me surpreendeu. Além de Bluetooth 6.0 e Wi-Fi de banda dupla, o relógio conta com NFC para pagamentos e GPS de dupla frequência (com suporte a Galileo e Glonass), o que garante uma localização rápida e precisa. Nos modelos LTE, como é o caso da minha versão, é possível utilizá-lo de forma totalmente independente do telemóvel, ideal para treinos ou deslocações rápidas. E isto dá uma indepedência incrível.

Em termos de desempenho, a bateria de 325 mAh do Google Watch 4 revela-se bastante eficiente, especialmente quando comparada com as gerações anteriores. A velocidade de carregamento varia ligeiramente entre as versões de 41 mm e 45 mm, mas ambas oferecem resultados muito satisfatórios. O modelo de 41 mm carrega cerca de 25% mais depressa do que os seus antecessores e é possível levá-lo dos 0 aos 50% em aproximadamente 15 minutos, o que é perfeito para uma carga rápida antes de sair de casa. Já uma carga completa demora, em média, entre 50 a 55 minutos, e o relógio envia até um aviso para o telemóvel quando atinge a carga máxima, o que dá imenso jeito e evita estar sempre de olho para perceber se já o relógio já carregou ou não.

Sobre a autonomia, o desempenho do Pixel Watch 4 surpreendeu-me pela positiva. Dependendo da utilização, é possível obter até 30 horas de duração, o que significa que posso usar o relógio confortavelmente durante todo o dia sem preocupações. Ao ativar o modo de poupança de energia, essa autonomia pode estender-se até cerca de 48 horas no modelo de 41 mm – e até 72 horas na versão de 45 mm -, o que é verdadeiramente impressionante, sobretudo quando nos lembramos que se trata apenas de um smartwatch.

Esta autonomia é, sem dúvida, um dos pontos fortes do Google Watch 4. É uma sensação de alívio poder usar o relógio normalmente sem estar constantemente a pensar se a bateria vai aguentar até ao fim do dia. Com outros relógios que tive, era comum ficar sem bateria de forma inesperada, o que acabava por se tornar frustrante, especialmente quando precisava do relógio para monitorizar o sono ou receber notificações importantes ao longo do dia.

Para começar a usar o Pixel Watch 4 pela primeira vez, além de o colocar a carregar, é necessário emparelhá-lo com um telemóvel. Qualquer dispositivo com o sistema Android 11 ou superior serve, embora, infelizmente, não se possa dizer o mesmo para quem usa iOS. No meu caso, o emparelhamento com o Pixel 10 Pro XL foi extremamente rápido e intuitivo: bastaram alguns passos simples para que o relógio ficasse totalmente configurado. Em poucos minutos, o Pixel Watch 4 estava pronto para ser testado, com todas as funcionalidades sincronizadas e pronto a acompanhar a minha rotina diária.

Ao utilizar o Pixel Watch 4, nota-se imediatamente o sistema Wear OS 6.0 em ação, que foi claramente otimizado para smartwatches. A navegação é fluida e intuitiva, tornando muito fácil aceder a notificações, aplicações e widgets com apenas alguns gestos. Graças a esta versão do Wear OS, todas as notificações chegam de forma rápida e organizada, permitindo que as veja e responda sem esforço. Além disso, a interface está bem adaptada ao ecrã redondo, garantindo que a experiência seja consistente e agradável, mesmo em interações rápidas ou ao verificar informações de relance durante o dia.

Uma das novidades mais impressionantes deste ano é, sem dúvida, a integração da inteligência artificial no Pixel Watch 4, através do assistente virtual Gemini. A interação tornou-se muito mais simples: basta levantar o pulso para começar a falar, sem precisar de dizer a típica frase “Hey Google”. Esta nova função de “levantar para falar” simplifica imenso o dia a dia e faz com que o relógio pareça realmente compreender o utilizador. Por exemplo, quando vou correr, basta levantar o pulso e dizer que quero iniciar o treino e o Fitbit começa automaticamente a registar a atividade. Também posso pedir informações práticas, como a que horas fecha um supermercado nas proximidades, ou até pedir ao relógio que consulte a minha agenda e envie uma mensagem a avisar alguém de que estou a caminho.

Pixel Watch 4

O Pixel Watch 4 oferece ainda outras aplicações que realmente fazem a diferença no dia a dia. Para mim, algumas tornaram-se indispensáveis: o calendário ajuda-me a organizar compromissos sem ter de pegar no telemóvel, e o alarme é super prático, especialmente ao acordar. O Google Maps, como referi anteriormente, neste modelo vem com suporte para duas bandas de GPS em vez de apenas uma, oferece uma navegação muito mais precisa e estável, mesmo em zonas com sinal fraco, ruas estreitas ou locais com muita vegetação. Esta melhoria traduz-se numa localização mais fiável, ideal tanto para quem pratica desporto ao ar livre como para quem simplesmente gosta de explorar novas áreas.

Outra aplicação que acabo por usar com frequência é a lanterna, que ilumina todo o ecrã e se revela surpreendentemente útil em espaços escuros, quer seja para encontrar algo na mala, ou para me orientar à noite. Também uso muitas vezes a função que faz o telemóvel tocar quando não sei onde o deixei, uma verdadeira salvação em dias mais caóticos. Neste caso, esta funcionalidade adequa-se especialmente bem com smartphones Pixel, já que a integração entre dispositivos da Google é soberba. Isto significa que quem estiver fora do mundo Pixel, seja com outro telemóvel android ou outro sistema, acaba por não conseguir aproveitar tão bem tudo o que o Pixel Watch 4 tem para oferecer.

Posso dizer, no entanto, que uma das aplicações que mais uso e que considero indispensável é a Fitbit, que considero ser o verdadeiro coração do Pixel Watch 4. Gosto especialmente da forma como apresenta as estatísticas do meu dia (e também da noite) de forma clara e intuitiva, permitindo-me perceber onde posso melhorar. A monitorização do sono é, para mim, uma das funcionalidades mais úteis e fiáveis. Com uma precisão 18% superior face à geração anterior e graças à integração de um sensor de temperatura da pele, consigo perceber exatamente a que horas adormeci, quando despertei e em que fases do sono estive ao longo da noite. O relógio mostra ainda a variação de oxigénio no sangue, a frequência cardíaca em repouso e atribui uma pontuação global de sono, algo que ajuda bastante a ajustar rotinas e hábitos ao longo do tempo.

Outra parte à qual dou grande importância é à contagem de passos, e de facto noto que os valores são bastante consistentes e fidedignos, especialmente quando comparados com outros dispositivos. Essencial é também a deteção automática de quedas ou ausência de pulso, que aciona de imediato uma chamada para os serviços de emergência, sendo uma funcionalidade que transmite segurança, sobretudo para quem faz desporto sozinho. Além disso, o Pixel Watch 4 também inclui notificações de ritmo cardíaco irregular, permitindo identificar potenciais sinais de fibrilhação auricular. Embora não substitua um diagnóstico médico, esta monitorização constante pode ser uma ferramenta preventiva muito útil para quem queira acompanhar a sua saúde cardíaca com mais atenção.

Com o modelo LTE do Pixel Watch 4, é possível ainda contactar familiares ou serviços de emergência ,mesmo em locais sem rede móvel, desde que o céu esteja limpo. Nestes casos, o relógio oferece automaticamente a opção de ligação via satélite. Não é necessário ter um plano de dados, basta apenas ter o modelo LTE.

Depois de vários dias a usar o Pixel Watch 4, posso dizer que este smartwatch me fez voltar a apaixonar pelo mundo dos wearables. A Google conseguiu encontrar um equilíbrio quase perfeito entre tecnologia e simplicidade. O design elegante dá-lhe um ar sofisticado, mas ao mesmo tempo discreto, ideal para usar em qualquer ocasião. No dia a dia, é leve e tão confortável que muitas vezes me esqueço que o tenho no pulso. O ecrã abobadado, com a fluidez do Wear OS 6.0, torna cada interação muito intuitiva, enquanto as funcionalidades de saúde (especialmente a monitorização do sono) se revelam precisas e realmente úteis. A bateria, que dura imenso tempo, foi outra vantagem que me faz crer que este é um dos melhores wearables do mercado neste momento.

Se olharmos para o preço, o Pixel Watch 4 posiciona-se de forma bastante equilibrada com a versão de 41 mm a começar nos 399€, e por mais 100€ é possível optar pela variante com conectividade 4G LTE, que permite maior liberdade longe do telemóvel. Para quem procura um relógio completo, integrado no ecossistema Android e que combine tecnologia, estética e utilidade, o Pixel Watch 4 é, sem dúvida, uma excelente escolha.

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Este dispositivo foi cedido para análise pela Google.

Inês Lopes
Inês Lopes
Dentista nas horas vagas e colaboradora do Echo Boomer no tempo que sobra. Fã de gadgets, livros e tâmaras (não necessariamente por esta ordem), adoro explorar o mundo através da comida e das viagens. Se não me encontrarem a escrever ou a trabalhar, é porque estou confortavelmente instalada no sofá, provavelmente a devorar um novo livro.
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