Será desta que se chega a acordo para o fim da mudança de hora na União Europeia?
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que o seu governo irá propor à União Europeia a abolição definitiva da mudança de hora. A medida pretende pôr fim à prática de adiantar os relógios na primavera e atrasá-los no outono, um ritual que, nas palavras do líder socialista, “já não faz sentido”.
Segundo Sánchez, “mudar o relógio duas vezes por ano deixou de ser útil. A poupança energética é mínima e o impacto negativo na saúde e na vida das pessoas é real”. O executivo espanhol levará o tema ao Conselho de Energia da União Europeia, onde vai solicitar a abertura formal do processo de revisão da diretiva que regula a mudança de hora no espaço comunitário.
A discussão sobre a mudança de horário não é nova. Em 2018, a Comissão Europeia promoveu uma consulta pública que recolheu mais de 4,5 milhões de respostas, e mais de 80% dos participantes manifestaram-se a favor da sua eliminação. No entanto, o dossiê ficou paralisado em Bruxelas devido à dificuldade de coordenar os Estados-Membros e evitar um mosaico de fusos horários contraditórios.
Diversos estudos apontam para os efeitos negativos da mudança de hora sobre o ritmo circadiano, a qualidade do sono e até o humor, especialmente nos dias que se seguem à transição. Por outro lado, os ganhos energéticos que justificaram originalmente o horário de verão parecem hoje residuais, num contexto em que a eficiência dos equipamentos e a iluminação LED reduziram drasticamente o consumo.
Ainda assim, até que a proposta espanhola encontre eco entre os parceiros europeus, o ritual anual mantém-se. Na madrugada de domingo, 26 de outubro, os relógios deverão recuar uma hora, das 3h para as 2h, marcando a entrada no horário de inverno.
