Com uma bateria de apenas 10 kWh e autonomia modesta, o novo conceito da marca romena aposta no essencialismo e no baixo custo como resposta à transição elétrica.
A Dacia apresentou o Hipster, um protótipo que procura desafiar a tendência atual dos automóveis elétricos de alta performance e autonomia prolongada. Em vez de competir em números impressionantes, a marca romena, pertencente ao grupo Renault, propõe um conceito simples: tornar o carro elétrico acessível a todos. Se chegar à produção, o Dacia Hipster poderá custar cerca de 10.000€, um valor quase simbólico no atual mercado de mobilidade elétrica.
Este preço, contudo, implica sacrifícios claros. O Hipster está equipado com uma bateria de 10 kWh, capaz de oferecer uma autonomia teórica de 100 km, mas que na prática deverá situar-se entre 60 e 80 km por carga. A marca admite que o modelo é pensado para utilização estritamente urbana, ideal para curtas deslocações em contextos citadinos, onde a autonomia limitada se torna menos problemática. O veículo é também muitíssimo compacto, com 3 metros de comprimento, 1,55 metros de largura e 1,52 metros de altura, com um peso total de 800 kg. O porta-bagagens tem apenas 70 litros, mas pode expandir-se até 500 litros com o banco traseiro rebatido.
Em termos de design, o Dacia Hipster mantém a filosofia da marca, com funcionalidade acima do supérfluo. As tradicionais maçanetas foram substituídas por fitas, as luzes traseiras estão integradas sob a tampa da bagageira para reduzir custos de fabrico e o habitáculo adota um cockpit modular e minimalista, em linha com o espírito prático do projeto.
Apesar de se tratar, por agora, apenas de um conceito, o modelo representa uma declaração de intenções, a de que o futuro da mobilidade elétrica não precisa de ser luxuoso nem tecnologicamente exuberante para ser relevante. Resta saber se a Dacia levará o projeto à linha de montagem.