Museu Nacional Soares dos Reis recebe investimento de 1,3 milhões de euros para obras de restauro

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O Palácio dos Carrancas, sede do Museu Soares dos Reis, será alvo de restauro e conservação com apoio do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), no Porto, prepara-se para iniciar uma intervenção de conservação e restauro avaliada em 1,3 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A empreitada, a cargo da empresa Lusocol, deverá prolongar-se por um período de dez meses e abrange um conjunto alargado de ações de reabilitação no edifício histórico que acolhe o museu, o Palácio dos Carrancas.

O projeto inclui a substituição integral da cobertura principal do palácio, bem como a revisão do telhado do edifício técnico. Serão igualmente alvo de restauro ou substituição todos os vãos exteriores, nomeadamente janelas e portas, acompanhados pelo tratamento e pintura das portadas. A intervenção contempla ainda a pintura integral das fachadas e a conservação do painel de azulejos do Picadeiro, um elemento patrimonial de grande valor histórico.

Apesar da dimensão dos trabalhos, o MNSR manter-se-á aberto ao público durante todo o processo. A direção do museu definiu um plano de execução que procura reduzir ao mínimo possível o impacto das obras no percurso de visita, assegurando a continuidade das atividades expositivas e educativas.

O Palácio dos Carrancas, classificado como Imóvel de Interesse Público, é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade do Porto. Mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro, representantes da burguesia portuense enriquecida pela produção de fios de ouro e prata, o palácio combinava funções residenciais e industriais. Ao longo do século XIX, foi palco de relevantes acontecimentos sociais, militares e políticos, reflectindo a evolução da cidade e do país.

Após um período de declínio económico, a propriedade foi vendida pela baronesa de Nevogilde, D. Carlota Rita Morais e Castro, e adquirida pelo rei D. Pedro V. A partir de 1862, o edifício passou a acolher ocasionalmente a família real, marcando uma nova fase na sua história.

Com a morte de D. Manuel II, em 1932, o último monarca português deixou o imóvel à Santa Casa da Misericórdia do Porto, que viria mais tarde a transferi-lo para o Estado. O Museu Nacional Soares dos Reis, fundado em 1833 e originalmente instalado no antigo Convento de Santo António da Cidade, foi transferido para o Palácio dos Carrancas em 1940, no contexto das Comemorações Nacionais desse ano.

Em 2001, o Museu Nacional Soares dos Reis foi alvo de uma profunda requalificação, com projeto do arquiteto Fernando Távora, que introduziu novas áreas destinadas a reservas, exposições temporárias, um auditório e serviços educativos. Agora, mais de duas décadas depois, o novo investimento visa garantir a preservação estrutural e estética deste importante testemunho do património cultural português.

Foto: MNSR

Alexandre Lopes
Alexandre Lopeshttps://echoboomer.pt/
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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