Associação ZERO defende criação de Zona de Zero Emissões na baixa lisboeta

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A qualidade do ar na Baixa lisboeta preocupa residentes e autoridades. Proposta de Zona de Zero Emissões visa reduzir tráfego, ruído e poluição até 2030.

Ontem, dia 22 de setembro, celebrou-se o Dia Europeu Sem Carros, e a associação ambiental ZERO alertou para o aumento contínuo do tráfego rodoviário em Lisboa, que ameaça a qualidade do ar e compromete os objetivos climáticos da capital.

Aproveitando a ocasião, a ZERO divulgou uma análise detalhada sobre a Baixa lisboeta, realizada em parceria com moradores e com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Ao longo do último ano, foram medidos níveis de poluição em diferentes pontos, revelando concentrações de dióxido de azoto (NO₂) três a quatro vezes superiores aos valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e acima dos limites que a legislação portuguesa e europeia prevê cumprir até 2030.

Perante estes números, a associação defende a criação de uma Zona de Zero Emissões, que proíba a circulação de veículos não elétricos, restrinja o acesso de viaturas de não residentes e reforce a fiscalização das vias de transporte público, que deverá ser totalmente eletrificado. Medidas para reduzir o tráfego, bem como a promoção da mobilidade pedonal e ciclável, são apontadas como fundamentais para reduzir congestionamentos, ruído e poluição, sem as quais será praticamente impossível atingir as metas climáticas da cidade.

A proposta de criação de uma Zona de Zero Emissões reforça ainda a petição lançada pela Associação dos Moradores e Amigos de Santa Maria Maior, formalizada em 2024, com o apoio da ZERO. A análise da qualidade do ar na Baixa revela que a atual Zona de Emissões Reduzidas (ZER) não tem conseguido mitigar os níveis de poluição. Nos pontos monitorizados – Rua do Ouro, Rua da Madalena e Avenida da Liberdade -, os poluentes ultrapassam frequentemente os valores recomendados pela OMS e os limites legais previstos para 2030, de acordo com a Diretiva UE/2024/2881. O NO₂ é o poluente mais crítico, com valores três vezes superiores na Rua da Madalena e quatro vezes superiores na Avenida da Liberdade, onde os limites legais também são excedidos. Estes dados evidenciam que a ZER existente está desatualizada e carece de fiscalização eficaz.

Reduzir significativamente o tráfego de atravessamento na Baixa Pombalina exigirá também a reconfiguração das avenidas que lhe dão acesso, como a Avenida da Liberdade e a Avenida Almirante Reis, incentivando o uso do transporte público, pedonal e ciclável. A prioridade da cidade deverá ser a eficiência no transporte de pessoas, não de automóveis, recorrendo a modos que maximizem a capacidade de transporte por metro quadrado, como transportes públicos regulares e flexíveis e bicicletas.

Foto: ZERO

Alexandre Lopes
Alexandre Lopeshttps://echoboomer.pt/
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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