E sim, o Museu da Cortiça na Fábrica do Inglês também vai reabrir. O projeto de reabilitação prevê criar, ao todo, 80 novos postos de trabalho.
A Fábrica do Inglês, um dos espaços mais emblemáticos de Silves, no Algarve, vai ganhar uma nova vida após a sua aquisição pelas promotoras imobiliárias Antrix e Carvoeiro Branco. O investimento, avaliado em 25 milhões de euros, prevê não só a recuperação do complexo histórico, mas também a criação de novas dinâmicas culturais e económicas para o concelho e para a região.
O projeto contempla a reabertura do Museu da Cortiça, distinguido em 2001 como o melhor museu industrial europeu. A iniciativa pretende devolver à cidade um espaço de referência cultural, preservando a memória industrial ligada à transformação da cortiça, atividade que marcou a história económica do Algarve.
As obras deverão arrancar em 2026, com um prazo estimado de dois a três anos até à conclusão. Para além da recuperação dos edifícios históricos, está prevista a reabilitação do icónico chalé do século XIX, que continuará a acolher uma casa de chá. Parte das instalações será também adaptada para receber os escritórios da Antrix e da Carvoeiro Branco, reforçando a ligação das empresas ao território. Outro dos eixos centrais do projeto é a criação de uma unidade hoteleira de charme, estimando-se a abertura de cerca de 80 novos postos de trabalho.
Construída em 1894, a Fábrica do Inglês surgiu como unidade de transformação de cortiça, setor que se destacou como um dos mais importantes para a economia algarvia nos séculos XIX e XX. O nome pelo qual ficou conhecida deve-se a Victor Sadler, cidadão britânico contratado em 1908 para gerir a unidade fabril. Após o encerramento da atividade industrial, o espaço foi reabilitado e reabriu em 1999 como Museu da Cortiça, tornando-se uma referência nacional e recebendo concertos, exposições e outros eventos culturais.
A partir de 2009, na sequência da insolvência da entidade gestora, o complexo encerrou portas, entrando num período de abandono e degradação. O interesse manifestado pela Antrix e pela Carvoeiro Branco surgiu nesse contexto, com o objetivo de travar a deterioração do espaço e devolver-lhe utilidade.