Matosinhos acolhe a primeira construção pública portuguesa realizada com impressão 3D. O projeto é da startup Havelar.
Na manhã desta sexta-feira, dia 5 de agosto, a startup portuguesa Havelar deu início, em Matosinhos, à construção da primeira obra pública realizada com recurso a impressão 3D. O projeto, resultado de um concurso público da Câmara Municipal de Matosinhos, prevê a construção de um edifício de 500 m2 em apenas uma semana, estando a conclusão total prevista para cinco meses.
O investimento na obra ronda os 800.000€, e o edifício acolherá o projeto ReCircular, dedicado à reciclagem e reutilização de resíduos eletrónicos, com enfoque na economia circular e numa vertente social que envolve a contratação de pessoas com incapacidade da região. A visita de acompanhamento da construção contará com a presença da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e de José Maria Ferreira, cofundador e CEO da Havelar.
José Maria Ferreira referiu que a impressão 3D oferece soluções face à escassez de habitação e à pressão sobre os recursos. “A tecnologia permite erguer casas e edifícios de forma mais rápida e económica, com menor pegada carbónica e maior flexibilidade no local de construção. Esta abordagem poderá ser uma resposta eficiente para as autarquias, com impacto direto na população”, afirma.
De recordar que, em 2024, a Havelar ergueu a primeira casa em impressão 3D de Portugal em apenas 18 horas. A startup de Vila do Conde recorre a tecnologia de ponta, em parceria com a fabricante dinamarquesa COBOD, permitindo desenvolver estruturas com elevados padrões de qualidade de forma mais rápida e sustentável. A técnica utiliza betão, argila e outros materiais que reduzem a emissão de carbono em comparação com o cimento tradicional e diminuem o risco de acidentes, ao requerer menos mão de obra na construção de edifícios.