Pop Art itinerante de SELF chega a Lisboa com crítica à era digital

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Entre 30 de agosto e 17 de outubro, o artista SELF apresenta em Lisboa uma exposição multimédia itinerante que reflete sobre cultura da imagem, consumo e identidade.

Lisboa será palco, entre 30 de agosto e 17 de outubro, da primeira grande exposição do artista SELF, criador que já tinha marcado presença com peças no Tribeca Film Festival Lisboa e na ModaLisboa. Desta vez, apresenta uma proposta inédita: uma experiência multimédia imersiva dentro de um camião TIR vintage dos anos 80, que circulará por vários pontos da cidade, levando a arte contemporânea diretamente ao espaço público.

A mostra cruza referências da cultura pop, psicanálise e estética digital, num diálogo que convoca tanto George Orwell como Freud, refletindo sobre o impacto da cultura da imagem e a velocidade do consumo visual. A instalação reúne dez peças físicas, distribuídas entre televisores antigos, painéis LED, estruturas retrofuturistas e intervenções digitais em tempo real.

O objetivo é criar um ambiente de suspensão, onde o visitante é levado a questionar a forma como constrói a própria identidade sob o olhar constante dos outros. A ideia central é condensada na frase escolhida por SELF: “Refletir não dá likes, mas alimenta o pensamento.”

Numa época em que as redes sociais moldam a auto-representação, a exposição sublinha questões prementes como a dependência da validação virtual, a adultização precoce e a exposição dos jovens a mensagens de natureza hipersexualizada. SELF pretende dar visibilidade a fenómenos já naturalizados, confrontando o público com os mecanismos de espetáculo e consumo que atravessam o quotidiano.

Entre os trabalhos apresentados destacam-se duas peças centrais. Red Light District, composta por 20 ecrãs em loop, aborda a forma como crianças e adolescentes reproduzem padrões de sexualidade ditados por mensagens mediáticas, muitas vezes dissociadas de afeto ou de referências críticas. Já 1984 recria o ambiente de vigilância permanente inspirado na distopia de Orwell, utilizando webcams, doggycams e phonecams.

Reconhecido como o primeiro artista português a conceber uma obra operada por Inteligência Artificial, SELF constrói um espaço de reflexão a partir de objetos quotidianos que despertam respostas emocionais imediatas. Entre as suas influências visuais contam-se o impacto da estreia de Blade Runner no Cinema Nimas em 1983, a sobrecarga sensorial da digressão Zoo TV Tour dos U2 nos anos 90 e a descoberta do trabalho de Nam June Paik na Culturgest, em 1996.

O itinerário da exposição em Lisboa inclui a LX Factory (30 de agosto a 4 de setembro), Belém, junto ao SUD (6 a 10 de setembro), 8 Marvila (12 a 14 de setembro), Marina de Oeiras (16 a 21 de setembro) e NOVA SBE (14 a 17 de outubro). O projeto conta com o apoio da Lisboa Cultura (EGEAC), da Oeiras Viva e da NOVA SBE.

Alexandre Lopes
Alexandre Lopeshttps://echoboomer.pt/
Licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia no Instituto Politécnico de Leiria, sou um dos fundadores do Echo Boomer. Aficcionado por novas tecnologias, amante de boa gastronomia - e de viagens inesquecíveis! - e apaixonado pelo mundo da música.
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