A Adobe anunciou o Acrobat Studio e quer transformar os ficheiros em PDF com a ajuda da IA.
O PDF é, há mais de 30 anos, sinónimo de estabilidade e fiabilidade, mas também de estagnação. Trata-se de um formato que é ideal para arquivar e partilhar documentos sem surpresas, ainda que conte com várias limitações. Por esse, e outros motivos, a Adobe decidiu mudar as regras do jogo com o lançamento do Acrobat Studio, uma plataforma que procura reimaginar o papel do PDF, transformando-o de simples recipiente de informação num verdadeiro espaço de trabalho dinâmico, apoiado por inteligência artificial e integrado num ecossistema de criatividade e colaboração.
A empresa quer acabar com a imagem de que o PDF é um “ficheiro morto” e reposicioná-lo como centro de operações digitais, onde estudantes, profissionais e utilizadores comuns podem não só consultar documentos, mas também interpretá-los, expandi-los e reutilizá-los em diferentes contextos. E para isso, claro, a empresa recorrerá à IA, com assistentes inteligentes e personalizáveis.
O seu conjunto de ferramentas tem a capacidade de resumir centenas de páginas, explicar conceitos técnicos com linguagem simples ou estruturar planos de estudo. Cada resposta vem acompanhada de referências verificadas, as quais podem também ser consultadas.
Outro elemento central são os chamados PDF Spaces, hubs digitais que não se restringem a PDFs, mas agregam documentos do Office, hiperligações, notas e outros ficheiros relevantes. São espaços colaborativos concebidos para reduzir a dispersão entre aplicações e pastas, permitindo que equipas, colegas ou até famílias trabalhem de forma mais organizada num único ambiente.
O Acrobat Studio liga-se ainda ao Adobe Express Premium, trazendo para o universo PDF a simplicidade de criação visual que popularizou o Canva. Infográficos, brochuras, publicações para as redes sociais ou apresentações podem agora nascer dentro do próprio documento, recorrendo também às capacidades do Firefly para gerar imagens e vídeos. Assim, o PDF deixa de ser apenas um formato de ficheiro e tornar-se um ponto de partida de conteúdos dinâmicos e visualmente sofisticados.
As aplicações práticas são vastas. No mundo empresarial, a promessa é acelerar a preparação de propostas, contratos ou apresentações, poupando tempo em tarefas repetitivas. No ensino, estudantes e investigadores podem centralizar bibliografias e apontamentos, pedir ao assistente para destacar conceitos-chave ou criar planos de estudo, transformando-os depois em materiais mais envolventes. Até mesmo para situações do dia-a-dia, como organizar uma viagem ou reunir orçamentos para uma obra, o Acrobat Studio apresenta-se como alternativa a folhas de cálculo dispersas e aplicações paralelas.
Mas claro, tudo tem um preço: apesar de ter um período experimentar gratuito, o Acrobat Studio, disponível globalmente em inglês e em versão web, tem dois tipos de subscrição, neste caso 24,99 dólares mensais para utilizadores particulares, e 29,99 dólares para empresas. As subscrições incluem o Acrobat Pro, 100GB de armazenamento em nuvem, assistentes de inteligência artificial e créditos para criação criativa no Express.